Wesley olhou para Scott como se pedisse uma explicação. Quem era aquele garoto e o que ele queria dizer com tudo aquilo? Que conversa maluca era aquela de fim de uma era? Wesley deu um fraco sorriso.
― Tranquilize-se senhor...?
― Bennet. Brandon Bennet.
Scott teve que se segurar para não tampar a boca do afilhado com sua mão. Brandon não devia dizer seu sobrenome para Mackenzie! Wesley apenas assentiu, alheio ao desespero de Scott.
― Sr. Bennet, o mundo não irá acabar. Em lembro que antes do ano 2000 vieram com uma ''profecia'' de que ''o mundo chega a dois mil, mas de dois mil não passará''. Dizem que traduziram isso das profecias de Nostradamus. Sinceramente, eu não acredito em profecias, adivinhações, nada disso. Pra mim, é tudo balela. Quem faz o nosso presente e o futuro somos nós.
― Exatamente. – concordou Brandon. – Nós fazemos o futuro e o seu futuro e toda a Humanidade irá mudar. Graças a escolhas equivocadas. O mundo não vai acabar, embora que possa chegar perto disso. A vida de muitas pessoas inocentes que chegará ao fim por escolhas errôneas de outros. E não irá demorar muito acredite.
― Senhor Bennet... – Mackenzie tentou cortá-lo. Achava que o rapaz estava drogado.
― Senhor Mackenzie... – continuou Brandon, sem dar chance de ser interrompido. – Eu sei que parece louco aos seus olhos. Eu sei disso. Mas daqui a poucos meses não o serei mais. O tempo está correndo e é preciso mudar o curso das coisas antes que o pior aconteça.
Brandon esperava que Mackenzie começasse a levá-lo a sério, mas não era o que estava acontecendo. Apesar de manter uma expressão neutra, graças a anos de Exército, estava estampado no olhar Mackenzie que ele achava que Brandon era só mais um alucinado anunciando um pretenso fim de mundo. Brandon decidiu ir mais a fundo por mais arriscado que fosse. Setembro estava chegando e a vida de todos mudaria drasticamente. Não poderia permitir que Cora morresse por causa de um covarde ambicioso como Fredenbach e ainda havia Lizzie... Ele sabia que o futuro deles era impossível, afinal nessa realidade Lizzie Gilbert era uma garota de 24 anos e no futuro era 30 anos mais velha, mas... ainda assim, não conseguia simplesmente esquecê-la e pular essa parte da vida. Quando retornasse, talvez Lizzie sequer lembrasse dele. Mas ainda assim, não queria esquecer. Brandon não se lembrava de sentir um amor tão forte por alguém assim antes.
Mackenzie pigarreou e cruzou os braços.
― O que o senhor quer dizer com toda essa conversa, Bennet? – interrogou Brandon. – As coisas que você fala tem que ter o mínimo de sentido.
― O senhor também acha que eu sou um maluco... – murmurou Brandon, desanimado.
― Também? – repetiu Mackenzie, erguendo a sobrancelha. – Quer dizer que eu não sou o primeiro? Olha, meu jovem, eu sou um homem muito ocupado. Eu sei que vocês jovens adoram fumar um baseado, cheirar algo e ficarem, como dizem? Em alfa? Em contato com os cosmos? Doidões? Sei lá, qualquer tolice assim. – ele abanou a mão e Brandon torceu a boca. – O que falta aos jovens de hoje é a mão firme do exército. Acredite, ela define o caráter. Mas eu não sou educador e nem pretendo ser. – Wesley olhou para Scott. – Doutor Johnson, a minha proposta é simples. Gostaria que trabalhasse comigo nesse novo projeto.
Scott ficou boquiaberto. Brandon tocou no ombro do padrinho.
― Aceite. – pediu.
― O que?! – Scott arregalou os olhos.
― Aceite! – insistiu Brandon.
― Apesar de um pouco... alto... seu primo mantém a sanidade. – Wesley sorriu. – Doutor Scott Johnson, sua fama o precede. Sei dos seus feitos na área tecnológica, genética e biológica do governo. Acho que não preciso entrar em detalhes. – Mackenzie fitou Scott, que manteve-se calado. – Pense no que poderá fazer com um projeto como o meu em mãos. E não se preocupe, minha equipe é habilitada para isso. Será um grande avanço, acredite. E o senhor, como cientista, com certeza irá se interessar e será um dos primeiros a testemunhar os seus benefícios.
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Perdido no Tempo
Ciencia FicciónBrandon Bennet vive na Nova Iorque de 2035, num mundo regido pelo Sistema, um regime que comanda uma sociedade teóricamente ideal, sem violência, corrupção, crises econômicas, crimes... Mas seria mesmo tão perfeita assim? Brandon, assim como outros...