A queda de Generais

Capítulo 41

💀 Vila de Florest 💀

A porta do quarto deu para um grande corredor de tapete vermelho, havia muitos quartos vazios e ao fim do corredor estava o quarto de Palloma. Melissa sabia que a irmã dificilmente trancava a porta, nunca ouve necessidade para isso. Ambos perceberam que a porta estava encostada e entraram. Palloma estava dormindo com um roupão de panos leves. Melissa disse sacudindo a irmã:

— Acorde irmãzinha, tenho uma surpresa para você. Palloma despertou com os cabelos despenteados, franzindo a testa e esbravejando:

— O que foi garota, preciso descansar para aguentar o ritmo do treino amanhã.

— Quero que conheça que conheça Yohan. — Disse Melissa apontando para o rapaz.

Palloma não estava acreditando no que estava vendo, não imaginava que Melissa seria capaz de levar um rapaz para seu quarto, toda vez que a irmã ameaçava, nunca tinha levado a sério. — Sonolenta e ainda sem acreditar Palloma respondeu:

— Você enlouqueceu de vez? Não quero e nem preciso que trague ninguém ao meu quarto, estou bem sozinha e não tenho presa para ter alguém, tire o rapaz daqui imediatamente ou contarei tudo para mamãe que lhe dará uma bela surra.

Yohan ficou constrangido com a situação já estava virando -se para ir embora quando Melissa insistiu.

— Calma irmãzinha, ao menos converse com o rapaz, me parece ser um bom moço.

— Que o rapaz me desculpe, mas não quero conversar com ninguém. — Disse Palloma olhando e analisando o rapaz. "É um belo rapaz, mas não estou pronta para fazer o que Melissa quer que eu faça".

— De qualquer forma o rapaz tomara um café antes de partir, não faça essa desfeita — relutou Melissa contra a vontade da irmã. Um serviçal entrou e serviu duas xícaras de café.

Palloma esbravejou, mas sabia que tirar o rapaz e seu quarto aos gritos seria pior e consentiu — Que não ultrapasse dois minutos.

Melissa sorriu e pareceu feliz com a decisão da irmã — Vou indo, boa conversa aos pombinhos — Voltou a rir e saiu encostando a porta."Não passara de uma mera e tediosa conversa adolescente, mas se tratando de Palloma já é um grande avanço". Melissa tinha sinceros sentimentos pela irmã, afeto que não era capaz de ter por mais nenhum membro da família, de alguma forma achava que fazendo Palloma não se apegar a ninguém lhe tornaria mais forte.

— Não liga para o jeito oferecido, minha irmã é assim desde muito nova — Quebrou o silencio Palloma. — Sirva-se.

Yohan continuava tímido. Pegou uma das xícaras de café e ofereceu outra a Palloma.

— Pode beber as duas, não quero perder o sono, preciso dormir bem para estar 100% no treino amanhã.

— Vi a senhora treinando hoje, está indo muito bem. — Pela primeira vez Palloma ouviu a voz do rapaz.

— Não precisa me chamar de senhora, me sinto velha — Sorriu — Tenho muito a melhorar, quero me tornar a melhor arqueira da cidade.

— Com esse foco, tenho certeza que logo estará entre as melhores.

— Achou que viria aqui para ter uma noite comigo certo? O que Melissa disse que lhe daria? Ouro? Alimentos? — Afirmou Palloma arrumando os cabelos que ainda estavam em pé.

— Nada senhora, nada. — Respondeu desajeitadamente.

— Pode dizer guri, Mel sempre promete algo em troca de favores. "Até nisso ela pensou, sabe que tenho um fraco por garotos tímidos".

— Disse que me daria ouro e uma moradia maior.

— Como imaginei, só conhecer minha pessoa não o seria suficiente? — Perguntou Palloma bocejando.

— Claro que seria, na verdade não estou acreditando que estou aqui, quase a totalidade dos soldados da cidade tem o sonho de conhecer você e Melissa.

— Certamente preferem Melissa. — Palloma pegou dois travesseiros, apoiou a cabeça e deitou. Ficando com as pernas de fora.

— Não apostaria nisso, eu mesmo prefiro a senhora — Disse Yohan observando as pernas da menina.

— Espero que essa seja a ultima vez que me chame de senhora, tenho apenas 15 anos e odeio formalidades — Palloma sorriu e em seguida voltou a bocejar — Agora vá garoto, preciso dormir, estou todos os dias no campo de treinamento, será bem-vindo caso queira treinar junto.

— Será uma honra senh.. — Yohan voltaria a dizer a palavra, mas conseguiu interrompe-la a tempo. Se recompôs e concluiu — Preciso terminar meu turno com a guarnição. Boa noite até amanhã.

Após Yohan sair, Palloma lembrou do único menino que já havia gostado "Cain está morto, preciso superar esse fato e dar chances para pessoas novas, após tantas perdas, necessito voltar a sorrir" A perda do pai certamente ainda era a mais sentida. — Cobriu -se e voltou a dormir.

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