Capítul0 30

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Continuação... 

Alba ordenou que Alan sentasse entre Gael e Alana, enquanto Alanis se sentava no banco ao seu lado. Como eram crianças, o espaço entre seus corpos era o suficiente para Gael não fazer um escândalo.

E ele ainda continuava para a olhar para Alan: num impulso que ainda não tinha notado ser anormal.

– Você não tem nome? – O ômega se virou para ele, seus olhos alcançando os de Gael que não tratou de desviar. Em uma das raras vezes, Alba não precisou insistir para que tentasse um pouco mais.

Ele negou, olhando as bochechas naturalmente coradas de Alan e seus cílios escuros. Gael adorava detalhes, e às vezes ele se perdia neles. Como agora. Ele não estava interessado em conversar. Ele estava interessado nas sutilezas.

Alan era adorável e encantador. Parecia com as poesias de seus livros: tinha suavidade e era agradável aos ouvidos e aos olhos. Até o jeito que ele propositalmente esbarrava a ponta no seu pé no tornozelo de Gael parecia ritmado. Mesmo que fosse apenas para chamar sua atenção.

E ele não se incomodou com isso.

– Tem, sim! Mamãe disse que é Gael – Alanis disse.

– Você não sabe falar? – Alan perguntou, meio irônico.

– Agora você está ouvindo minha voz – Respondeu baixo, olhando para a janela do carro.

Para Gael, conversar e olhar nos olhos eram coisas difíceis demais para serem feitas juntas.

– Sua voz é macia.

– Como premeditou? Você consegue sentir a frequência das ondas mecânicas?

Alan piscou confusamente, trocando olhares suspeitos com Alana.

– Você fala difícil para alguém da sua idade – Alanis foi a primeira a dizer.

– Quantos anos você tem? – Alan emendou, vendo a mãe pelo retrovisor pedindo com gestos para não insistir.

Mas não foi preciso, porque Gael fez o número seis com os dedos.

– Oh! Eu também tenho seis! – Bateu palmas, o que perturbou Gael. Mas ele não fez e nem disse nada, porque sabia que se demonstrasse seu descontentamento, Alan pararia com aqueles risinhos fofos que sempre entrecortavam sua voz quando estava animado.

– Eu sei.

– Como sabe? Eu só falei agora – Provocou, olhando-o com aqueles olhos maliciosos que eram sua marca à anos.

– Alba me contou.

– Mamãe, você fala de mim para ele? – Lançou olhadelas irritadas para Alba que assentiu.

– Gael gosta de ouvir coisas sobre vocês.

– O que ela disse? – Sussurrou para Gael, próximo demais de seu ouvidos, o que fez com que ele se grudasse à porta.

– Que você é carinhoso, agitado e abrasivo.

– Abrasivo? – Franziu o cenho.

– Irascível... Irritável... Colérico...

– Você viu, querido, como ele é esperto?

Alba sorriu para Gael que deu de ombros, não entendo o porquê disso ser inteligente. A pergunta deveria ser o que é ser inteligente realmente? Informações retidas, sinapses rápidas, ou a articulação apropriada de áreas cerebrais?

– Gael consegue resolver equações complexas em pouco tempo – Continuou – E ele está aprendendo vários idiomas só com os livros da biblioteca. Ele não é realmente especial?

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