Lie to Me

Capítulo VIII

Noah resmungou alguma coisa de novo, já era a terceira vez e em todas eu não consegui entender nada. Havíamos pegado no sono em algum momento do filme, e faz um tempo que eu acordei um dor no peito e a garganta seca, mas não consigo me levantar sem acordar ele e ele é tão bonitinho dormindo que até vale a pena estar sem conseguir respirar.

Eu tenho que estar muito apaixonada mesmo pra ficar sem respirar só pra deixar ele dormir, pensando bem, ele dormiria muito melhor na cama e, eu juro, que foi por causa desse único pensamento que eu reuni todas as minhas forças e em um impulso o derrubei do sofá, fechei os olhos logo em seguida e com muito esforço fingi que tava dormindo. Ele resmungou alguma coisa e ficou em silêncio.

- Eu não acredito que você me empurrou de propósito e tem a cara de pau de fingir que tá dormindo. - Ele me acusou, o que só me deu mais vontade de rir. - Eu tô te vendo segurar o riso, Sara. - Comecei a rir, muito mesmo. - Cara de pau. - Ouvi a voz dele mais longe da mim.

- Desculpa - Falei alto o suficiente para ele escutar de onde quer que ele estivesse, voltei a me aconchegar no sofá e fechei os olhos. Agora que eu podia respirar e ir beber água, eu estava com preguiça de levantar. - Ei, já que você já tá de pé, pega água pra mim, por favorzinho.

Eu estava quase voltando a pegar no sono quando eu senti meu corpo batendo contra algo gelado, abri os olhos e vi o sorriso vingativo de Noah, ele havia jogado um copão de água em mim!

- Noah!

- Desculpa, eu tropecei. - Ele foi tão irônico que me deu vontade de o esganar. Eu continuei o encarando com a boca aberta e o meu olhar incrédulo, o sorriso dele mudou para o habitual sorriso doce e ele pulou em cima de mim e começou a lamber a água em minha bochecha. - Sai. - Gritei o empurrando. - Eca, Noah. - Ele parou e me olhou.

- Agora você tem nojo, né? Quando a minha língua tá em outros lugares a senhorita não reclama, não é? - Dei um tapa em seu braço e ele me abraçou. - Tô com saudade de você.

- Eu tô molhada - Resmunguei ignorando o duplo sentido da sua frase.

- É isso que eu gosto de ouvir. - O empurrei e saí do sofá e foi aí que eu vi o quanto o mesmo estava molhado.

- Noah, olha o que você fez com o sofá! Vai ficar com um cheiro horrível. - Suspirei.

- É só a gente colocar no sol, minha mãe sempre fazia isso quando eu fazia xixi na cama.

- Que sol? - Olhei no relógio da parede. - São duas da manhã, o sol vai demorar um tempão pra nascer, imbecil.

- É só a gente deixar o sofá na varanda e voltar a dormir, o sol vai nascer rapidinho e quando você acordar o sofá vai estar sequinho e sem fedor. - E foi o que a gente fez, óbvio que eu resmunguei o tempo todo.

Eu tive que trocar de roupa antes de deitar na cama ao lado de Noah.

- Acho que você deveria dormir na varanda também, seu cabelo tá todo molhado vai acordar todo mofado.

- Advinha de quem foi a culpa. - Respondi de olhos fechados.

- Aposto que sua, você tá com uma mania de lavar o cabelo sempre na horas erradas. - Ele brincou.

- Isso foi uma indireta por causa de ontem? - O olhei, ele estava olhando para o teto. Ontem ele fez uma reserva em um restaurante, mas eu só tive coragem de lavar o cabelo meia hora antes da hora que combinamos para sair e como se não bastasse, eu também demorei um tempão para escolher a roupa que Sara usaria e no final, eu fui com uma que eu usaria. - Eu me atrasei porque você dizia que todas as roupas estavam boas.

- Porque estavam! Você fica linda de todo jeito... Até com o cabelo mofado. - Ele me olhou e sorriu.

- Babaca