Brandon estava sentado na cama e emburrado. Havia tido uma tremenda discussão com Scott. O padrinho ficara irritado por Brandon ter saído às escondidas e achara imprudente. Scott não compreendia que o tempo estava passando e que se não agisse logo, o Sistema continuaria sendo uma realidade no futuro.
― Foi imprudente e você sabe disso, Brandon! Não pode simplesmente chegar perto de John Mendell e despejar uma história futurística! Como você acha que ele irá reagir?!
― O que eu não posso é ficar parado dentro de casa sem fazer nada! – retrucou Brandon. – Padrinho, eu sei que você tem medo da minha interação com as pessoas, que isso modifique o futuro! Eu já disse que não irei conversar com meus pais, mas Mendell é uma prioridade! Eu preciso, de alguma forma, alertá-lo e evitar o meu futuro!
― Eu sei, eu sei, Brandon... – disse Scott, suspirando. – Acontece que não é tão fácil assim. A gente precisa pensar em um modo que Mendell não ache que somos dois loucos! Você sabe muito bem que as pessoas consideram viagens futurísticas coisa de cinema e livros!
― Sim, eu sei...- o rapaz bufou, impaciente. – Talvez se eu alertá-lo sutilmente. Jogar uma coisa aqui e ali... Ele tem que se... não sei... se proteger, ficar alerta, para evitar que aqueles que querem matá-lo consigam seu intento e o Sistema se torne uma realidade!
― Vamos achar um jeito de alertá-lo. – garantiu Scott. – Mas sem precipitações, por favor.
Brandon ia retrucar, quando a campainha tocou. Scott foi atender e ficou surpreso ao ver Lizzie parada em sua porta. Ele não compreendeu o que aquela moça fazia ali.
― Sim, o que deseja? – perguntou educadamente, pensando talvez que fosse alguém querendo vender algo.
― O Brandon está? – ela perguntou, surpreendendo Scott mais ainda.
― Brandon... Você conhece o Brandon?
― Sim. Ele me salvou e eu o ajudei quando se perdeu. – ela contou. – Ele está?
― Claro. Vou chamá-lo.
Scott se aproximou de Brandon, que comia um biscoito na cozinha. Scott cruzou os braços.
― Uma garota que você supostamente salvou e que te ajudou quando você teria se perdido, está lá fora te procurando.
Brandon parou de comer e olhou para o padrinho com um ar um pouco de culpa. Não havia contado isso para Scott. Achava que ele iria se aborrecer. E pela expressão contrariada do padrinho, vira que tinha razão.
― As coisas... saíram um pouco do controle...
― É o que parece. – ironizou Scott. – Vá atender a moça e depois conversamos.
Scott foi para o seu laboratório e Brandon correu para a porta, onde Lizzie estava. Sorriram um para o outro. Era sempre bom poder vê-la, pensou Brandon. Lizzie também gostava de rever Brandon.
― Hum, você quer entrar? – ele convidou.
― Claro.
Lizzie entrou na casa e sentou no sofá. Colocou o cabelo atrás das orelhas.
― Eu espero não estar atrapalhando...
― Não, não está. – disse Brandon, sorrindo. – Quer algo para beber?
― Não, obrigada. – ela pigarreou. – Bem, eu vim aqui para...
― Ah, o seu dinheiro, não é? – ele lembrou. – Espera só um segundo que eu vou buscar!
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Perdido no Tempo
Ciencia FicciónBrandon Bennet vive na Nova Iorque de 2035, num mundo regido pelo Sistema, um regime que comanda uma sociedade teóricamente ideal, sem violência, corrupção, crises econômicas, crimes... Mas seria mesmo tão perfeita assim? Brandon, assim como outros...