Capítulo 7

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― E aí, Bruce? ― Scott cumprimentou o amigo com um aperto de mão. ― O que você faz aqui a essa hora do dia?

Brandon olhava para Bruce tentando não encará-lo. Era estranho ver seu pai trinta anos mais novo. Eles eram realmente parecidos fisicamente, esperava que o pai não percebesse. Aliás, teria que evitar a todo custo chamá-lo de pai. Que bela enrascada se meteu!

Bruce tinha os cabelos negros e lisos em desalinho, pareciam precisar de um corte, usava camisa azul de algodão folgada, calça jeans e tênis cinza. Bruce olhou para Brandon, que desviou o olhar. Se o pai percebesse alguma semelhança familiar entre os dois, seria uma longa história para contar.

― Desculpa, não sabia que você estava com visita. ― disse Bruce, para Scott.

― Ah que isso... ― Scott forçou um sorriso e resolveu apresentá-los, mesmo com medo de algum reconhecimento por parte de Bruce. Mas como o amigo reconheceria um filho que ainda nem nascera? ― Esse é o Brandon, meu amigo. Ele veio passar uns dias aqui. Brandon, esse é o meu amigo Bruce.

― Bruce Bennet. ― disse o próprio, simpático, estendendo a mão para Brandon.

― Eu sei. ― disse Brandon, apertando a mão do pai, se recriminando em seguida pela gafe. ― Quer dizer, o Scott me falou de você.

― Hum... ― Bruce teve uma sensação estranha ao apertar a mão de Brandon, mas deixou passar. Ele sorriu e olhou para Scott. ― Ele não me falou de você.

― Ah é que o Brandon é um amigo da faculdade. Um amigo... inesperado... ― disse Scott, pensando na chegada surpresa do rapaz. ― Mas agora vocês se conhecem, então...

Bruce e Brandon assentiram, concordando. Bruce olhou para Scott.

― Bom, eu sei que você é um ermitão, que vive preso dentro de casa, mas eu falei com a Shirley ontem e ela disse que estará no Rockett. E com uma amiga, a Nina. Então eu pensei...

― Você quer me arrastar para mais um dos seus encontros furados... ― adivinhou Scott, nada empolgado. ― Você sabe que eu não sei interagir direito com a espécie humana...

Bruce e Brandon começaram a rir. Scott notou que eles tinham risadas iguais, era incrível que Bruce não percebesse isso. Porém acreditava que seria uma questão de tempo até o amigo notar traços familiares em Brandon. Tinha que mantê-los afastados.

― Olha só como ele fala! ― exclamou Bruce, olhando para Brandon e depois para Scott. ― São garotas e não espécimes de laboratório! Elas não mordem! ― ele riu e Scott olhou-o incrédulo. Bruce meneou a cabeça. ― Bom, talvez algumas mordam, mas dependendo da mordida até que não é nada mal... ― ele sorriu de modo malicioso.

― Bruce, olha o garoto... ― disse Scott, apontando para Brandon.

― O quê? ― Bruce olhou para Brandon. ― Vai dizer que você nunca pegou uma garota?

― Eu fiquei com algumas... ― contou Brandon e Bruce deu um sorriso de aprovação. ― Mas nunca, sabe... me apaixonei por ninguém. Você tem alguém especial? Alguém que goste mesmo? ― sondou Brandon.

Scott deu um olhar de repreensão para Brandon. Sabia o que o afilhado queria fazer. Saber dos sentimentos de Bruce para com Cora. Deus ajudasse que ele nunca conhecesse Cora!

Bruce ficou pensativo.

― Hum, quando eu tinha uns 12 anos eu gostei de uma garota, mas ela nunca me deu bola. Depois disso... Não, ninguém.

― Quem sabe um dia ela apareça. Talvez esteja até por perto... ― disse Brandon com um tom misterioso.

Bruce franziu a testa e Scott olhou para o teto. Brandon estava dando bandeira demais! Brandon simplesmente não conseguia se controlar. Adoraria ver os pais juntos.

Perdido no TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora