Capítulo Vinte e Sete

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De longe vejo o perigo entrando na minha casa. A Suzana diz que é um pecado mas o seu namorado não gosta dele mas o José já virou amigo! Tudo que não presta ele quer se juntar! Um mês para eu me amarrar e esse cercando a minha casa.

- Você sabe que ele é do Rio? É filho do velho mas prefere chamar de patrão. -- quando interessa ela puxa a ficha toda!

- E você sabe que esse traste já foi preso por assassinato? Vou conversar com o José. Não preciso de segurança. Tem homem demais nessa casa e vai dá conta se alguém quiser fazer o mal aqui. -- digo brava e ela ri.

- O José é suficiente. Mas você sabe que ele está rondando por sua causa. Eu percebi ontem. -- desviei os olhos para a Clarinha. Ela é curiosa e linguaruda!

- Vai vê a titia, Clarinha. Ela fez biscoitos. -- a palavra-chave! Ela entrou e eu olho para a Suzana.

- Ela escuta e conta para o José. Ele entende o inglês dela. -- a inteligência é do Michael. Pura!

- É um bebê ainda, Tereza! Não sei o que você tem? Parece que tem um imã para macho gostoso. Um touro daquele e tu para casar! Eu vou largar o lenhador. Grudento demais! -- faz careta e afastou os cabelos dos ombros e se indireita na cadeira, inquieta.

- Vai largar? Você não sai do quarto dele. Faz me rir. -- ri.

- Eu não quero depender dele. Ficou traumatizado e me quer aqui com ele. Eu sou livre, Tereza. Acha que vai pra frente? -- suspira e eu reviro os olhos.

- Sempre esse lenga lenga? Você gosta dele, Suzana. Você gosta de trabalhar e vai continuar. Se o César não aceitar você larga. Homem não é tudo na vida. -- o sangue gelou quando o José caminha para a casa e trás o tal do Dante! Um nome até bonito! Eu sempre ligo o meu alerta! Os seus olhos são astutos. Perigoso! Não me engano com esse tipo!

- Bom dia. -- diz educadamente e estende a mão para a Suzana e ela aperta com muita firmeza!

- Bom dia. -- recusei o aperto e os lábios grossos se curvaram num sorriso discreto mas sacana.

- Algum problema? -- pergunto.

- O velho quer uma sociedade. Vou conversar com o Dante e não quero ser interrompido. -- esse narizinho em pé dá um ódio! Ele não se enxerga mesmo!

- Então não deixe a Clara lhe vê entrando no escritório. Ela vai entrar. -- o grude desse homem! Talvez seja os olhos azuis! O José entrou e o Dante me deu uma última e longa olhada e entrou.

- Delícia... Isso deve nocautear na cama. -- ela não tem jeito não.

- Você é muito vadia. -- rio.

- E homem foi feito para que? Deixa de ser besta e aprende comigo. Pisa no peão! -- eu sei!

- Bom dia. Viram o José? -- tomei um susto quando vi o César. A cara da minha amiga é a melhor. É um show de beleza!

- Ele entrou com o Dante. Estão em reunião. -- aviso e ele assente. Esse cabelo é lindo!

- Ele me chamou mas eu estava ocupado com o João. Não vi a pequena hoje. Olha ela aí! -- sorriu ao ver a minha filha e lhe pega no colo e enche de beijo. O José até já acostumou com isso! Afasta os cabelos dele dos ombros e beija a sua bochecha. É nítido o seu carinho por criança.

- Bincar? -- chama e ele suspira.

- Agora eu não posso, princesa. Depois de eu falar com o seu pai vamos brincar ta bom? -- diz e ela faz beicinho para derreter!

- Me dá ela aqui, César. O José deve estar te esperando. Vai lá. -- me entregou e ela choraminga querendo ir com ele e eu dou uma palmadinha no bumbum e beijo a sua bochecha e ela puxa o meu beijo e dá um beijinho.

- Comeu o biscoito? -- pergunto e ela balança a cabeça e assente.

- Bincar, mamãe. -- vai demorar um pouquinho para brincar com a sobrinha! O Quim não brinca de boneca e é arisco como o pai. Precisa estar olhando os dois!

- Vamos brincar de boneca, Suzana. -- temos que interagir!

- Eu gosto de brincar com outra coisa. -- estreitei os olhos para ela medir as palavrinhas dela!

- O que? -- a orelhinha em pé! A curiosidade em pouca pessoinha! Mas é da idade.

- Você vai descobrir na idade certa. Vamos brincar! -- levantou rindo e eu belisco o seu braço.

- Toma tento, Suzana. -- bufei.

- Falou a louca que não dorme. -- a culpa é do fogoso do José!

O Dante não ficou para almoçar e eu agradeci. Gosto de fazer compras bem cedo mas não deu mesmo assim estava tudo fresco. O bom do interior são os alimentos. Tudo da terra, sem açúcar, sal, nada de latas! O meu filho vivia de besteiras e se vê a diferença hoje, o meu neto nunca ficou doente e muito menos a Clara. Não tem problema para se alimentar.

A Suzana se afastou para ver uns vestidos e eu fiquei pegar o que ainda precisava e me preparei para bater no ser que tocou na minha bunda! Ele novamente?!

- O que pensa que está fazendo? -- segurei para não gritar alto.

- O que eu fiz com a senhora? -- pergunta sorrindo descarado e eu olhei para a senhora que nos olha com curiosidade tamanha! Ela conhece o José e a mim e sabem do nosso casamento.

- Esbarrei na senhora? Me perdoe. -- o puro cinismo! Tenho dedo podre para atrair esse tipo?

- Não foi nada. -- sorri para mim e olha para minha boca e sai.

- Dizem que ele não é bom sujeito. O seu marido tem amizade com esse bastardo? -- sei que ele não é boa coisa mas falar com esse nojo não precisa!

- Não me meto nos assuntos do José. Isso é tudo. -- coloquei no balcão as minhas compras. Saindo da quitanda lhe encontro encostado na parede. Deus!

- Você está me seguindo? -- ando apressada e ele me acompanha.

- E não pretendo parar. -- parei no lugar e me virei para encarar.

- Pois pare imediatamente. Vou me casar com o José e eu quero você longe da minha casa e da minha família. Não conheço você e não me interessa conhecer. Saia do meu caminho. -- lhe aviso e ele ri secamente.

- Está me ameaçando? -- debocha e a Suzana se aproxima de nós.

- Algum problema? -- pergunta.

- Já resolvi tudo por aqui. Vamos. -- pego o seu braço e lhe puxo.

- O que ele quer? -- pergunta olhando para trás, curiosa.

- Provocar mas não vai conseguir! Preciso tomar um banho de sal grosso urgente! -- cuspo fogo e ela gargalhou como sempre ajudando muito!

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