Capítulo 18 - Mudança

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Desde que Melizandra se mudou para sua casa, Danyel adquiriu um novo hobby, tornar a estadia dela em sua casa em seu divertimento pessoal, afinal se ele ia dividir o mesmo teto com ela, ele tinha que tirar proveito disso. Achava muito divertido, as caras e bocas que ela fazia quando ele a deixava irritada. Porém ela nunca dizia uma palavra, só lançava olhares furiosos, por isso quando ela gritou com ele e fechou a porta em sua cara, ele ficou em estado de choque. Passou mais de um minuto encarando a porta do quarto dela. Após despertar foi para seu quarto, ainda sem acreditar no que tinha acontecido, ela nunca tinha agido daquela maneira com ele.

Após se tornar seu professor de reforço, descobriu várias coisas interessantes sobre ela. Passar mais tempo com ela, o fez perceber o quanto ela era agradável, doce e divertida. E sem perceber, ele aos poucos começou a diminuir suas provocações, todo dia esperava ansiosamente a hora que estaria com ela, para as aulas particulares, mas nem tudo era perfeito, ele se controlava para não perder a paciência com a constante distração dela, por mais que achasse fofo, isso o irritava bastante.

Com a viajem de sua família se aproximando, ele estava avaliando se iria ou não, já que na semana seguinte, iria haver exames na escola, e por mais que não precisasse estudar, ainda teria que ensinar a Melizandra, afinal tinha dado sua palavra ao pai dela, que a faria tirar um excelente nota, nos próximos exames. E como ele tinha percebido que ela era muito desastrada, optou por ficar, por que não tinha possibilidade nenhuma de deixar a calamidade ambulante que ela era, sozinha em sua casa. Era capaz de encontrarem a casa em completo caos, quando voltassem da viajem.

No dia da viajem acompanhou seus pais e o irmão até o aeroporto. Antes de voltar para casa, resolveu passar no shopping, o que se tornou uma péssima ideia. Poucos minutos depois enquanto olhava a vitrine deu uma livraria, Keyla se projetou na sua frente, os próximos minutos foram gastos tentando escapar das investidas, cada vez mais ousadas dela. Quando finalmente conseguiu se livrar dela, viu que já estava ali há mais de uma hora. Ao voltar encontrou a casa extremamente silenciosa, enquanto subia para seu quarto, escutou uma música vinda do quarto de Melizandra, movido pela curiosidade decidiu olhar o que ela estava fazendo. Para sua surpresa ela estava em cima de uma escada, com um balde de tinta do lado e um pincel na mão. Já prevendo o pior, correu pra dentro do quarto.

- O que você pensa que está fazendo?

Como ele tinha imaginado ela caiu, mas graças ao seu bom reflexo, consegui segurar ela. Por uma fração de segundos seus olhos se encontraram, e ele sentiu seu coração acelerar. Até que o pincel que ela estava segurando, caiu em seu rosto, o sujando, e deixando algumas gotículas de tinta na blusa dele. Só então a largou.

Ainda um pouco assustada, ela o encarou

- O-o que você estava fazendo aqui? Perguntou gaguejando um pouco. Você não tinha ido viajar?

- Eu jamais deixaria um desastre ambulante feito você sozinha em minha casa. Falou olhando a bagunça que ele tinha feito.  Agora me diga. Colocou as mão na cintura e deu um longo suspiro. O que você está fazendo?

Melizandra ficou alguns segundos o olhando, confusa. Se recuperando do choque por ver que Danyel, não tinha ido viajar, e então respondeu em um tom petulante.

- Como pode ver, estou mudando a decoração do meu quarto. Virou de costas e se abaixou para pegar o pincel que estava no chão. Estava indo muito bem até você aparecer. Falou virando-se para ele, e o encarando novamente.

- Estou vendo. Falou em um tom sarcástico. Se eu não tivesse aparecido, você teria encontrado o chão e deformado essa sua cara, que ficaria ainda mais feia.

- Se você não tivesse aparecido eu não teria me assustado, e portanto não teria caído. Falou, rebatendo o que ele disse no mesmo instante. O que você estava pensando aparecendo assim do nada? Pare até um fantasma.

Passou as mãos pelo cabelo, os bagunçando em frustração, voltou a colocar as mãos na cintura, deu uma leve mordida nos lábios, os comprimindo. Ficou um tempo calado, mas como não iria deixar ela levar a melhor na discussão, mesmo ela tendo um pouco de razão, continuou.

- Enfim. Isso não é algo que uma garota possa fazer. Muito menos para alguém desastrada feito você.

A paciência de Melizandra, ultimamente estava bem ficando escassa, não ficou calada, como costumava. Não conseguia mais aturar Danyel e suas palavras nada amigáveis para com ela.

- Me poupe desse seu machismo Danyel. Disse cruzando os braços e arqueando a sobrancelha. Eu sou bem capaz de fazer muitas coisas, inclusive pintar uma parede. Disse apontando para a parede, que estava quase toda pintada. Aliais as mulheres conseguem fazer qualquer tarefa mil vezes melhor que os homens. E saia logo da minha frente, me deixe terminar isso.

Como não queria sair por baixo, e deixar ela ganhar discussão, lançou vários argumentos de como ela era desastrada e poderia se machucar, e ela rebatendo todos os argumento dele, da melhor maneira possível.

Enquanto isso , à Srª Arsen estava sentada em sua poltrona no avião, planejando o casamento deles, e a quantidade de filhos que eles teriam.

Tendo vencido a disputa Danyel expulsou Melizandra do quarto. Não que ele achasse que ela não era capaz, mas não queria dá o braço a torcer e recuar nas suas palavras. E também estar em um ambiente a sós com ela, o fez ter pensamentos que ele não queria admitir de forma alguma que teve. Enquanto discutiam, ele começou a imaginar como seria bom calar a boca dela, de preferência com um beijo. 

- Você está louco Danyel, só pode estar louco. Disse quando ela saiu do quarto o deixando sozinho. 

Já perto de terminar, sentiu o estômago roncar. Deixando a tarefa de lado, desceu as escadas e viu Melizandra deitada no sofá assistindo. Parou a poucos metros de distância, e ficou a observando, não podê deixar de notar a beleza dela, principalmente quando os seus cabelos estavam soltos. Aquele longo cabelo castanho, parecia ser tão sedoso, que ele teve uma vontade imensa de tocar. Não gostando para onde sua imaginação estava indo, resolveu acabar com a diversão dela.

- Ei, Melizandra, estou com fome, me faça algo para comer. Mas como não poderia deixar de implicar com ela, acrescentou. Mas por favor, faça algo comestível, se bem que desastrada como você é, não posso esperar nada muito bom.

Enquanto esperava seu lanche, se concentrou em terminar o que estava fazendo. Foi então que se tocou que havia chamado ela pelo nome, mas decidiu ignorar. Tendo terminado decidiu ir atrás do seu lanche, e escutou a campainha tocar. Pensando que ela tinha pedido comida, desceu a escadas já com o intuito de provocar ela.

- Quem era? Não me diga que suas habilidades culinárias são tão ruins que você pediu comida. Disse descendo as escadas com as mãos nos bolsos.

Quando chegou na sala se surpreendeu ao perceber que tinha visitas, totalmente indesejadas e inesperadas.

Por que Tinha que ser Você?Onde histórias criam vida. Descubra agora