O Inferno de Dante

Capítulo 5

Dante

Os estágios do treinamentos começaram a avançar.

Hoje eu completo 15 anos. Fui pra escola, pois minha mãe insistia que eu terminasse os estudos. Claro que por mim, já estaria nas ruas aprendendo com os soldados, mas devíamos nos comportar como uma típica família rica americana. Eu precisava frequentar esses colégios e aguentar esses mimadinhos. Enrico e eu, vivíamos juntos na escola e adorávamos tirar sarro dos babacas engomadinhos do colégio.

Na saída, a SUV já me espera para me levar ao escritório da Família, no centro de Manhattan. No caminho, sofremos uma emboscada. E me vi sendo levado por homens mascarados. Tentei reagir, mas fui acertado na cabeça e apaguei.

Quando acordei, estava sem roupa, preso por correntes que vinham do teto. Estava em algum tipo de galpão.

Um homem com cara de mal apareceu trazendo com ele uma maleta cheia de ferramentas. Apesar de jovem, já tinha visto algumas torturas realizadas por meu pai e por outros capos. Sabia que iria ser torturado, ainda não entendi o porquê e nem por quem.

"Então, a bela adormecida acordou. Está pronto para conhecer o inferno, jovem rapaz?"

"Sim, quero ver você fazer o seu pior." Eu disse, olhando o com desprezo, procurando manter-me o mais calmo possível.

Na teoria eu sabia o que iria acontecer, meu avó sempre me falou das possibilidades que estávamos sujeitos a passar, caso fossemos torturados. Ele disse que o importante para sobreviver era manter a calma, os batimentos cardíacos deveriam ser firmes e constantes, a respiração cadenciada. A dor, levada à uma parte longínqua do cérebro.

"O garoto é corajoso, quero ver até quando vai durar isso. Logo mais, estará chorando feito uma criancinha" disse rindo. O cara era mesmo assustador, cheio de cicatrizes. Parecia um armário de tão alto e musculoso.

A tortura chegou com um banho frio e eu sabia o que isso iria levar a algo pior: choques. E assim foi, sentia meu corpo anestesiado, a dor de cada choque atravessava meu corpo.

Acho que foram uns 3 dias de tortura de todos os tipos. Tomei choques, me afogavam em água gelada, me batiam, arrancaram algumas unhas, passei frio, calor, fome, e não me deixavam dormir. As vezes desmaiava de cansaço para ser acordado e começar tudo de novo.

Meu torturador vinha, sempre tentando me assustar e eu o provocava cada vez mais. Eu não tinha medo dele. Sabia que alguém iria vir me resgatar e depois, quem iria rir por último seria eu. Esse cara iria morrer nas minhas mãos.

Eu estava pronto pra mais um dia naquele inferno que se tornou a minha estadia nesse lugar imundo. Ouvi passos e vi entrar alguns homens, e ouvi uma voz conhecida. Era o Senhor das avaliações. Então eu percebi que eu estava na Arena.Eu estava sendo testado.

Os homens me desamarraram e me levaram a um quarto, onde pude enfim tomar um banho e vestir roupas limpas. Estava machucado, mas eu tinha apenas 5 minutos para retornar.

Voltei para a sala de tortura e ouvi o Senhor me cumprimentar.

"Parabéns, jovem Martinelli. Você aguentou bravamente 3 dias de tortura. Foi o melhor da sua turma nesse quesito. E está apto a seguir adiante no treinamento."

Sai da sala e encontrei meu avó e meu pai, que me esperavam. Recebi um abraço e os parabéns de cada um deles.

Fiquei sabendo que naquele dia, Enrico também foi sequestrado e passou pela mesma prova que eu. Ele também se saiu bem, estava um pouco mais debilitado que eu ao final, mas assim como eu, foi autorizado a seguir em frente.