Capítulo 14 - Só Pode Ser Brincadeira (Parte 2)

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Após deixar seu pai no restaurante, Melizandra foi para a casa de Alicia. Estar na companhia da amiga fez com que o susto, que haviam passado mais cedo, dissipasse do seu coração. A casa de Alicia era sua segunda casa, muitas vezes se sentia mais a vontade ali, até do que em sua própria casa. A Srª. Davidson a recebia sempre com um grande sorriso no rosto. Quando soube o que havia acontecido, disponibilizou seu lar por quantas dias ela precisa-se.

Depois de terem improvisado um espaço para que Melizandra pudesse dormir. Ela e Alicia começaram a conversar trivialidades, 90% da conversa era Alicia falando de Lucky. Estava se divertindo bastante até que Alicia tocou em ponto que fez seu coração se apertar.

- Sei que você não que falar sobre isso. Iniciou Alicia. Mas o que você vai fazer em relação a Danyel?

- Eu? Eu não vou fazer nada. Após um tempo em silêncio, completou. Vou só esquecer que um dia eu fui apaixonada por aquele bastardo insensível. Não acredito que gostei dele por tanto tempo.

Alicia ficou surpresa com o tom de voz e com as apalavras que saíram da boca de sua amiga. Ela tinha acompanhado todos os suspiros e sorrisos dela por Danyel desde o primeiro dia.

- Você sabe que vai ser difícil esquecer ele. Afinal você gosta dele a tanto tempo.

- Eu sei. Falou com um tom de tristeza na voz. Não sei como pude ser tão burra, e gostar dele.

- Acontece. Até eu fiquei encantada, com o discurso de boas vindas que ele fez no nosso primeiro ano. E a aparência dele ajuda bastante.

Após conversarem sobre os motivos que faziam as garotas suspirarem por Danyel. Melizandra falou.

- Sempre tive uma grande admiração por ele. Mas isso se foi naquele dia.

Conversaram até seus olhos pesaram. Acordaram atrasadas para a escola, já que foram dormir bem tarde na noite anterior. Chegaram na escola, cinco minutos depois do horário, levaram uma pequena advertência do professor e foram para seus lugares. Durante o intervalo Lucky, se juntou com as duas amigas, entregou uma sacola de lanches para cada uma, enquanto comiam, perguntou.

- Então, você é seu pai, vão comprar uma casa nova?

- Ainda não sei. Papai me disse que estava procurando um local para ficarmos.

Pouco tempo depois o sinal tocou, os três levantaram e foram para sala de aula. Os dias passaram rápido, na noite de quinta, após o horário de expediente de Melizandra, seu pai a chamou, e lhe disse que havia encontrado um local para ficarem.

- Que maravilha! Onde é? Perguntou entusiasmada.

- Um grande amigo meu, me ligou. Disse que poderíamos ficar, na casa dele o quanto quiséssemos.

O entusiamo de Melizandra diminuiu um pouco, percebendo isso, seu pai falou.

- Filha o dinheiro que eu tenho, vou usar para reformar a casa. Não vai sobrar muito para comprar uma casa boa como aquela. Além disso não quero me desfazer dela.

O Sr. Parker sabia que a filha não gostava de interagir com estranhos, e conviver sob o mesmo teto ia ser difícil para ela. Vendo que o pai estava sendo afetado pelo seu desanimo ela rapidamente concordou com a ideia. Ao chegar na casa de Alicia, contou a novidade para a amiga.

- Seu pai, não tem dinheiro suficiente para comprar outra casa? e reformar a outra? Perguntou Alicia

- Teria. Mas como ele investiu em uma reforma pesada no restaurante recentemente.

- Foi mesmo. Eu havia esquecido

- Não tem como arcar com as duas coisas agora.

Durante o café da manhã Melizandra anuncia que seu pai havia encontrado um lugar para ficarem.

- Isso é maravilhoso. Respondeu a mãe de sua amiga. Aonde vão ficar?

- Hum... Na casa de um amigo de meu pai.

- Pensei que seu pai havia encontrado uma nova casa.

- Não. Uma casa que atenda as exigências de meu pai, não é tão fácil assim de encontrar.

Seu pai havia trabalhado muito para conseguir comprar a casa deles. Na época ele mal podia pagar o único funcionário que tinha, mas após vários anos juntando dinheiro e depois de alguns empréstimos, ele a comprou e deu de presente de casamento para sua mãe. Melizandra nasceu e foi criada ali. Todos os momentos que tinha passado naquela casa, começaram a passar por sua mente. Foi trazida para o mundo real quando a Srª. Davidson falou.

- Seu pai pretende fazer o que com a antiga casa?

- Ele me disse que quer reformar. Mas como a estrutura foi danificada, vai demorar um pouco.

- O papo está bom. Interrompeu Alicia após olhar o relógio. Mas é melhor nos irmos senão vamos chegar atrasadas. Falou olhando para Melizandra.

Naquela tarde após chegarem da escola, Alicia estava ajudando a amiga, a arrumar suas coisas. Enquanto Lucky esperava para levar Melizandra para o restaurante do pai dela.

Após o horário de maior movimento no restaurante, ela e seu pai foram para casa do amigo. Durante todo o caminho seu pai não parava de falar de como ia ser bom. Ela aparou de ouvir, quando ele falou, que seu amigo tinha um filho da mesma idade que ela. A ideia de morar com pessoas que nunca tinha visto na vida a assustou bastante. Estava tão nervosa que não escutou seu pai falar o sobrenome do amigo.

Quando chegaram, já estava suando frio de tanto nervosismo, ela e seu pai foram recepcionados por um casal bem alegre e sorridente. Seu pai a apresentou, a única coisa que conseguiu foi sorrir e apertar as mãos do casal. No momento que a senhora chamou o filho, ela saiu para buscar suas malas. Um tempinho sozinha era o que ela precisava para acalmar seu nervosismo.

Enquanto tentava tirar a mala que continha seus livros do carro, escutou uma voz atrás dela que a fez dar um pequeno pulo, achou a voz familiar. Respondeu gentilmente e se virou, quando seus olhos encontraram o dono da voz não pode deixar de ficar em choque. Danyel estava parado bem a sua frente com uma expressão de surpresa.

- Isso só pode ser brincadeira. Falaram ao mesmo tempo e ficaram se encarando.

Por que Tinha que ser Você?Onde histórias criam vida. Descubra agora