Capítulo 21

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''Você vai me levar para o Nirvana? Eu não acho que isso vai durar, mas você está aqui em meus braços.'' – Nirvana (Sam Smith).

Scott

Meu celular começou a tocar logo por a manhã. Eu queria matar o infeliz que estava ligando em plena manhã de domingo.

Inferno.

A luz da manhã já invadia todas as janelas do apartamento. Arabella se aninhou no meu peito. Caralho eu ainda não estava acostumado com aquela sensação de ter ela nos meus braços, completamente nua envolta dos lençóis. Se eu não tivesse a certeza de que passamos a noite inteira ali juntos poderia dizer que aquele era mais um dos meus sonhos malucos com ela.

Porra e que sonho maravilhoso.

Eu estava exausto, mas por uma razão muito boa.

Peguei o celular jogado no sofá me esforçando para que ela não acordasse, quando adormecemos ali tinha certeza que já estava amanhecendo.

A luz cegava meus olhos, mas pude ver no visor do celular o nome do meu pai.

Que porcaria ele queria àquela hora da manhã?

- O que você quer? - perguntei sem me importar se estava sendo grosso com ele ou não.

- Parece que alguém acordou de mal humor - comentou ele ríspido como sempre.

- Talvez porque alguém aqui resolveu me ligar seis horas da manhã da porcaria de um domingo - me esforcei para não falar em voz alta com ele e acordar Arabella.

- Eu só precisava saber como as coisas andam na construção do meu novo hotel - continuou ele - Houve uma mudança de um dos fornecedores eu enviei um e-mail para você sobre, acha que pode resolver para mim?

Seu tom não era de pedido e sim de uma ordem como sempre.

- Hoje?

- Quanto mais rápido melhor.

- Ótimo, talvez segunda-feira você tenha suas respostas.

- Eu espero que sim - foram as últimas palavras antes dele desligar o telefone.

Afundei minha cabeça na almofada tentando controlar minha frustração. Ele nunca havia sido o melhor pai do mundo àquela altura eu já havia me acostumado, mas ainda assim me irritava saber que ele sempre me ligava apenas para falar de negócios.

- Bom dia - a voz sussurrada e sonolenta de Arabella afastou qualquer que fossem meus sentimentos de raiva naquela hora.

Voltei meu olhar para ela ainda aninhada em mim. Seu cabelo bagunçado, seu rosto sonolento a luz refletindo nossas peles. Aquilo estava começando a fugir do meu controle, eu me importava com ela muito mais do que deveria, eu só não sabia o porquê e aquilo me assustava.

- Você deveria estar dormindo.

- Você também - ela bocejou ainda com seus olhos fechados.

- Sim, mas, meu pai resolveu me ligar as seis da manhã - bufei.

- Está tudo bem? - ela voltou seu rosto preguiçosamente para mim.

- Nada que precise se preocupar - eu resolveria as merdas dele no dia seguinte.

Naquele momento eu só queria me concentrar em Arabella e sua boca. A beijei sutilmente saboreando cada centímetro dos seus lábios.

Quando terminei ela sorriu se desprendendo de mim e virou o corpo ficando de costas para mim.

- Bom agora podemos voltar a dormir - disse ela baixinho - Acho que não consigo sentir meu corpo, estou exausta e isso é sua culpa.

- Minha culpa? - soltei uma risada - Se me lembro bem você também não queria parar.

- Ainda assim foi sua culpa.

Não pude conter meu divertimento com aquilo, beijei suas costas nuas até chegar em seu pescoço e li provocar cócegas.

- Vamos para o meu quarto lá vai ser mais confortável para dormir - sussurrei em seu ouvido.

- Eu acho que você não entendeu, não tenho intensão nenhuma de sair daqui - ela puxou o lençol fino sobre o corpo como uma criança preguiçosa me deixando completamente descoberto.

Observei-a de olhos fechados, eu literalmente a tinha deixado exausta.

Sorri.

Peguei minha cueca largada sobre o chão e a puxei para meu corpo me levantei e então peguei Arabella em meus braços.

Eu mesmo ia leva-la para o conforto da minha cama.

- Scott o que você está fazendo - ela abriu os olhos surpresa.

- Levando você para a minha cama.

- Mas o tapete estava confortável - protestou - E se você me derrubar naquela escada...

Mais uma vez ela tinha me feito rir.

- Você deveria confiar em mim meu anjo eu nunca deixaria você cair.

Ela sorriu preguiçosa relaxando seu corpo sobre meus braços.

- Eu confio em você Scott.

Aquelas palavras me acertaram em cheio. De repente eu me sentia o próprio homem das cavernas por dentro, queria protegê-la de todas as coisas que tentassem feri-la nesse mundo.

Deitei Arabella sobre o colchão e meu corpo foi junto em sua direção seus dedos se enroscaram nos meus cabelos e logo meus lábios estavam nos dela mais uma vez.

Se eu morresse hoje, caralho, que bela morte eu teria.

COME AS YOU AREOnde histórias criam vida. Descubra agora