O Inferno de Dante

Capitulo 20

Rosie

A Mansão Martinelli era suntuosa, maravilhosa e assustadora. Tudo ao mesmo tempo. O noivado seria nos jardins da propriedade e estava tudo muito lindo. Havia várias mesas dispostas em uma área montada sob o gramado, cobertos por uma tenda branca. Muitas luzes enfeitavam todo o lugar. Uma pista de dança foi montada junto a um palco onde uma banda tocava.

Era um jantar de noivado perfeito.

Chegamos e logo na entrada os anfitriões vieram nos receber.

"Don Fernando. Seja bem-vindo a nossa humilde residência." Como bons mafiosos, o comprimento se seguiu a um beijo na face de ambos.

"Don Giovanni, é um prazer finalmente ver a primeira etapa de nosso acordo se concretizar, não é mesmo?"

"Sim, com certeza. Essa deve ser Rosanna, minha futura nora." disse me examinando. Me senti apreensiva ao ser avaliada pelo chefe da Família Martinelli.

"Boa noite, Don Giovanni."

"Boa noite, minha jovem. Fiquem à vontade. Dante ainda não chegou, mas daqui a pouco deve estar por aqui e acho que ele vai adorar te conhecer finalmente" senti um frio na espinha, logo conheceria o famoso Dante.

"E você, meu rapaz, como está? Faz um tempo que não te vejo, Enrico. Pronto para o noivado?"

"Sim, senhor. Mais do que pronto."

Os homens ainda trocaram mais algumas palavras e pudemos entrar na festa. Queria muito ver a Martina, poder conversar com ela.

O que eu não esperava era dar de cara com Divina tão já. Ela trajava um vestido dourado, quase uma segunda pele, com os cabelos soltos. A mulher era bonita, mas odiável.

"Querida" disse se aproximando. "Você está muito bem, conhece meu pai, o Senador Johnson?"

"Prazer, senhor. Rosanna Bianchi. Acho que meu pai tem negócios com o senhor."

"Sim, onde ele está?"

"Está conversando com o Sr. Martinelli."

"Com licença, vou me juntar a eles." disse saindo e me deixando sozinha com a bruxa.

"Então princesinha, cadê a noivinha?"

"Não sei, mas vou procurá-la. Se me dá licença." disse fugindo.

Entrei na casa procurando pela Martina, mas não a encontrei.

Decidi retornar ao jardim, e foi ali que eu o vi. Meu coração deu uma batida em falso. Era o cara da boate. Não podia ser, mas era ele com certeza. O que será que ele estava fazendo ali, será que pertencia a alguma das Famílias? Será que era algum associado? E se ele me reconhecesse. Ai meu Deus, e se ele me reconhecer, eu estou frita. Sou a futura esposa de um mafioso e se ele descobre o meu deslize, estou arruinada. Nada é mais importante do que a honra de uma mulher da máfia.

Vi Divina se aproximar dele e sussurrar algo no ouvido dele, que riu do comentário. Ela agarrou o braço dele e ficou pendurada nele. Bom, não seria eu a disputar esse homem com Divina. Esperava que ele ficasse entretido com ela e não me reconhecesse.

"Lindo meu filho, né?" ouvi Donatella dizer ao meu lado.

"Quem?" perguntei assustada

"Meu filho Dante, seu futuro noivo."

"Onde?"

"Ali, conversando com a filha do Senador."

Não podia ser, aquele não podia ser Dante. Eu estava muito mais ferrada do que imaginava.

"Meu Deus, querida, você está bem? Está um pouco pálida. Quer se sentar?"

"Estou bem, acho que foi uma ligeira queda de pressão"

"Dante, querido." Ela falou um pouco mais alto, me amparando. "Venha aqui, me ajude"

Dante Martinelli ouviu a mãe o chamar, dispensou a bruxa e logo seguiu em direção onde estávamos. Se eu pudesse, abriria um buraco e pulava dentro.

"Ola, mamà. Boa noite, senhorita." disse me avaliando completamente.

"Querido, ela não está se sentindo muito bem, pode me ajudar a levá-la para dentro."

"Claro, mamà. Consegue caminhar?" disse solicito para mim

"Sim, estou melhor senhor." disse não querendo olhar diretamente para aquele homem que tem povoado meus sonhos nas últimas noites.

"De qualquer forma, melhor se sentar um pouco." deu o braço para que eu me apoiasse e seguimos para a mesa da Família. Meu coração parecia que iria saltar pela boca. Ainda não acreditava que Dante poderia ser aquele homem da boate, mas o destino havia me pregado uma peça e sim, eles eram a mesma pessoa.