Capítulo 15

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Quando acordei Matt não estava lá. Será que ele tinha ido embora como na outra vez?

Comecei a procura-lo pela casa, mas dessa vez ele não tinha ido embora. Ele estava na cozinha, preparando o café da manhã.

- Dormiu bem? - perguntei.

- Sim. Queria te fazer uma surpresa, mas já que você já acordou...

- Obrigada. Desculpa estragar a surpresa.

- Não tem problema. - Ele ficou olhando a neve pela janela e disse: - Está nevando muito lá fora. Vai ter que me aturar mais um pouco.

- A essa altura já estou acostumada - disse soltando um risinho.

Nós dois tomamos o café da manhã e depois disso não sabíamos muito o que fazer. Começamos a brincar de forca, perfil, e comecei a acender e apagar velas, só para matar o tempo.

Então eu disse:

- Ontem foi divertido.

- Também achei. Mas você ficou com medo que eu vi.

- Até parece. Pensa que não te vi fechar os olhos em algumas partes?

Matt pareceu que ia dizer alguma coisa, mas naquele momento Zouth chegou, interrompendo o que ele ia dizer.

- E aí, Eli? - disse ele. - Matt? O que ta fazendo aqui?

- Eu... hmm...

- Você dormiu aqui?

- Não, não. - Ele parecia um pouco intimidado.

- Ótimo. Quem quer chocolate quente?

Então ele foi para a cozinha e nós ficamos ali, com um silêncio constrangedor.

Mais tarde Matt e eu resolvemos fazer cupcakes. A cozinha ficou uma bagunça, mas no final deu certo. Fui levar um pra Zouth, que disse com um tom meio pretensioso:

- Gosto dele. Ele sabe cozinhar e me parece um cara legal.

- É, as vezes ele sabe ser assim.

- Mas me fala: você tá gostando dele?

Nem respondi. Só entreguei o cupcake e saí. Quer dizer, já era difícil entender o que sentia, imagina falar disso com meu irmão.

Quando olhei para ele, lá estava conversando com Matt na cozinha, e então me retirei pra sala, liguei a tv e fingi que prestava atenção no que estava passando.

Anoiteceu, e Matt resolveu ir embora. Eu o levei até a porta e então ele me deu outro beijo. Dessa vez foi um rápido, então ele sorriu, acenou e foi.

Subi para meu quarto e logo liguei para Sasha:

- Alô - disse ela.

- Sasha, preciso de ajuda.

- O que aconteceu? - perguntou ela num tom de preocupada.

- Matt e eu nos beijamos. E agora não sei o que fazer.

- Ai meu Deus! - ela gritou tão alto que até tive que afastar o telefone. - E como foi ?

- Ah, foi bom. Não sei descrever.

- Wow, isso que é beijo hein, garota.

- Mas eu não sei, agora sinto que as coisas ficaram meio estranhas. Você ta com raiva de mim? Quer dizer, você gostava dele.

- Já virei a página faz tempo. Mas então, foi ele quem te beijou?

- Foi.

- Então ele tá a fim. Só dá um tempo pra ele, você vai ver, logo ele vem falar com você.

- Você que é especialista em amor, então to contando contigo. Mas eu sei lá, preciso esclarecer as ideias. Que tal sairmos juntas? Só nós duas?

- Claro, que tal cinema?

- Perfeito.

- Ta, já venho te buscar

- Estarei esperando.

Não depois de muito tempo ela chegou, e nós duas fomos assistir um filme no cinema. O filme foi horrível, mas a companhia era perfeita. Ficamos acertando pipoca nas pessoas e brincando de interpretar os personagens. O filme acabou e Sasha disse que a mãe dela estava ligando para ela ir para casa. Resolvi voltar caminhando, então nos despedimos, e comecei a andar para casa.

No meio do caminho, vi um homem assaltando um velhinha e resolvi ajudar. Ele estava na beira da estrada, e a velhinha gritava com sua voz rouca. Corri até ele, e soltei luz das mãos, tão forte que podia até cegá-lo. Não que essa fosse a minha intenção. Quando cheguei mais perto, coloquei as mãos em seus braços, e pude sentir o calor saindo de mim e indo para ele. Ele começou a gritar e foi quando percebi que seus braços estavam começando a pegar fogo. Logo absorvi o calor, mas ele, meio traumatizado me entregou a bolsa e disse:

- Calma aí moça, não é como se eu estivesse tentando matar ninguém.

- Isso é pra você aprender a não sair por aí assaltando velhinhas.

Falei com um de mais confiança do que sentia. Claro que se ele tentasse fazer alguma coisa de novo não ia sair queimando o cara até ele virar pó. Entreguei a bolsa para a velhinha, que saiu andando com um olhar de medo.

Quando ela estava no começo da estrada, senti como se tivesse alguém perto da onde eu estava. Estava tão escuro, e eu tentava usar meus poderes para iluminar, mas de repente me senti tão fraca, como se não tivesse energia nenhuma em mim. Meus olhos começaram a ficar pesados, e então de repente eu caí. Tudo que pude ver foi um par de sapatos que me pareciam um pouco familiares antes de a escuridão tomar conta de mim.

A garota iluminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora