Capítulo Doze

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Furiosa.

Era assim que Bárbara estava se sentindo nesse exato momento. Não conseguia digerir o fato de que sua própria irmã havia feito o que fez com ela. Era covardia.

Após Philippe sair do vestiário a deixando sozinha, a morena ficou ali por mais alguns minutos até se recompor e então saiu, em busca da irmã. Enquanto fazia o seu caminho até o último lugar onde a loira estava, tentava arduamente não pensar em fazer alguma besteira. Sabia que agir na hora da raiva só traria consequências ruins e ela não estava procurando por mais problemas em sua vida.

Seus olhos percorreram o gramado e ela torceu o lábio ao ver a irmã brincando com Maria. Como ela poderia agir tão normalmente depois de praticamente foder com a vida de sua irmã?

Bárbara caminhou até a loira, que logo percebeu a presença de sua irmã e abriu um sorriso.

O sorriso mais cínico que ela já vira.

A morena respirou fundo e cerrou os punhos com força. Precisava se manter calma e não fazer nada que trouxesse arrependimento depois, mas tudo que ela queria fazer naquele momento era socar o rosto da mais nova.

— Como você teve coragem? — Bárbara perguntou encarando a irmã com raiva.

— O que? — a loira riu — é errado falar para ela que ela tem um pai?

— É errado você se meter na vida alheia assim, e achar que tá tudo normal. Para de se meter na vida dos outros assim Bruna, é ridículo! — a morena aumentou o tom de voz, chamando a atenção de algumas das poucas pessoas que ainda estavam pelo gramado.

— Lá na frente você vai me agradecer por isso Babi, não só você como a Maria também. — Bruna falou baixo e saiu dali sem falar mais nada.

Bárbara soltou o ar preso em seus pulmões e olhou para baixo, vendo a filha lhe encarar confusa. Ela sorriu para a pequena e a pegou no colo, saindo dali e caminhando até o estacionamento.

Após colocar a pequena na cadeirinha, a mulher sentou-se do lado da filha e deu um suspiro longo.

— Mamãe precisa te explicar umas coisas, mas você vai prometer que não vai ficar brava comigo, certo?

— Certo mamãe. — a pequena sorriu.

— Sabe o moço que você conheceu hoje? — Maria assentiu e Bárbara prosseguiu — ele... ele é alguém muito, muito especial para a mamãe e... para você também. — sorriu fraco e fez um carinho na bochecha da filha.

— Ele é mesmo meu papai? Tia Bu que disse. — a pequena questionou enquanto brincava com as mãos.

Bárbara nunca pensou que tal momento chegaria tão rápido assim. Não estava em seus planos — um tanto egoístas — contar para Maria sobre quem era seu pai. Mas de alguma forma, ela não estava mais com tanto receio, sentia uma ponta mínima de segurança.

— Sim meu amor, ele é seu papai. — a mulher sorriu sem mostrar os dentes e o olhar da pequena ficou vidrado na mãe.

Era tudo muito "novo" e confuso para ela, afinal ela era apenas uma criança que passou anos sem uma figura literalmente paterna ao seu lado, porém, diferente da reação negativa que a mulher esperava, a pequena se animou e celebrou aquilo.

— Ok, nós vamos agora lá para o hotel ver os titios e —

— E o papai! — Maria falou exaltada enquanto batia palmas.

Bárbara quase derramou algumas lágrimas ao ver o quanto a filha estava feliz. Aquilo não tinha preço.

Assim que ela chegou no hotel, Casemiro e Gabriel já estavam na entrada a esperando. Maria correu para os braços do camisa nove e Bárbara cumprimentou Casemiro com um abraço apertado.

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