Por que Tinha que ser Você?

Capítulo 9 - Você é Mesmo Minha Amiga?

Alicia estava furiosa com Danyel, e com ela própria, se não tivesse inventado de fazer aquela maldita carta, isso não estaria acontecendo. Melizandra continuava fitando o chão, estava rezando para que isso não passasse de um sonho, um sonho muito ruim, que logo acordaria em sua cama, abraçada a seu ursinho de pelúcia.

 Por isso fechou os olhos querendo muito acreditar que, aquilo não estava acontecendo. Os abriu novamente quando escutou a voz de Alicia.

— Me diga Danyel, foi você que fez isso? Perguntou apontando para o quadro.

Ele olhou para trás, e voltou a olhar para Alicia. 

– Responde babaca.

– Você está bem nervosinha para alguém não conhece essa garota estúpida.

– Isso não interessa. Quero saber se foi você, e por que fazer isso.

– Bom isso está bem obvio. Debochou ele. Pelo visto você é tão burra quanto sua amiguinha idiota.

– Olha como fala seu babaca. O idiota aqui é você, seu desgraçado.

Melizandra olhava a discussão, sem saber o que fazer. Quando sentiu o gosto ferroso de sangue, decidiu não ficar mais ali, ela havia mordido tanto o lábio inferior, para não chorar, que acabou o cortando. Quase que automaticamente se pós a caminhar em direção ao quadro, e arrancou todas as folhas que estavam ali, e jogou dentro da sua mochila. Ao levantar a cabeça percebeu que todos estavam olhando para ela. Se enchendo de uma coragem que nem sabia que tinha, andou em direção a Danyel e o encarou.

– Você está satisfeito? Perguntou calmamente olhando fixamente para ele.

Mas Danyel só franziu o cenho. Esperava que ele respondesse logo antes que seu autocontrole se fosse. Não queria derramar uma unica lágrima ali. Danyel foi empurrado e Alicia ficou a sua frente com uma expressão muito preocupada.

– Mel você está bem? Seus lábios estão sangrando.

Melizandra passou as costas das mãos nos lábios para limpar o sangue. Voltou a encarar Danyel.

– Então, você está satisfeita?

Ele ia responder que não, mas ao ver o sangue nos lábios dela, ficou calado. Sangue não era algo que gostasse de ver.

Vendo que nada ele responderia, resolveu por um fim naquilo e ir embora.

– Bem acho que a resposta é sim.  Disse antes de sair dali. Agora se me der licença, preciso tirar minha insignificância da sua frente. Se dirigiu a saída o mais rápido que pode.

Já perto da saída escutou a voz de Alicia a chamando, se virou e viu a amiga correndo em sua direção, ela se jogou em seus braços e permitiu que algumas lágrimas corressem pelo seu rosto.

– Ali. Disse aos prantos.

– Mel, me desculpe. Eu não sabia que ele faria aquilo.

Melizandra se afastou do abraço de Alicia e a encarou sem entender o que ela estava dizendo.

– Desculpa pelo o quê?

Alicia exitou, mas decidiu confessar que tinha sido ela quem tinha entregado as poesias para Danyel.

– Fui eu. Eu entreguei as poesias para ele.

Como se não bastasse a humilhação que acabara de sofrer, saber que sua amiga tinha traído sua confiança, foi como ter uma faca cravada em seu coração

– Você fez o quê? Perguntou, sem acreditar no que estava ouvindo

– Eu entreguei as poesias para ele, em seu nome.

– Eu acho que eu não escutei direito. Você acaba de dizer que tudo o que acabou de acontecer foi culpa sua?

– Mel eu realmente sinto muito, eu pensei que ...

– Não Alicia você não pensou. Interrompeu ela antes que continuasse a falar. Se você tivesse pensado isso não teria acontecido.

– Mel, eu...

– Não, Alicia chega. Disse a interrompendo novamente. Eu não estou com cabeça, é melhor eu ir embora antes que briguemos.

– Mas Mel, você precisa entender, que eu só fiz isso, pensando no seu bem.

– Meu bem? Desde quando me fazer ser exposta ao ridículo é pensar no meu bem?

– Mel...

– Não, para. Cada vez que você fala, mais irritada e magoada eu fico.

Sem esperar que Alicia falasse novamente, se pós a caminhar. Antes de sair, se virou e olhando para Alicia disse.

– Sabe, estou começando a me arrepender de ter aceitado sua amizade. Não quero mais olhar para sua cara.

Saiu em direção a sua casa, com lágrimas rolando pelo seu rosto. Estava se sentindo traída e despedaçada.

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