Dante
Enfim chegou o dia da iniciação. Me arrumei, como manda a tradição, usando um terno de 3 peças de risca de giz preto, suspensórios e gravata vermelha. Os sapatos italianos brilhavam de tão lustrosos e pra completar o visual, um chapéu. Melhor estilo gangster dos anos 30.
Desci e na sala estava minha mãe, me olhando com os olhos rasos d'água. Meu avó e meus tios, além de meu pai estavam todos prontos, só me aguardando. Nos despedimos das mulheres e seguimos pra Arena.
Lá encontrei Enrico Bianchi. Nos tornamos bons amigos ao longo dos anos, depois do fiasco de seu primeiro teste, Enrico se tornou um assassino tão bom quanto eu. Bom, ele deve ser um pouco mais humano que eu, mas somos futuros Dons, então temos que agir como tal.
Aquele Senhor de sempre (nunca me importei de perguntar o nome dele), deu início a apresentação. Cada padrinho apresenta seu afilhado e a família que ele representa.
Meu avó, mais uma vez me introduziu como representante dos Martinellis e posso dizer que eu já era conhecido e respeitado. Alguns tinham um pouco de medo de mim, pra eles eu era a reencarnação do demônio.
Deu se então início a cerimônia de iniciação que consistia em realizar a "punciuta" (furar com uma agulha a ponta do dedo indicador da mão direita, a mão que atira). Em seguida, fazemos o juramento de lealdade à organização com uma pequena imagem sagrada de um Santo – São Francisco de Assis – que deve queimar em nossas mãos.
"Se eu trair os meus amigos e nossa família, minha alma e eu vamos queimar no inferno como este santinho"
E assim aconteceu o ritual. Enrico e eu nos tornamos Homens de Honra naquele dia.
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O Inferno de Dante
RomanceEle nasceu para ser um mafioso. Matar fazia parte da sua essência, todos os respeitavam e temiam ter que encaram o Inferno de Dante. Ela nasceu uma Princesa da Máfia e foi criada dessa forma. Um acordo, um encontro ao acaso, uma atração irresistível...