O senhor Parker já tinha arrumado um local para morar, havia algum tempo, mas não sabia como falara para os amigos, afinal eles o acolheram, não queria que eles pensassem que estava desdenhando da sua ajuda, mas com o que aconteceu no restaurante na noite anterior, resolveu encerrar o vinculo com eles. Porém conversa com os amigos, estava sendo mais difícil do que o esperado, ambos tentavam o convencer a mudar de ideia.
- Eu realmente gostaria que vocês ficassem. Iniciou a senhora Arsen. Eu gosto da Mel como se fosse minha filha. E gostaria que um dia nossos filhos se casassem.
Ouvindo isso Henry fechou a cara, não pode deixar de ficar com raiva. Não havia contado para os amigos o que tinha acontecido.
- Bom não é segredo que ela goste de Danyel. Tentou conter a raiva. Mas sabemos que não é recíproco. Eu não quero ver minha filha sofrer.
- Ele gosta dela, só não se deu conta. Argumentou Vanessa.
- Ele levou uma garota para o restaurante. Fez uma pausa e deu um longo suspiro. Eu não quero que minha filha fique esperando por alguém que nunca vai retribuir os sentimentos dela.
Depois da conversa deixou os amigos e foi para cozinha beber um copo de água quando escutou a voz de Danyel.
- Sr. eu gostaria de me desculpar pelo que aconteceu no restaurante. Começou ele. Eu... Não foi minha intenção falar aquilo, eu disse sem pensar...
- Sem pensar. O interrompeu antes que ele continuasse. Você humilha minha filha com sua namoradinha na frente dos funcionários e dos outros clientes, e me vem com essa desculpa esfarrapada? Falou visivelmente irritado. Humilhar ela na escola também foi sem pensar?
Os olhos de Danyel se arregalaram e a cor sumiu do seu rosto.
- C-como... Como...? Gaguejou.
- Como eu sei? Eu sei tudo que acontece com a minha filha. Eu sei que ela gosta de você. Eu nunca falei nada por respeito aos seus pais, quando eu descobri quem você era. Fez uma pausa para conter a fúria que o dominava. Eu sei das coisas que ela escreveu pensando em você. Só não consigo entender como ela gosta de alguém igual a você.
Danyel abaixou a cabeça apertando os punhos passaram-se alguns segundos de silêncio quando o Sr. Parker voltou a falar.
- Minha filha é doce, é gentil, um pouco ingênua. Mas é a pessoa mais maravilhosa que existe, não há ninguém que a conhece de verdade que não gosto dela. Ela é alegre e brincalhona, carinhosa, educada e não merece ter o coração partido por alguém, que só enxerga o próprio umbigo. Estou saindo dessa casa, e não quero que você se aproxime mais dela, entendeu?
Sem esperar uma resposta saiu do recinto, deixando Danyel sozinho. Subiu para o quarto da filha para informá-la que eles estavam se mudando, e que ela começasse a arrumar suas coisas.
Quando ela recebeu a notícia, não pude deixar de chorar, apesar de tudo, gostava de morar ali junto com todos. Gostava principalmente do jardim, onde ela poderia se sentar e passar a tarde lendo na calmaria.
No dia da mudança a senhora Arsen quase não a soltou, as duas estavam chorando e se abraçando. Até o pequeno Dylan, que gostava de implicar com ela, lhe deu um abraço e tinha uma expressão triste no rosto. Único que ela não viu foi Danyel.
Enquanto todos estavam se despedindo dela e seu pai. Ele estava em seu quarto segurando uma folha na mão lendo e relendo o que estava escrito. Seu coração não parava de doer, enquanto lia as linhas mais uma vez, sentiu o rosto molhar e percebeu que estava chorando.
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Alguns meses depois.
As aulas da faculdade tinham iniciado, ela estava feliz por estar em um ambiente diferente, tinha como se distrair e parar de pensar um pouco em Danyel. Desde do que tinha acontecido no restaurante, não tinha mais falado com ele, achava que não veria mais nem tão cedo. Mas por capricho do destino, no primeiro dia de aula descobriu que estavam frequentando a mesma faculdade e na mesma turma de língua estrangeira.
As primeiras semanas se seguiram com ela tentando ignorar a presença dele. Sempre se esbarravam, e parecia que ele queria falar alguma coisa com ela, mas ela sempre dava um jeito de sair de perto dele.
Em uma certa tarde enquanto lia um livro recebeu uma ligação, sorriu ao ver o remetente da chamada.
- Alô! Como vai tia Vanessa? Vou bem também obrigada. Sim estou livre. Passar agora a tarde aí?
Hesitou um pouco, antes de aceitar. Tomou banho se arrumou e foi para casa dos Arsens. Chegando em frente da casa hesitou por um momento, essa era a primeira vez que voltava ali depois da mudança. Apesar de ver Danyel toda semana, se sentia estranha porque está em um ambiente onde conviveram por meses.
Tocou a campainha e poucos minutos depois a senhora a Arsen abriu a porta, com um enorme sorriso no rosto, a puxou para um abraço apertado, tão apertado que sentiu o ar faltando de seus pulmões.
- Querida que felicidade em recebê-la. Disse ainda apertando ela em seus braços.
- Também estou muito feliz em revê-la tia. Desculpa não ter vindo antes, esses últimos meses foram bastante conturbados.
- Não importa agora você está aqui. Preparei alguns lanche, venha vamos entrar. Quero saber tudo o que aconteceu nesses últimos meses.
Ficou aliviada por saber que somente a tia estava em casa. As duas passaram uma tarde agradável juntas, conversaram e riram enquanto comia os deliciosos lanches. Perto de ir embora, a senhora Arsen se lembrou do motivo por ter chamado ali. Mais cedo naquele dia o carteiro havia entregado um envelope pertencente a Melizandra.
- Aqui vida, isso chegou para você esta manhã.
Ela pegou o envelope franzindo as sobrancelhas, quando abriu e leu o conteúdo sua expressão mudou de surpresa para extrema felicidade. A senhora Arsen Não pode deixar de ficar curiosa e perguntou do que se tratava o conteúdo do envelope ao ver as mudanças de expressões dela.
Melizandra o entregou para tia, para que ela mesma visse, estava tão feliz que não conseguia falar nada.
- Querida meus parabéns, fico muito feliz por você. Disse assim que leu. Mas seu pai sabe que você se candidatou para estudar na Itália?
- Hum... Na verdade não contei, vou falar com ele hoje.
Tinha se candidatado para bolsa de estudo antes dos exames finais. Não imaginava que iria passar e por isso resolveu não contar para ninguém, só se passasse. Após várias abraços apertados, se despediu da tia Vanessa. No caminho para casa começou a pensar na melhor forma de contar para o seu pai.
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Por que Tinha que ser Você?
RomanceEssa pode ser considerada mais uma história clichê de romance, pois aqui vemos uma simples garota tímida e introvertida apaixonada pelo cara mais bonito, inteligente e popular do colégio. Melizandra Parker é uma garota simples, introvertida, tímida...