Águas Passadas ✅

Capítulo Sete

Me olhei no espelho pela quinta vez e dei um suspiro, passando as mãos pelo quadril e analisando o vestido que eu acabara de escolher. Estava finalmente satisfeita com o modelito após algumas trocas anteriores.

— Estou pronta. — falei saindo do meu quarto.

— Finalmente né, fia? — Marcelo disse me fazendo revirar os olhos e mandar o dedo do meio para o mesmo.

Além dele e Clarice, Gabriel, Carol e Marquinhos também estavam. Gabriel insistiu em fazer uma pequena comemoração devido a classificação para as semifinais da Copa América e viajou pelo Rio logo pela manhã, Carol e Marquinhos vieram no embalo e Clarice e Marcelo apenas aproveitaram que já estavam no Rio.

Mesmo com a aprovação do Tite, eu ainda briguei muito com Gabriel, preferia que ele estivesse treinando.

— Tem certeza que vai dar conta das duas, mãe? — olhei a mais velha que estava brincando com Maria e Duda.

— Claro que sim, cuidei de você que era duas em uma, sem precisar de nenhuma ajuda. — ouvi os risos dos meus amigos e não pude evitar rir também.

— Vamos logo, tá ficando tarde — falei e deixei um beijo na testa das pequenas — se comportem hein. — pisquei e caminhei para fora junto com os outros.

A escolha do lugar ficou por conta do Gabriel mas eu tive que interferir senão ele iria, obviamente, escolher alguma balada ou festinha desse tipo é por isso estávamos indo agora para um restô-bar.

O trajeto foi tranquilo e barulhento por conta dos três metidos a pagodeiros que não se calaram por um segundo, e eu não podia negar que eu adorava aquele astral. Estar reunida com eles novamente depois de tempos era bom, me fazia relembrar os velhos tempos.

Vinte minutos depois nós chegamos e fomos para a nossa mesa reservada.

— Já que vocês não podem beber, a gente faz esse favor para vocês. — Clarice piscou e entregou bebida para mim.

— Ih, mas eu não tô jogando. — Marcelo protestou nos fazendo rir.

— Mas você vai dirigir, meu chapa. — Marquinhos deu um tapinha nas costas do carioca que bufou.

Após alguns drinks e conversas aleatórias, nossos pedidos haviam chegado e sem demora, atacamos.

— Ué, eles mudaram de ideia? — Gabriel perguntou olhando para algo atrás de nós.

E só quando nós olhamos para trás que conseguimos entender. Pela porta do restô-bar entravam Casemiro e Philippe.

Me virei novamente e cruzei os braços encarando Gabriel seriamente. O moreno deu um riso fraco e em seguida tossiu, fingindo que nada estava acontecendo.

— Eu vou embora. — disse já pegando minha bolsa e meu celular.

— Vai embora coisa nenhuma, uma hora ou outra vocês vão ter que parar com essa frescura e ter uma conversa séria, como dois adultos. — Clarice disse séria e puxou os objetos das minhas mãos.

— Só para você saber, o Couto disse que não vinha, eu também tô surpreso de ver ele aqui. — Gabriel se defendeu e eu bufei.

— Acho que ele deve ter mudado de ideia depois que eu falei que a Babi vinha, mas não tenho certeza. — Marcelo falou pensativo e eu o encarei com deboche.

— Vacilão. — Carol deu um tapa no jogador, que resmungou em seguida.

Fechei os olhos e passei as mãos no rosto enquanto ouvia os cinco discutindo entre si. Eu só queria voltar para casa e ficar o mais longe possível, não estava nenhum pouco me importando em soar imatura.

Minha sanidade mental é o que mais deve importar.

— Fala rapaziada! — ouvi a voz de Casemiro e respirei fundo antes de levantar o rosto e os encarar.

— Pensamos que vocês não viriam. — Marquinhos comentou.

— Foi de última hora — o camisa 5 deu de ombros e puxou uma cadeira para se sentar conosco — fala Babi, tudo bom?

— Aham. — dei um sorriso falso e tomei o último gole da minha bebida.

— E essa cara de bunda? Achei que ficaria feliz em me ver.

— Ela não ficou feliz em me ver. — Philippe comentou e eu não pude evitar rolar os olhos.

Irritante.

— Tem gente que se acha o centro do universo. — sussurrei.

— Chega, né? Vamos pedir mais comida que esse pouquinho aí não me encheu. — Marcelo disse e gritou pelo garçom outra vez.

Já se passava das nove e meia quando decidimos ir embora, afinal, amanhã pela manhã Gabriel e companhia iriam viajar para Belo Horizonte.

Casemiro já havia ido na frente junto de Marcelo e Clarice, restando só eu, Gabriel, Carol e Marquinhos e por fim, ele. Obviamente não consegui segurar minha língua quando o ouvi dizer que iria conosco, inventei inúmeras desculpas como a de que o carro já estava cheio até a de que não iríamos para casa ainda.

Certamente nenhuma funcionou visto que agora ele estava sentando no banco ao meu lado tentando, de novo, conversar comigo.

— Quando você vai desistir? — perguntei baixo, sem o olhar.

— Quando você aceitar conversar comigo civilizadamente e não ficar fugindo disso como uma covarde. — ele respondeu no mesmo tom e eu sentia seu olhar me queimar.

Após a sua última fala, fiquei em silêncio durante todo o trajeto e Philippe não fez muito diferente, abrindo a boca somente para conversar com os meninos.

Suspirei aliviada quando o carro de Gabriel parou em frente ao meu prédio, antes que eu pudesse descer, senti o camisa 11 segurar meu braço, me fazendo o olhar imediatamente.

Seu toque, mesmo sendo mínimo, ainda me causava arrepios e eu odiava cada célula do meu corpo por ainda reagir assim quando se trata dele.

— Pensa bem. — ele disse antes de colocar um papel na palma da minha mão.

Fiquei alguns segundos paralisada o olhando mas logo despertei do transe, puxando meu braço e me despedindo de Gabriel e Marquinhos, logo caminhando junto com Carol para o meu apartamento.

A loira insistiu incansavelmente para saber o que tinha no papel mas eu não cedi e deixei para abrir somente quando estivesse sozinha. E foi o que eu fiz. Depois que Carol fora embora levando a filha, esperei minha mãe e Maria dormir para só então ler o pequeno bilhete.

Philippe havia me dado seu número.

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Esse capítulo não ficou tão do meu agrado mas aí está, me desculpem qualquer erro.

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