Capítulo 7

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Miguel

                No momento em que eu bati meus olhos nela, ainda naquele corredor de hospital eu soube que algo não estava bem. Seus olhos estavam sem brilho e ela com certeza estava demonstrando medo, não do homem ao meu lado, mas com certeza de alguma lembrança do seu passado. Me ocorreu que o caso que tínhamos ali, infelizmente já poderia ter acontecido com ela, senti ainda mais vontade de extravasar a minha raiva naquele homem, mesmo ciente que não era ele o culpado neste outro caso, mas que era alguém que assim como ele, agiu contra uma menina indefesa, deixando marcas que muitas vezes eram difíceis de serem apagadas.

                Quando fui atrás dela no banheiro, só confirmei as minhas suspeitas, ela não precisaria me falar mais nada. Lembrei que havia ficado chateado no dia em que estive ali para tirar o curativo, mas o que eu esperava ouvir, que era namorado dela? – Não fazia sentido. Eu fui um idiota, e estava envergonhado da minha atitude.

                Assim que eu terminei o que precisava fazer, fui para frente da casa dela e fiquei esperando-a. As horas não passavam, os minutos se arrastavam, e já estava quase indo até o hospital quando vi o carro dela se aproximar. Quando parou em frente à entrada da garagem eu aproveitei para entrar no carro.

                Entramos em silencio, eu apenas a ajudei a descer do carro e a amparei em meu peito, seguimos juntos para dentro do apartamento, só a soltei quando já estávamos ao lado do sofá. Ela sentou e sentei ao seu lado, então apoiou a cabeça em meu peito novamente e chorou, por um longo tempo ela chorou, fiquei ali, com ela em meus braços, sentindo meu coração apertado dentro do peito, acariciando os cabelos dela, beijando de leve a sua cabeça e aguardando que se acalmasse.

                Quando o choro foi cessando, ela levantou os olhos inchados em minha direção. Seus lábios estavam inchados e seu rosto vermelho.

                – Desculpa – ela falou abaixando seus olhos, envergonhada – eu a segurei pelo queixo e a fiz olhar para mim novamente.

                – Não tem porque pedir desculpas – a beijei na testa.

                – Eu não deveria ter perdido o controle. Muito menos estar aqui com você, assim – ela sorriu sem graça.

                – Às vezes é muito mais do que perder o controle. É simplesmente deixar as emoções guardadas saírem. Faz bem, sabia? Muita coisa guardada pode até causar doenças graves, mas você deve saber disso muito melhor do que eu.

                – Você tem razão, e talvez esteja se perguntando por que fiquei tão abalada? E espero que não se importe, mas não estou preparada para falar – tinha medo em seu olhar, e fiquei um pouco decepcionado, esperava que confiasse em mim, mas entendi que isso só aconteceria com o tempo. Eu sabia esperar. Confirmei com a cabeça, aceitando, e a beijei, os seus lábios eram ainda mais tentadores naquele momento.

                – Tem uma frase de Isak Dinesen que gosto muito: " A cura para tudo é sempre água salgada: o suor, as lágrimas ou o mar" Não precisa falar nada, o que importa é que estou aqui, e vou cuidar de você como prometi – eu tinha o rosto dela entre as minhas mãos, o brilho que vi nascer em seus olhos naquele momento fez com que tivesse certeza de que eu estava realmente fazendo a coisa certa.

                Ela sorriu timidamente, e a beijei novamente. Sentia meu peito vibrar com as batidas do meu coração, em uma sintonia perfeita que embalava os meus sentimentos por ela. Por mais recente que tudo ali fosse, eu sabia que estava sendo diferente, que algo dentro de mim havia se modificado, e pela primeira vez, de forma rápida e precisa, sabia que estava me apaixonando.

                Depois que ela se acalmou, lembrou-se que tinha que trabalhar a tarde, mais ainda não tinha descansado, então a levei até o quarto, tomamos um banho juntos, lavei cada parte do corpo dela, e ao contrário do que normalmente seria um banho acompanhado, apenas cuidei dela, tinha certeza de que algo relacionado a um abuso deveria ter acontecido, e não queria trazer seus monstros à tona novamente, mesmo ciente de que comigo ela não teria lembranças ruins, mas respeito o momento dela. Depois nos deitamos na sua cama, a coloquei em meu peito e acariciei seus cabelos até que adormecesse e acabei cochilando também com uma certeza em meu coração. O que tínhamos ali, entra nós, eram muito mais do que desejo e prazer!

Ahhhh como não amar esse capitão!! 😍
Como conto a história acabou aqui - agora vamos ganhar mais vida para esses dois - não tenho o livro pronto - portanto - tenham paciência comigo!! Vou postar tudinho - mas ainda não tenho uma frequência definida!! Espero vcs nos comentários e que não desistam de mim nem dessa linda história! Bjs no coração!!!
Abaixo vou deixar uma super DICA - um livro maravilhoso da minha super amiga Jaque 🤗
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"Cobertos pela Chuva" é o Spin-off de DOALE e as postagens começarão na quarta, dia 31, então se você ainda não leu baixe o seu, embarque em mais essa aventura comigo e conheça Raquel e Mateus 🧡

P.S.: Não é preciso ler o primeiro para entender o segundo, mas vai ter muito spoiler, então seria bom saber como tudo aconteceu 😉

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