Águas Passadas ✅

Capítulo Dezessete

— Tem certeza que tá bom? — eu perguntei pela quarta vez em cinco minutos.

— Tá uma delícia, Babi! — Bruna disse depois de provar outra vez um pouco do estrogonofe que eu estava fazendo.

A ideia inicial que eu e Philippe tinhamos em mente era fazer um grande almoço em família, mas a única coisa que conseguimos foi um simples jantar com nossas mães, não que aquilo não fosse algo bom, mas nós realmente queriamos toda a família junta.

Mesmo com lugares ocupados para apenas quatro pessoas, eu não ia poupar a comida. Fazia tempo que não tinhamos um momento tão família assim, levando em conta que ultimamente só gastamos nosso tempo com nossos amigos, sozinhos ou com a Maria.

— Agora se você me dá licença, eu tenho uma sessão importantíssima de Frozen com a minha sobrinha — a loira pegou uma vasilha cheia de pipoca e refrigerante — até mais, maninha!

— Bruna, não deixa ela beber muito refrigerante e não deixa ela acordada até depois das 22h! — eu disse já vendo a mais nova subir as escadas enquanto acenava.

Suspirei fundo e caminhei para a sala de jantar, começando a organizar a mesa.

— Ei ei, o combinado era que eu cuidaria da mesa. — ouvi a voz de Philippe e me virei vendo o mesmo vindo até mim com uma garrafa de vinho em mãos.

— Tudo bem amor, você pode por o estrogonofe na travessa para mim? E eu já fiz a sala e o arroz, então só falta trazer para a mesa.

— Da próxima vez eu vou fazer tudo sem que você veja. — ele disse antes de me dar um selinho e sair para a cozinha.

Foram apenas vinte minutos até a campainha tocar e nossas mães entrarem e virem nos cumprimentar. Logo o jantar foi servido e nós engatamos em um conversa super animada sobre o passado. Aquilo estava sendo completamente incrível, dividir um momento em família com Philippe e sua mãe novamente não era algo que eu achasse que fosse ser possível desde o acontecido.

Mas agora estava acontecendo e era tudo que importava.

— Sabe, eu sempre soube que vocês voltariam — minha sogra começou — vocês foram feitos um para o outro, não tinha como não dar certo.

Nós rimos e eu neguei com a cabeça, dando mais um gole no meu vinho.

— Acho que o que nós precisamos foi de amadurecimento. — falei sincera e olhei para Philippe, que concordou com a cabeça dando um sorriso.

— E que amadurecimento, não é? Uma filha! Você não sabe o quanto eu fiquei feliz quando soube que tinha uma neta, sempre foi meu sonho.

— Sinto muito que as circunstâncias só tenham permitido que a senhora a conhecesse agora, Dona Esmeralda, sinto muito mesmo. — suspirei.

— Ah querida, pare com isso, o importante é que vocês estão juntos e felizes. Eu não poderia querer mais. — ela sorriu sincera.

Retribui o gesto e dei uma última garfada na minha comida, estava tão bom que nem conseguia acreditar que eu quem tinha feito.

— E quando é que sai o casamento? — a voz da minha mãe finalmente foi ouvida, e aquilo me fez engasgar bruscamente.

Tossi muito por algum tempo até conseguir me recompor. Estava vermelha e meus olhos estavam lacrimejando bastante, pigarreei e dei mais gole no meu vinho.

— O que? — eu disse depois de um tempo em silêncio.

— Ué, vocês estavam noivos antes de terminarem, agora que voltaram vão perder mais tempo? — Dona Beatrice falou como se fosse algo óbvio.

— Mãe, não é assim... Nós temos vidas e planos diferentes agora, não podemos mudar tudo de uma hora para outra. Primeiro precisamos planejar e depois executar. — eu disse calma e ouvi o murmuro de Philippe.

— Casar com sua filha é o que eu sempre quis e ainda quero bastante Dona Beatrice, mas eu concordo com ela, não precisamos apressar as coisas e arriscar estragar tudo outra vez. Deus que me livre. — todos rimos de sua última frase.

— Vocês tem razão, desculpa, é que eu esperei tanto por esse momento que agora estou ansiosa para os próximos capítulos. — assenti dando uma risada fraca.

Eu também estava.

O resto do jantar foi tranquilo, sem mais perguntas sobre casamento, o que eu agradeci mentalmente. Estava tudo indo bem do jeito que estava. Após nossas mães e Bruna irem embora, Philippe me ajudou com as louças e depois nós subimos.

Maria estava adomercida no quarto ao lado do de Philippe e eu agradeci por aquilo. Eu estava exausta e só queria um bom banho e depois, cama. E foi esse esquema que segui. Depois de um banho relaxante de meia hora, sai do banho e me vesti com um baby doll que eu havia deixado na casa de Philippe.

Me deitei na cama e esperei meu namorado sair do banheiro. Estava quase pegando no sono quando senti a cama afundar e o braço de Philippe me abraçar pela cintura.

— Cansada? — ele perguntou enquanto distribuía beijos pelo meu rosto e acariciava minha coxa.

— Demais. — fechei os olhos me entregando as carícias.

— Que pena, porque você tá muito gostosa nessa roupinha. — ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo morder o lábio e dar uma risadinha.

— Sem chance amor, eu realmente tô cansada. — coloquei minha mão em cima da sua e fiz carinho na mesa.

— Tudo bem vida, vamos dormir. — Philippe depositou um beijo no meu ombro e outro na minha bochecha.

— Como vai ser? — perguntei com os olhos ainda fechados, estava quase me entregando ao sono.

— O que?

— Você vai embora, e nós?

— Nós vamos continuar firmes e fortes, meu amor. Sei que você jamais aceitaria largar tudo aqui para ir comigo e eu super te entendo, mas nós podemos fazer dar certo, nós vamos fazer dar certo. Nunca vou deixar de te mandar mensagem ou te ligar para saber como foi seu dia, e sempre que você puder pode ir me visitar e vice-versa. Não tem como dar errado, princesa. — falou enquanto continuava a me fazer carícias.

— Eu te amo. Muito. — sussurrei somente para que ele escutasse.

A única coisa que eu conseguir ouvir antes de pegar no sono fora um "eu te amo muito mais" como resposta saindo de sua boca.

Nós faríamos dar certo, longe ou perto.

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Desculpem qualquer erro ortográfico, capítulo não revisado!

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