Capítulo 3

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Dante

Eu tinha 11 anos quando tive que matar pela primeira vez. Fazia uma semana que meu pai havia saído da prisão. Eu estava muito feliz de o ter em casa novamente. Por mim, nunca mais queria ir a Missouri novamente.

Minha mãe estava superanimada com meu pai em casa de volta. Ela não gostava dos treinamentos do nonno, mas não podia dizer nada. Ela achava que eu era muito jovem pra tudo aquilo e esperava que com a volta de Giovanni, meu nonno diminuísse os treinamentos e me deixasse curtir um pouco mais da minha infância. Mas ela estava enganada, meu nonno só esperava o retorno do meu pai para que pudéssemos passar para o próximo estágio do treinamento.

Naquele dia, jantamos todos em casa. Estávamos em casa, meu pai, minha mãe, meu avó, minha avó, e meus tios. Eu tenho 3 primos: Martina, Giorgio e Pietro. Martina é uma bebezinha ainda e Giorgio e Pietro tem 10 e 9 anos respectivamente. No fim do jantar, os homens da família se retiraram da sala, deixando as mulheres e crianças.

Antes de ir, meu pai olha pra mim e diz "Dante, você vem conosco."

As mulheres se olharam meio assustadas, não era comum uma criança ir com os homens. Meus primos me olhavam fascinados, acho que naquele momento eles me idolatraram. Eu tinha recebido o presente dos Deuses, fui convidado a participar das reuniões dos homens da família.

Me levantei da mesa, arrumei a minha roupa e orgulhoso segui os homens até o escritório.

"Dante, feche a porta." Meu pai ordenou. Fiz o que me foi mandado e parei no meio da sala, aguardando mais instruções.

"Bom, estive conversando com seu nonno e decidimos passar para o próximo estágio no seu treinamento. Hoje a noite, você vai executar uma tarefa. Quero que vá ao seu quarto e vista-se com a roupa que pedi para deixarem sob a sua cama. Mas antes venha aqui, tenho um presente para você."

Me aproximei curioso e ele me estendeu uma caixa. Peguei, apoiei na mesa e abri. Lá dentro estava uma das armas mais bonitas que já vi: uma Desert Eagle prateada. Era uma arma potente, imponente. Meu avó já havia me deixado atirar com ela e apesar de dar um coice quando atirava, é uma das minhas favoritas. Meus tiros eram sempre certeiros com ela.

"Espero que goste dela, meu filho. Meu pai me contou que é uma das suas favoritas e que durante os treinamentos você deixou todos boquiabertos enquanto manuseava uma dessas. Por isso, a escolhi para te iniciar. Essa será a arma que você utilizará hoje. Agora vá se arrumar, não podemos nos atrasar para o compromisso. Assim que tiver pronto, retorne ao escritório"

Sai da sala carregando minha arma que ainda estava na caixa, subi as escadas correndo e segui para meu quarto.

Eu era uma garoto de uma altura acima do normal para 11 anos, quem me olhasse na rua, daria uns 15 anos. Ainda tinha aquele ar de garoto, sempre usando tennis e camiseta, além dos jeans surrados. Eu gostava desse estilo despojado, fazia eu parecer normal, enquanto por dentro eu sabia que era muito mais do que isso, eu era excepcional e tinha vários talentos. Eu pertencia a Máfia.

Ao entrar no quarto, logo vi em cima da cama havia uma calça preta, uma camiseta e uma jaqueta de couro. No chão havia coturnos pretos. Ao lado da roupa tinha um coldre axilar. Senti uma excitação sem igual. Estava adorando aquela sensação. Enquanto me desfazia das roupas de menino, estava me tornando um homem. Terminei de ajustar o coldre, coloquei a minha nova arma e por cima coloquei a jaqueta. Meu pai sabia que se minha mãe me visse armado, iria surtar. Estava pronto para o que quer que fosse o meu destino.

Desci as escadas e voltei ao escritório. Quando entrei, meu pai, meu avó e meus tios Gino e Fernando estavam prontos para sair. Eles só aguardavam o meu retorno. Ao contrário de mim, eles estavam elegantes em seus ternos italianos. Todos demonstrando poder, como era de se esperar do alto escalão da família Martinelli.

O Inferno de DanteWhere stories live. Discover now