Capítulo 26

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''I think I'II miss you forever.'' – Lana Del Rey

Arabella

Achei que Scott não iria me largar mais.

Tive que controlar as mãos bobas dele em público como sempre fazia por algumas horas. Ele definitivamente não conhecia a palavra limites e eu aparentemente também a havia esquecido.

Meu Deus, naquela manhã eu havia me comportado como uma vadia ou talvez eu tivesse me tornado uma. O que eu estava pensando? Simplesmente decidi que queria fazer aquilo e o fiz e o pior eu tinha gostado. Agora eu me sentia completamente envergonhado comigo mesma.

Só de lembrar dele gozando na minha mão e seu gosto meu rosto parecia queimar. Eu gostava de ser uma vadia e me sentir tão viva quanto eu podia perto dele e aquilo era a coisa mais estranha e maravilhosa da minha vida.

Talvez eu estivesse completamente pirada.

Meu corpo ainda latejava com o orgasmo que ele havia me provocado antes de sairmos para o aeroporto. Scott tinha feito questão de deixar sua marca sobre o meu seio para me lembrar antes de partir.

Eu sentiria falta dele naqueles dias, nunca imaginei que me sentira assim.

- O que significa esse sorrisinho em seu rosto? – perguntou Aaron assim que fechei a porta do nosso apartamento.

Não tinha notado que ele estava ali.

- Eu não estava sorrindo.

- Sim você estava – ele olhou para mim do outro lado do balcão – Então aparentemente a manhã foi boa.

Ele ergueu as sobrancelhas com um sorriso malicioso.

- Cala boca Aaron – contive minha risada.

- Meu Deus, o que ele fez com você? Você nunca me mandou calar a boca dessa maneira.

- Desculpe – eu ri me aproximando e li dei um breve abraço e um beijo no rosto que o deixou animado.

Me sentei a sua frente.

- Tudo bem – ele deu de ombros despreocupado.

Aaron pegou uma caneca com chá e entregou para mim.

Camomila meu chá preferido.

- Você parece bastante feliz – ele comentou se sentando ao meu lado.

- Sim – concordei. Eu estava feliz, estranhamente feliz.

- Quem diria, Arabella Gonzales namorada de um astro do rock – Aaron brincou enquanto levava sua caneca de café aos lábios.

- Não é pra tanto – olhei para ele revirando os olhos.

Aaron riu.

- Você contou para o seu pai?

- Não, quer dizer, eles se viram umas duas vezes – dei de ombros – E aparentemente meu pai gosta dele então...De qualquer maneira não sou mais uma garotinha que deve satisfações.

- Mas ele não gosta da fama – disse Aaron – Ele não sabe que ele é tipo uma pessoa famosa, certo?

- Não, ele não sabe – falei – Mas, eu acho que ele já superou essa coisa de fama. Ele sabe que não foi isso que matou ela.

Respirei fundo.

Minha mãe havia desenvolvido depressão por conta do trabalho, da carreira que ela tinha. E tudo veio abaixo de uma vez por todas quando ela desencadeou Alzheimer precoce, tinha sido mais rápido do que esperávamos.

Tudo começou com pequenos lapsos de memória até que ela não me reconhecia mais e nem a si mesma e então não acordou em uma manhã para nos dizer bom dia ou perguntar quem éramos como fazia sempre que saia do quarto.

Ainda assim após sua morte meu pai fez de tudo para afastar nossa família da mídia principalmente qualquer coisa que fosse relacionada a mim ou que buscasse me expor.

A garotinha de nove anos que perdeu a mãe famosa no auge da carreira para uma doença sem cura e ficou aos cuidados do pai que se afundou no álcool após a morte da esposa, depois disso me vi aprisionada, com medo de perder meu pai e acabar tendo os mesmo problemas mentais da minha mãe.

Às vezes eu me pegava ainda com medo. 

- Scott sabe sobre sua mãe ter sido atriz?

- Não. Nós não tivemos essa conversa ainda e eu não acho que seja relevante – dei de ombros.

- Você sabe que cedo ou tarde vai ter que lidar com a fama de novo na sua vida – ele olhou para mim de maneira preocupada – Digo, ele é famoso agora e parece ficar cada vez mais é questão de tempo para que a mídia descubra sobre vocês dois e você em especifico.

Eu ainda me lembrava dos paparazzis que perseguiam mama enquanto ela buscava por ajuda. Eu odiava aquilo, odiava a maneira com que eles tentavam a expor enquanto tudo que ela precisava era de privacidade, odiava ver meu pai ter que se esforçar para não explodir na frente de todos eles.

De certa forma eu o agradecia por ter me afastado de tudo aquilo.

Eu nunca me adaptaria.

- Bella, olhe eu só quero que você esteja preparada para isso – Aaron tocou meu ombro agindo com a sua melhor versão de irmão mais velho – Você não precisa se preocupar.

- Eu não nasci para essa vida – comentei finalmente pensando naquilo.

Aaron sorriu de maneira divertida.

- Na verdade, eu acho o oposto – ele pousou sua caneca sobre o balcão – Você se parece tanto com ela.

Ele não havia conhecido minha mãe, as vezes eu mesma achava que não tinha tido tempo o suficiente para ter conhecido ela de verdade. Tudo o que tínhamos eram fotos, vídeos e alguns filmes que ela havia feito e poucas memórias de quando ela ainda me reconhecia.

Contive minha risada com seu comentário.

- Certo tirando o fato de que eu não herdei nem um pouco da hiperatividade e atitude dela – comentei.

- Mas você continua sendo uma pessoa tímida e fofa – Aaron brincou puxando de leve o meu queixo.

- Ser tímido não é fofo – retruquei e bebi o restante do meu chá – É horrível.

Aaron soltou uma risada.

- Certo, mas ambos podemos concordar que você tem lidado muito melhor com isso agora do que antes.

Assenti, ele tinha um pouco de razão.

Coloquei minha caneca sobre a pia, pensando no que eu faria nos próximos dias.

- O que você acha de passarmos o dia assistindo alguns filmes e comendo sorvete?

- Quem partiu seu coração dessa vez? – voltei meu olhar para Aaron desconfiada.

- Eu acho que eu mesmo – ele riu dando de ombros - Vou sair para comprar o sorvete enquanto você escolhe os filmes e por favor nada de romances clichês.

- Vamos lá são os melhores, não finja que não gosta deles.

- Infelizmente – ele bufou.

COME AS YOU AREOnde histórias criam vida. Descubra agora