Capítulo 29

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''Eu quero escrever uma canção para você, uma que seja tão bonita quanto você é doce (...) eu quero escrever uma canção para você, uma para fazer seu coração se lembrar de mim. Então toda vez que eu me for, você pode ouvir a minha voz e cantar junto'' – I Want To Write You a Song (One Direction).

Arabella

Acordar com Scott ao meu lado na manhã do meu aniversario era estranhamente um presente e tanto. Me senti feliz de uma maneira imaginável, era bom ter ele por perto, mais do que eu gostaria que fosse.

Se me contassem que ficaríamos juntos a uns tempos atrás eu provavelmente não acreditaria. Ele era como um sonho distante que eu não tinha chances nenhuma de realizar e me sentia bem com isso, aceitava, mas agora era loucura que realmente tivesse acontecido.

Eu não queria ser uma louca romântica, mas, aquilo provavelmente já havia nascido comigo no momento em que minha mãe me trouxe a vida.

De qualquer maneira eu sentia que só queria viver todos os clichês possíveis e imagináveis ao lado dele, como naquele exato momento onde eu estava ao seu lado na cozinha, vestida em uma das camisas que roubei de sua mala ainda largada no meio do meu apartamento.

Édith Piaf tocava no rádio sobre a bancada, eu queria saber como cantar em francês enquanto tentava pensar em algo que se encaixasse com a letra da música que Scott havia começado a escrever. Primeiro ele pediu minha opinião sobre o pouco que havia em seu caderno de anotações e então quando percebi já estava inventando estrofes junto a ele em meio a cozinha enquanto preparávamos o café da manhã que estava mais para almoço.

Decidimos fazer uma massa, porque era mais fácil e rápido, mas eu estava começando a achar que aquele conceito estava errado levando em conta que Scott cortava milhares de coisas e usava praticamente todos os temperos que eu tinha em casa em seu molho que por sinal estava cheirando muito bem.

- O que acha? – ele me estendeu a colher para experimentar.

- Falta um pouco mais de sal – comentei pegando um pouco e colocando dentro, mexi experimentando novamente – Agora está ótimo.

Sorri satisfeita enquanto ele cortava um pouco mais de salsa sobre a taboa.

- Onde aprendeu cortar as coisas desse jeito? – ele era rápido quase como um chefe.

- Minha mãe, ela é chefe de cozinha – ele soltou uma respiração profunda concentrado despejando o ingrediente dentro da panela – Alias foi assim que ela conheceu meu pai, ela trabalhou em um dos hotéis dele no início da carreira e acho que nossos melhores momentos juntos sempre foram durante as refeições.

- Interessante.

- De qualquer maneira, acabei aprendendo um pouco – ele deu de ombros – Mas nunca me compararia a ela.

Pela primeira vez eu o tinha visto falar com certo carinho sobre sua família. Voltei minha atenção para o pequeno caderno sobre a bancada e reli um trecho da música que praticamente estávamos escrevendo juntos.

Percebi que uma parte da letra falava sobre seus pais. Algo sobre amor e não muito feliz.

- Acho que escrever uma carta de amor é muito mais fácil que uma canção – comentei batendo a caneta sobre as páginas do caderno e o fechei desistindo daquilo por um tempo.

- Já escreveu alguma? – perguntou ele com certa curiosidade enquanto desligava o fogão.

- Se cartas para amigos contarem como cartas de amor – falei enquanto pegava a massa do macarrão e a despejei sobre o escorredor sobre a pia – Não. Nunca escrevi uma verdadeira carta de amor.

COME AS YOU AREOnde histórias criam vida. Descubra agora