Capítulo Dez

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Senti a sua presença e o seu corpo encostando nas minhas costas. Tentei levantar mas ele me segura sentada na pedra.

- O tempo não volta atrás, Tereza. Eu vejo muito de mim no meu filho mas eu estou ensinando para que não cometa os mesmos erros com a menina. -- diz perto do meu ouvido.

- Eu não quero ouvir a sua voz. Não encosta em mim. -- me levantei e me afastei para perto de uma árvore e respiro fundo.

- Quer dá um mergulho? -- pergunta e lhe vejo tirando a roupa toda na minha frente e foi embora nadar na cachoeira.

Eu não quero ir pra casa agora e também não quero molhar roupa. Também não vou cair no conto dele. Sei bem quem ele é no fundo e o que quer de mim. Nadou um pouco e saiu da água passando a mão nos cabelos e eu desviei os olhos do seu corpo.

Vestiu a calça e colocou o chapéu vindo para perto de mim de novo. O meu filho tem esses olhos. Olhos que hipnotiza. Tenta roubar um beijo e ri quando lhe afasto de mim.

- Você quer, preta. Aquele idiota não deve fazer nada. -- jura?

- Você não está lá para ver o que ele faz na cama comigo. Não é da sua conta. -- não me deixou passar e segura o meu braço e eu encaro os grandes olhos azuis.

- Eu não estou para brincadeira, Tereza. -- diz em tom de ameaça.
- Fique longe do Michael. Você é passado para mim e é lá que é o seu lugar... -- ele avança em mim e me beija a força, bravo.

Cravei as unhas nos seus braços e ele agarrou a mão nos meus cabelos e chega a machucar os meus lábios. Coloca a língua e força mais, bruto. Levantou o meu vestido e eu bato no seu peito para ele me largar.

- Não, José... Eu não quero... -- luto e ele tirou a mão e bateu.

- E tem o que querer, mulher? -- ameaçou me agarrar de novo mas eu tiro as suas mãos, brava.

- Tenho! Ele me respeita! Não pode me obrigar abrir as pernas para você por vontade sua! A sua máscara caiu cedo demais, José. -- ele mostra o sorriso com uma curva debochada. Eu conheço!

- Eu não sou bonzinho mas você gosta de mim. Gostou do que fizemos e quer voltar a fazer. A sua amiga é muito bonita. -- a minha mão lhe acertou com gosto e ele gargalhou. Cretino!

Encontrei o Michael na sala com a Suzana e ela se retirou quando ele se levantou e veio até mim.

- Você estava chorando? Onde estava, Tereza? -- coloca as mãos no meu rosto e eu beijo sua boca. É o homem certo para mim. Aquilo é um traste! Bruto!

- Quer tomar um banho? -- cheiro o seu pescoço e abro os primeiros botões da camisa.

- Esteve com ele? -- é esperto.

- Ele foi mas eu voltei para você. Não sai de perto de mim. Quando eu surtar não me deixa sozinha. -- abraço a sua cintura e beijo o seu peito e ele ergue o meu rosto e me olha seriamente.
- Você transou com ele? Eu não quero encostar em você depois de outro homem. -- diz bravo.

- Não tocou em mim. Eu juro. Eu quero ficar com você Michael. Vamos voltar mais cedo pra casa. Aqui não é o meu lugar. -- abro o cinto e ele continua me olhando.
- Você fez, Tereza? -- ele me olha desconfiado e com razão. Sei o que fiz com ele e lhe magoei.

- Eu juro que não fiz. -- digo sincera e ele beija o meu queixo.
- Eu sei que rolou alguma coisa, Tereza. -- ele ainda me encara.

- Esquece, Michael. Vamos fazer amor? -- digo irritada e ele ri.

- Você sabe que fica difícil voltar para a realidade. Como fica a Suzaninha? -- diz divertido.

- Vamos jantar com ela e depois deitamos. -- digo e ele assentiu.

*******

Não é normal o meu filho querer dormir comigo e eu acordo e ele está me sufocando. Não quer conversar e anda muito estranho. Se mexeu na cama, abriu os olhos e se sentou.

- Você engravidou a Maria? -- eu não sei nem o que imaginar!

- Ela tem dezessete anos, mãe. Eu não sei o que fazer. -- passou a mão no rosto e suspirou.

- Você não usa camisinha? -- pergunto e ele olha para mim.

- Eu transo com ela todo dia. Onde vou dá conta de ir na cidade para comprar camisinha? Aqui não é o Rio de Janeiro! -- ele já se altera de manhã cedo!

- Pois você trate de assumir a criança e a moça! Não vai correr para debaixo da minha saia! Ela não fez sozinha! -- digo brava. - Ela era virgem? -- pergunto e ele balança a cabeça e suspirou!

- O meu pai vai me matar. Ele disse que não era para mexer na menina sem casar. Ele vai me matar. -- coça a cabeça, nervoso. Engraçado! Muito engraçado! O José quer matar o filho dele?

- Você errou mas vai concertar. -- digo e ele assentiu emburrado.

Contei para o Michael e ele gargalhou na minha cara. A Suzana também riu bastante. Eu vou ser avó? Tão cedo meu Deus. Eu não permiti que o Michael viesse porque eu não sei o que vai acontecer nessa casa! Chamei a Maria na cozinha e ela veio mas em nenhum momento olha para o João. Ela sentou no sofá, quieta e o José entrou na sala todo suado e sujo de terra e Suzana xingou nas minhas costas! Ela se derrete por ele!

- O que está acontecendo aqui? Porque sumiu, moleque? -- diz bravo olhando para o João.

- A Maria está grávida, pai. -- o João nem me deixou falar.

- O que eu falei para você entrou e saiu no outro ouvido? -- elevou a voz e o João ergueu a cabeça.

- Vou assumir o que eu fiz. Diferente do que fez com a minha mãe. -- o João diz e desarmou completamente o pai.

- Vamos conversar com o seu pai, Maria. -- caminhou até ela e levou a garota com ele para fora.

- Ele não vai levar ela embora. Vai ficar aqui com o meu neto! -- diz furioso e tentou passar mas eu passei na sua frente, séria.

- Ele vai ficar, José. Deixe o João resolver a vida dele. Agora ele cresce. -- digo ainda assustada! O que esse garoto foi aprontar?!

- Agora se sabem da grande notícia, o que acha de voltar para almoçar? Estou faminta! -- a minha amiga quebra o gelo.

- A minha mãe já aprontou o almoço. Fiquem. Eu vou tomar um banho. -- diz e deu as costas.

- Santa bunda gostosa. Jesus. Eu preciso de um banho também, vovó! -- só ela para me fazer rir!

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