Exatamente duas semanas haviam se passado desde que Bárbara e Philippe tiveram contato, desde então eles só conseguiam trocar mensagens rápidas e nada mais.
Os dois estavam extremamente ocupados e mesmo que fizessem de tudo para não ficar sem notícias um do outro, o pouco que conseguiam fazer não chegava a ser suficiente para suprir a saudade que sentiam um do outro.
Bárbara não havia contado para ele, mas uma semana atrás perdera seu emprego e estava completamente perdida. Mesmo com a ajuda financeira de sua irmã e sua mãe, ela estava desesperada. Odiava ser bancada pelos outros e agora não era só ela, tinha uma filha também.
Sentia-se egoísta pelo fato de esconder isso do namorado, mas ao mesmo tempo preferia assim pois se sentiria pior ainda se ele quisesse sustentá-las. A morena era um poço de orgulho e isso era uma característica fixa dela.
Seus dias depois de ficar desempregada foram completamente entediantes, já que ela não fazia nada além de passar todas as horas desses dias em busca de um emprego, o que não era fácil. A despesa da escola de Maria estava agora por conta da irmã, a única que ainda estava trabalhando e por mais que Bruna não reclamasse — muito pelo contrário — a mais velha se sentia incomodada, afinal, Maria era sua filha, sua prioridade. Assim pensava ela.
Suas visitas ao orfanato ficaram ainda mais frequentes, e ela finalmente conseguiu conhecer boa parte das crianças ali. Sem mencionar o fato de que já estava completamente apegada à uma em especial, a linda bebê de olhos azuis e bochechas gordinhas que agora também estava bastante apegada à morena.
Foi inevitável não se apaixonar por um ser humano tão pequeno e tão adorável quanto aquele, ela sabia que estava indo por um caminho precipitado mas ela já não se importava mais. Poderia ser coisa da sua cabeça mas uma parte de si já encarava aquilo como uma certa benção, e se ela estivesse predestinada aquilo? E se fosse para ser?
Poderia ser que não, mas a carioca estava disposta à arriscar e apostar suas fichas nisso.
Ela já não descartava mais a possibilidade de adotar a pequena, sabia que seria um processo árduo e cansativo mas iria enfrentar. A única coisa que lhe faltava agora era coragem suficiente para contar isso para Philippe, como ele se sentiria se do nada ela chegasse falando que quer adotar uma criança? O conhecia bem e sabia que seu maior sonho era ser pai e bem, ele já era, mas será que ele não cogitava a ideia de outra filha?
Esses pensamentos cansaram sua mente na última semana, sua mãe e irmã estavam a apoiando e incentivando tanto que ela estava quase assinando os papéis para começar a dar entrada no processo de adoção, porém ainda tinha o passo final, e ele se chamava Philippe Coutinho.
E era por isso que ela estava há meia hora em frente ao seu notebook, na tentativa de ligar para ele por chamada de vídeo.
Vamos lá, o que de pior ele pode dizer? "Você ficou maluca?" ou "nem pensar" são os menos piores. Ela disse para si mesma em pensamento e suspirou, finalmente ligando para o jogador.
Não demorou mais que três minutos para que ele aceitasse a ligação e seu rosto amassado e seus cabelos bagunçados aparecessem na tela do computador.
— Guten morgen, meine liebe — ela arriscou seu alemão e deu um risinho — te acordei?
— Não amor, na verdade eu já tava acordado, só fiquei na cama criando coragem para levantar... Sou acostumado com o fuso horário da Europa mas parece que fiquei mais cansado esses dias — ele bocejou e ajeitou o notebook em seu colo — e olha só, já arriscando o alemão é? — ele deu uma risada.
— Claro, tenho que está preparada se eu quiser me encaixar aí quando for morar com você. — ela brincou e pôde ver o sorriso do jogador aumentar.
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Águas Passadas ✅
FanficBárbara e Philippe mantiveram um relacionamento quase duradouro, quatro anos de namoro, um de noivado e um "felizes para sempre" quase certo. Mas como nada que é bom vem fácil, tudo que eles construíram chegou ao fim quando a morena decidiu ir embor...