Capítulo Cinco

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Antes do apito final eu já estava saindo das arquibancadas com Maria em meu colo, como sempre eu optei por evitar o tumulto que se formaria em breve e caminhei para a saída da Arena Corinthians o mais rápido possível

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Antes do apito final eu já estava saindo das arquibancadas com Maria em meu colo, como sempre eu optei por evitar o tumulto que se formaria em breve e caminhei para a saída da Arena Corinthians o mais rápido possível. Minha missão de sair logo dali teria sido cumprida com sucesso se não fosse por certas pessoas gritando meu nome repetidamente.

— Viu só Larissa? Ela já ia fugir.

— Eu só queria evitar a multidão. — revirei os olhos.

— Aham — Larissa riu e pegou Maria do meu colo — oi bebê da tia, vamos ver as meninas?

— Eu acho melhor deixar ela aqui, pode ser que...

— Relaxa, eu vou ter cuidado. Dá tchau pra chata da sua mãe, Maria.

Fiz cara feia para a loira e retribui o aceno que minha filha deu, logo as duas saíram do meu campos de visão e e suspirei já começando a criar paranóias em minha cabeça. Carol que até então estava calada mexendo no seu celular, guardou o aparelho e deu um sorriso maroto para mim.

Lá vem.

— Que Deus me ajude... — sussurrei.

— Os meninos querem te ver, e a barra já tá limpa por lá. Vamos!

A mulher me puxou, quase correndo em direção oposta ao vestiário, estranhei mas nada falei. Ela sabia o que estava fazendo, assim eu esperava. Não demorou muito e nós entramos em um corredor, onde havia algumas portas, Carol parou em frente à uma em específico e bateu duas vezes entrando em seguida e me puxando.

Abri um enorme sorriso assim que vi os quatro jogadores ali, Casemiro foi o primeiro a vir até mim, me dando um abraço de urso. Firmino e Marquinhos vieram depois, me apertando e quase me tirando do chão.

— Da última vez que eu te vi tu tava do mesmo tamanho que tá agora. — Casemiro falou e eu lhe mandei o dedo do meio.

— Agradece pô, continua com rostinho de 18. — Firmino bagunçou meus cabelos.

— Certo, certo, agora cadê meu menino? — perguntei me referindo à Gabriel.

— Ali com cara de bunda. — Marquinhos apontou para o canto da sala.

Caminhei até meu melhor amigo e o abracei apertado. Tinha visto sua frustação em campo e aquilo tinha partido meu coração, detestava vê-lo assim.

— Para com isso homem, você fez um ótimo jogo hoje, uma hora o gol vem. — depositei um beijo em sua bochecha.

— Eu sei nega, mas é frustante... Eu tentei tanto. — suspirou.

— Então continua tentando, você sabe do seu potencial assim como eu e todo mundo que te apoia. Para de graça, eu odeio te ver cabisbaixo.

— Valeu nega — ele sorriu fraco e deixou um beijo na minha testa — cadê a Maria?

— Ah, a Larissa levou ela para ver a Bela e a Valentina. Aliás acho melhor eu ir atrás dela. — peguei meu celular e enviei uma mensagem para Larissa.

— Deixa a criança se divertir poxa, ela não tem nenhum amiguinho fora da escola, passa o dia todo em casa sem ninguém da idade dela e quando ela tem a chance de reencontrar as únicas amiguinhas você fica em cima. Para com essa sua super proteção Babi, você vai acabar afetando a Maria. — Gabriel soltou, me deixando surpresa e confusa ao mesmo tempo.

O encarei por breves segundos e neguei com a cabeça, levantando em seguida.

— Babi, eu não quis dizer isso.

— Relaxa, eu vou pegar um ar. — disse já saindo da sala.

O ditado popular está certíssimo, a verdade dói. Por mais que eu não esperasse isso do Gabriel, eu sabia que era a mais pura verdade, meu medo me fazia isolar minha filha de tufo aquilo que uma criança normal tem direito. Diversão, amigos, etc, ela nunca reclamou comigo sobre esse assunto, talvez ela já esteja acostumada e tenha aceitado a situção.

Por Deus, eu estava sendo um monstro cruel com minha filha e sequer notei isso. Estava mais preocupada em colocá-la em uma bolha de proteção do que deixá-la viver.

Uma bolha de proteção criada para protegê-la de alguém que era mais que importante em sua vida.

Apressei meus passos pelo vasto corredor, querendo encontrar o mais rápido possível a sala que Larissa havia mandado por mensagem. Queria ir logo para o hotel, precisava descansar e colocar as ideias no lugar.

— Que droga, onde fica essa sala? — resmunguei para mim mesma e olhei novamente a mensagem que ela havia mandado, chequei o número e continuei a procurar.

Suspirei aliviada assim que avistei a bendita sala e caminhei até a mesma, abrindo a porta sem cerimônias.

— Larissa, eu preciso... — me calei imediatamente, as palavras também pareciam ter sumido da minha boca.

— Bárbara?

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