Por que Tinha que ser Você?

Capítulo 15 - Primeira Noite

Vendo que os jovens estavam demorando, a Srª. Arsen foi ao encontro deles ver o que estava acontecendo. Ao avista-los, percebeu que ambos se encaravam com uma expressão de surpresas estampadas em seus rostos. Chegando mais perto disse:

- O que vocês estão fazendo? Por quê você não ajuda ela com as malas, hum?

Se recuperando do estado de choque, ele foi ao carro retirar a mala que Melizandra não conseguia. Quando a pegou percebeu que era mais pesada do que ele imaginava "O que tem dentro dessa mala? Pedra?" pensou ele. Melizandra só saiu do transe, quando a mãe de Danyel a chamou para entrarem. Ele já havia saído do seu campo de visão carregando sua mala de livros e seu ursinho de pelúcia. Rapidamente pegou sua mochila e sua malas de roupas, e entrou na casa.

Todos estavam reunidos na sala, tomando chá, enquanto conversavam. Como de costume ela não dizia nada, só observava, a conversa. Estava tão concentrada e beber seu chá, que não percebeu que estava sendo observada.

Pouco tempo depois, um garoto se juntou a eles. Dylan ero o irmão mais novo de Danyel, era muito apegado ao irmão mais velho, por isso suas personalidades era muito parecidas mas ao contrario do irmão, Dylan era doce e gentil, o que não o impediu de ficar com raiva de Melizandra. Afinal ela tinha tomado seu quarto. A Srª. Arsen apresentou seu filho mais novo para os convidados. O menino cumprimentou educadamente os dois, porém lançou um olhar mortal para Melizandra.

Em meio a conversa acalorada, a Srª Arsen chamou Melizandra para mostrar seu quarto. Pediu a Danyel que levasse os pertences da garota.

Quando ela entrou e viu o quarto em que ela iria ficar, sua boca abriu em espanto. O quarto era todo cor de rosa, da roupa de cama até os móveis. Era um verdadeiro quarto de princesa, o sonho de qualquer garota, menos para ela, apesar de achar a cor bonita e fofa, ela preferia mil vezes o roxo.

Como não queria magoar os sentimentos da senhora ao seu lado, que estava com um enorme sorriso no rosto, ela gentilmente agradeceu e disse que tinha adorado. Pouco tempo depois, Danyel apareceu com o seu pai trazendo suas malas.

Assim que ficou sozinha, começou a arrumar suas coisas, pós o material da escola em cima da mesa de estudos. Enquanto arrumava suas roupas, a Srª. Arsen veio ao seu quarto e perguntou se ela queria alguma coisa, ela perguntou onde ficava o banheiro, queria tomar um banho. Era uma noite quente, tinha suado muito, enquanto arrumava suas coisas. Depois de saber que o banheiro ficava no fim do corredor, ela pegou a toalha e o pijama e se foi tomar seu banho. Parando e frente a porta, girou a maçaneta, e percebeu que tinha outra pessoa utilizando o banheiro, quando ela se virou para sair, a porta se abriu.

Ela arregalou os olhos, prendeu a respiração, a boca ficou seca, seu coração começou a bater feito louco dentro do peito.

Na sua frente estava Danyel, só com uma toalha enrolada em seus quadris, o cabelo molhado pingava e escorria pelo corpo musculoso.

Ficou hipnotizada por uma gota de água que começou a escorrer pelo pescoço dele, passou pelo peitoral definido, e pela barriga de tanquinho, até se desmanchar na toalha.

Vendo o jeito que ela estava olhando para o corpo dele, ele decidiu provoca-la. Aproximou o seu rosto do dela, ficando a centímetros de distância, e com um sorriso disse:

- Gosta do que vê? Quer tocar?

Ela rapidamente ficou vermelha igual a uma pimenta, saiu de perto dele  e se trancou no banheiro. Vendo a reação dela, ele começou a rir, e foi para seu quarto.

Na manhã seguinte ela acordou, achando que tudo tinha sido um sonho, até perceber as paredes cor de rosa. Aos poucos lembranças da noite anterior voltaram a sua mente, ela ficou vermelha, ao lembrar do que tinha acontecido na noite anterior. 

Respirou fundo, tomou coragem pra sair do quarto, não sabia como iria reagir se esbarre-se com Danyel novamente saindo do banheiro. Para sua sorte todos já estavam na cozinha. Fez o que precisava, vestiu o uniforme e desceu para tomar o café da manhã.

Deu bom dia a todos e começou a comer, sempre com a cabeça baixa, evitando olhar para as outras pessoas na mesa. Só levantou o olhar quando a mãe de Danyel falou com ela.

- Vejo que estuda na mesma escola que Danyel. Vocês são colegas? Perguntou com um sorriso, apesar de saber que não. 

- Hum ... Não ... Estou em outra sala. Respondeu timidamente

Antes que terminasse seu café, Danyel levantou, se despediu de todos e saiu.

- Rápido querida, vá atrás dele, para aprender o caminho.

Ainda com um pedaço de pão na boca, ela levantou se despediu, e saiu correndo enquanto colocava a mochila, Danyel já ia longe quando ela o avistou.

- Ei Danyel. Gritou. Me espera. E correu atrás dele.

Ele parou de andar, quase a fazendo esbarrar nas costas dele, virou e a encarou com um olhar congelante.

- Vamos estabelecer algumas regras aqui.

Ela apenas o encarou se dizer uma única palavra.

- Primeiro. Nunca, jamais diga para ninguém que você está em minha casa. Não quero sujar minha reputação. Segundo fique a pelo menos dez metros de distância de mim. Não quero ser visto andando com você. Terceiro, nem pense em alimentar qualquer tipo de esperança idiota, só por que estamos morando na mesma casa. Hoje você pode ficar mais perto, para aprender o caminho da escola, não quero minha brava comigo por sua causa. E por fim não dirija a palavra a mim, nem na escola e nem em casa, só se for algo extremamente necessário. Ficou um tempo em silêncio esperando ela dizer algo. Quando viu que ela não ia dizer nada concluiu. Então estamos de acordo, certo?

(nt:/ Danyel vc é muito chato.)

Ela o fuzilou com o olhar, queria dizer algumas coisas, mas como tinha medo que ele não mostrasse o caminho e fizesse ela se perder, e não tinha pensado em nada que pra poder responder no momento. Só lhe restava concordar com ele.

- Certo. Respondeu tentando conter sua fúria para que ele não percebesse.

O acompanhou todo o caminho sem dizer uma palavra, e com uma grande intenção assassina com ela, se olhares pudessem matar, Danyel já teria virado pó, antes mesmo de chagar na escola.