O Inferno de Dante

Capitulo 21

Dante

O meu lado playboy adorava esse tipo de festa. O noivado de minha prima com meu melhor amigo era um acontecimento social e dava o que falar na Máfia também.

Vesti um terno Armani preto, camisa branca e gravata vermelha. Em geral gostava de usar roupas mais sombrias, até para manter esse lado misterioso em evidência, mas em se tratando de um evento social, sempre o playboy prevalecia.

Me atrasei de propósito, não queria ficar fazendo papel de anfitrião com meus pais. Queria chegar com a festa rolando e evitar chamar a atenção.

Tão logo entrei, Divina me viu. Cada dia mais, sinto vontade de dar um tiro nela, mas me contenho. O pai dela é uma figura muito importante, e iria causar uma repercussão negativa na família.

"Querido, que saudade!" - Disse ela no meu ouvido, me abraçando.

"Olá, Divina!" - sorri falsamente. Ela já agarrou o meu braço, querendo tomar posse. "Comporte-se Divina. Estamos na casa dos meus pais. Não quero gerar falatório sobre nós." Ela olhou pra mim, fazendo beicinho. Quando ia falar alguma coisa, ouvi minha mãe me chamando.

"Com licença, Divina. Minha mãe me chama. Aproveite a noite." Disse dando costas a ela.

Segui em direção a minha mãe e só então vi que ela estava em companhia de uma moça loira. Embora ela estivesse um pouco pálida, era muito bonita. Algo nela me era familiar, mas não consegui identificar exatamente de onde a conhecia.

"Olá, mamà. Boa noite, senhorita." disse observando de perto a loira. Uma pele alva, olhos verdes, os cabelos presos davam uma boa visão do pescoço esbelto. O vestido não era colado, mas a transparência do tecido, dava a ideia de que ela tinha um belo corpo também, começava a mexer com a minha imaginação. Mas de cara dava para dizer que, era uma princesa da Máfia. Embora me atraísse fisicamente, não poderia me divertir com ela. A honra das mulheres da Família era algo muito importante.

"Querido, ela não está se sentindo muito bem, pode me ajudar a levá-la para dentro."

"Claro, mamà. Consegue caminhar?" perguntei.

"Sim, estou melhor senhor." ela disse, desviando o olhar, parecendo meio envergonhada, de uma forma adorável.

"De qualquer forma, melhor se sentar um pouco." dei o braço para que ela se apoiasse e seguimos para a mesa da Família. "Quer um copo de água?"

"Não, obrigada. Já estou melhor." disse querendo se levantar.

"Melhor se sentar, senhorita. Você está meio pálida, parece que viu um fantasma."

"Quase isso" ela disse bem baixinho, quase inaudível.

"Querido, essa é Rosanna Bianchi." disse minha mãe. Quase esqueci que ela nos acompanhava. Ah... então essa era minha futura noivinha. A familiaridade dela estava explicada, era irmã de Enrico.

"Ah, por isso achei você familiar." Ela pareceu ficar mais pálida agora. "Tudo bem? Você não parece bem."

"Estou ótima, senhor. Obrigada pela ajuda." Disse pela primeira vez me olhando. Os olhos verdes, a pureza, me lembrou uma outra mulher, uma mulher que estava frequentemente nos meus pensamentos. Mas tirando isso, não tinha como ser a mesma pessoa, uma além de ter cabelos negros, era a sensualidade em pessoa, a outra era loira e apesar de bela, era de um tipo mais recatado, quase que ingênuo.

"Rosie, tá tudo bem?" Ouvi minha prima Martina indagar.

"Foi só uma queda de pressão. Estou bem!"

"Acho que foi emoção em conhecer meu belo priminho." Rosie ficou vermelha e baixou o olhar. Devo dizer que ela ficou adorável dessa forma.

"Não foi nada disso." disse fazendo biquinho

"Hahahaha, melhor deixar vocês conversando. Vou falar com Don Giovanni e Don Fernando."

"Ou dar atenção a bruxa, né?" Disse ela meio ácida. Já estava de pé quando ouvi a declaração.

"Bruxa? Não entendi." Me fiz de trouxa, acho que a bruxa devia ser a Divina.

"Deixa pra lá." Disse fazendo cara de brava.

"Hahahaha tá bom! Com licença, senhoritas, vou me juntar aos senhores." Antes de sair peguei as mãos da minha futura noiva e dei-lhe um beijo. "Foi um prazer conhecê-la, Rosanna" Senti ela estremecer e me retirei.

Segui em direção a meu pai e Don Fernando que conversavam com Enrico.

"Buena sera, senhores." Disse cumprimentando meu pai com um beijo no rosto.

"Don Fernando, não sei se já conhece, mas esse é Dante, meu filho e Subchefe"

"Muito prazer, Don Fernando" Nos cumprimentamos conforme a etiqueta da Máfia.

"Que bom que se juntou a nós, meu filho. Estávamos aguardando a sua chegada."

"Já estou aqui, a propósito, acabei de conhecer sua filha Don Fernando."

"Já conheceu Rosanna?" Perguntou espantado.

"Sim, ela teve um mal-estar e a socorri, juntamente com minha mãe." disse "Mas ela já está bem, acabei de deixá-las com Martina."

"Meu filho, estávamos exatamente conversando sobre os noivados. Hoje é o noivado de Enrico e estamos pensando em marcar o seu noivado para os próximos dias. O que me diz?"

Eu pensava em adiar um pouco mais, ganhar um pouco de tempo, mas a minha noivinha, era uma mulher intrigante, primeiro a pureza, e nesse fim, uma certa acidez e rebeldia. Acho que seria no mínimo instigante poder conhecê-la um pouco mais de perto.

"Acho que podemos marcar o noivado para o próximo mês, o que acham?" Disse olhando par ela ao longe, que agora estava de pé, parecia nervosa e conversava com Martina. É, loirinha, vamos ter tempo de nos conhecer um pouco mais. Os próximos dias prometiam, pensei sorrindo.