- Espera um instante, eu quero falar com você - Lukas me parou na saída do colégio, eu fiquei até o fim das aulas na detenção junto dele, na saída eu me encontrei com o Victor que aí ao meu lado neste exato momento e assim como eu, ele também está surpreso. O Lukas parecia realmente preocupado, acho que ele está com medo que eu fale pras pessoas que ele é apaixonado pela namorada do meu irmão - a sós - falou ele olhando para o Victor, o mesmo me olhou esperando meu pronunciamento. Eu lhe lancei um olhar que ele entendeu ser um pedido mudo para que ele nos deixasse a sós, ao entender o meu olhar ele ficou boquiaberto e olhou para mim e para o Lukas com espanto.
- É sério isso? - perguntou ele me olhando com as mãos nos quadris.
- O Lukas vai me levar pra casa então você pode ir na frente, eu te encontro depois tá!? - falei me despedindo dele com um beijo na bochecha, nesse momento senti um olhar gélido sobre nós, foi estranho.
Eu segui o Lukas até o carro dele, ao entrarmos ele deu partida no mesmo e fomos até uma lanchonete um pouco longe da escola, na verdade do outro lado da cidade, acho que ele não queria ser visto pelos amigos dele ou qualquer pessoa da escola.
- Então, por que voce me trouxe aqui? - perguntei enquanto olhava em volta, não tinham muitas pessoas, apenas um pequeno grupo de pessoas em uma mesa, nós nos sentamos em uma mesa perto da janela de vidro enorme com vista para a rua.
- Eu quero a sua garantia de que não vai contar pra ninguém sobre oque eu sinto pela Genevive - falou ele em um tom mais suave e calmo. Seu perfume forte e suas roupas de tom escuro deixam seu ar de bad boy mais acentuado, oque chama a atenção de algumas das garotas na mesa ao lado, por alguma razão isso me deixa um pouco incomodada.
- Se você não queria que ninguém soubesse então por que me contou? - falei apoiando meus braços na mesa fazendo com que meu rosto se aproximasse um pouco mais do seu. Ele olhou em volta e bufou, logo em seguida ele se acomodou na cadeira, cruzou os braços e me olhou atentamente.
- Eu não sei, algo em você e naquele momento me fizeram contar, talvez tenha sido por causa do álcool, de repente o cigarro, eu senti que ele estava diferente, talvez os caras tenhas exagerado na quantidade de erva - suas palavras me deixaram chocada, ele fuma e ainda por cima erva, eu odeio esse tipo de gente, quer saber, ele é pior do que eu imaginei.
- Você está falando sério? Porquê eu acho melhor que não esteja - falei em um tom firme já pronta pra levantar e ir embora, a raiva começou a aumentar pois sua expressão não mudou em nada, ele parecia tranquilo quanto aquilo. Ao não falar nada eu me levantei, quando passei pela porta ele me puxou pelo braço. A proximidade fez seu perfume envadir meu nariz, de alguma forma isso fez a raiva diminuir.
- Por que tá tão brava? - perguntou ele me olhando fixamente. Eu me afastei dele o encarando e quando já estávamos a uma distância confortável um do outro a raiva foi sumindo e dando lugar ao nervosismo.
- Escuta bem. Eu não vou falar pra ninguém que você é apaixonado por aquela megera, na verdade eu acho que você dois se merecem - falei quase gritando e ao terminar percebi que as pessoas da lanchonete estavam nos olhando, isso fez o meu nervosismo aumentar ainda mais.
- Então por que você não diz pro seu irmão as coisas horríveis que ela faz com você? - perguntou ele ainda calmo, "a sua calma me irrita". Ele pôs as mãos nos bolsos e continuou me olhando fixamente.
- Ele nunca acredita em mim, pra ele a Genevive é perfeita. O meu próprio irmão não acredita em mim e eu odeio ela por isso, ele vai sofrer por causa dela, eu sei disso e eu me sinto péssima por não poder fazer nada em relação a isso - falei já triste. Se eu pudesse fazer alguma coisa pra impedir que ele sofra, eu faria sem pensar duas vezes.
- Então por que você não separa eles? - suas palavras me deixaram estática, "separar eles dois?". Retiro oque eu disse antes, eu preciso pensar bastante sobre isso.
- Mas, como eu faria isso? - perguntei o encarando com dúvida, ele sorrio e se aproximou de mim, bastante.
- Com a minha ajuda - falou ele como se fosse a coisa mais obvia. "Seu cinismo realmente me impressiona". Ele sorrio e eu balancei a cabeça em negação freneticamente.
- Eu não vou deixar que você dê em cima da Genevive e o meu irmão acabe pagando de corno, sem chance - disse negando enfática e repetidamente. Ele coçou a cabeça e seus cabelos ficaram bagunçados, isso o fez ganhar um ar sedutor. Ele me encarou por alguns segundos e depois se pronunciou.
- Tá legal, então a gente pode pensar em outra coisa - sugeriu ele vindo em minha direção porém passando por mim e seguindo até seu carro. Eu fui atrás dele e entramos no mesmo, pusemos o cinto de segurança e antes de ele dar a partida no carro disse: - Eu vou te pegar na escola depois da aula pra gente conversar melhor sobre isso - falou e logo depois deu a partida. Durante o caminho de volta pra casa ele ligou o rádio e ficamos escutando músicas aleatórias. Quando chegamos ele desligou o motor e se virou em minha direção - me dá o seu celular - falou ele estendendo a mão, eu franzi o cenho e o encarei.
- Pra quê? - perguntei e ele apenas balançou a mão pedindo novamente o celular. Eu bufei, pus a mão no bolso e retirei meu celular o pondo em sua mão. Ele o pegou e começou a mexer em alguma coisa, meu celular nunca teve senha pois nunca tive nada a esconder, mas o Ryuki e o Victor sempre pegavam o meu celular pra mecher nas minhas anotações e fotos. Ao terminar ele me devolveu o celular e ao olhar para o mesmo pude ver que ele havia salvado o seu número no meu telefone e ainda colocou um coraçãozinho ao lado do seu nome.
- Me liga quando sair da escola amanhã - falou ele me encarando.
- Mas você não vai pra escola amanhã? - perguntei curiosa. Se bem que, ele vive faltando as aulas.
Ele me olhou e sorrio divertido.- Eu tenho uns lances pra resolver - falou já ligando o carro novamente. Eu saí e ao fechar a porta ele foi embora, eu fiquei parada na calçada o olhando desaparecer na estrada. O frio começou a surgir então eu andei em direção à minha casa, as luzes estavam apagadas oque significa que o Ryuki ainda não chegou, o estranho é que já são 7:20 da noite, ele não costuma chegar tão tarde, mas provavelmente está com a Genevive. "Eu já disse que odeio ela?".
Depois de entrar em casa eu liguei as luzes, subi as escadas e fui em direção ao meu quarto, mas quando passei pelo quarto do Ryuki, minha cabeça foi a mil, eu ouvi gemidos, pela altura e a voz esganiçada, sem dúvida era a Genevive. "Isso não está acontecendo". Um ódio me subiu a cabeça e pra não fazer besteira eu desci as escadas correndo e fui até a casa do Victor que fica ao lado da minha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quem Disse Que Eu Te Amo ?
RomanceAkira Kawasaki, nascida na Califórnia porém de família japonesa, aos 18 anos Akira nunca viveu grandes emoções como a maioria dos adolescentes que estão sempre se arriscando em busca de "diversão". Akira tem um profundo ódio pela namorada do seu irm...