Capítulo 11

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Brandon estava sentado na cama e emburrado. Havia tido uma tremenda discussão com Scott. O padrinho ficara irritado por Brandon ter saído às escondidas e achara imprudente. Scott não compreendia que o tempo estava passando e que se não agisse logo, o Sistema continuaria sendo uma realidade no futuro.

― Foi imprudente e você sabe disso, Brandon! Não pode simplesmente chegar perto de John Mendell e despejar uma história futurística! Como você acha que ele irá reagir?!

― O que eu não posso é ficar parado dentro de casa sem fazer nada! – retrucou Brandon. – Padrinho, eu sei que você tem medo da minha interação com as pessoas, que isso modifique o futuro! Eu já disse que não irei conversar com meus pais, mas Mendell é uma prioridade! Eu preciso, de alguma forma, alertá-lo e evitar o meu futuro!

― Eu sei, eu sei, Brandon... – disse Scott, suspirando. – Acontece que não é tão fácil assim. A gente precisa pensar em um modo que Mendell não ache que somos dois loucos! Você sabe muito bem que as pessoas consideram viagens futurísticas coisa de cinema e livros!

― Sim, eu sei...- o rapaz bufou, impaciente. – Talvez se eu alertá-lo sutilmente. Jogar uma coisa aqui e ali... Ele tem que se... não sei... se proteger, ficar alerta, para evitar que aqueles que querem matá-lo consigam seu intento e o Sistema se torne uma realidade!

― Vamos achar um jeito de alertá-lo. – garantiu Scott. – Mas sem precipitações, por favor.

Brandon ia retrucar, quando a campainha tocou. Scott foi atender e ficou surpreso ao ver Lizzie parada em sua porta. Ele não compreendeu o que aquela moça fazia ali.

― Sim, o que deseja? – perguntou educadamente, pensando talvez que fosse alguém querendo vender algo.

― O Brandon está? – ela perguntou, surpreendendo Scott mais ainda.

― Brandon... Você conhece o Brandon?

― Sim. Ele me salvou e eu o ajudei quando se perdeu. – ela contou. – Ele está?

― Claro. Vou chamá-lo.

Scott se aproximou de Brandon, que comia um biscoito na cozinha. Scott cruzou os braços.

― Uma garota que você supostamente salvou e que te ajudou quando você teria se perdido, está lá fora te procurando.

Brandon parou de comer e olhou para o padrinho com um ar um pouco de culpa. Não havia contado isso para Scott. Achava que ele iria se aborrecer. E pela expressão contrariada do padrinho, vira que tinha razão.

― As coisas... saíram um pouco do controle...

― É o que parece. – ironizou Scott. – Vá atender a moça e depois conversamos.

Scott foi para o seu laboratório e Brandon correu para a porta, onde Lizzie estava. Sorriram um para o outro. Era sempre bom poder vê-la, pensou Brandon. Lizzie também gostava de rever Brandon.

― Hum, você quer entrar? – ele convidou.

― Claro.

Lizzie entrou na casa e sentou no sofá. Colocou o cabelo atrás das orelhas.

― Eu espero não estar atrapalhando...

― Não, não está. – disse Brandon, sorrindo. – Quer algo para beber?

― Não, obrigada. – ela pigarreou. – Bem, eu vim aqui para...

― Ah, o seu dinheiro, não é? – ele lembrou. – Espera só um segundo que eu vou buscar!

Perdido no TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora