Capítulo Trinta e Quatro

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Suzana

- Que lindo! -- a Tereza salta com o caçulinha gostoso de lado e ele ri. O José tem uma puta genética! Só sai alemão da preta dele. Nasceu e você sabe que ele fez!

- Eu sei mas... -- tudo treme! Amo crianças e até os enjoos são lindos mas eu sinto tanto medo. Sempre acostumada a ser só, a ter as minhas aventuras e agora eu terei um alguém para sempre. É muito novo para mim. Sempre fui espontânea e agora me escondo do meu lenhador!

- O César vai pirar! -- doida!

- Eu sei. -- ela me entregar o meu gordinho e ele se lambuza com um pedacinho de melancia.

- Ele vem jantar aqui hoje pois é aniversário do meu pai. Ótima oportunidade para contar. Mês que vem vai com certeza aparecer. Não duvide. Esconder vai magoar ele, Suzana. O César é um homem tão incrível. -- diz.

- É o meu primeiro filho, Tereza. Dá um desconto. -- digo e ela ri.

- Tudo bem mas é muito bom. Não é bom? -- brinca feito idiota para o gordinho e ele solta uma risadinha olhando para ela.

- É lindo. Estressa, cansa, o sexo diminue, o homem pira mas são os amores da minha vida. Não me arrependo de nada mas eu parei por aqui. Não é, bebê? -- beija a sua bochecha e volta a cozinhar. Eu estou uma bolinha! Sou do time que devora tudo!

E com gosto de mandar para dentro até satisfazer o desejo. Quando a noite chegou eu não queria sair do quarto mas a minha amiga é chata quando ela quer! Parece que você relaxa um pouco quando engravida. Eu vivo sem sutiã e saltos, senhor!

O vestido simples e sandálias baixas. O rosto limpo e os cabelos ainda úmidos. A Maria ri toda vez que o Dante solta alguma gracinha para o pai. Ele já disse na minha cara que dava tudo que tem na conta para casar comigo! A Tereza quase morre!

- Ele gosta de coisa boa. Veja esses branquelos só gostam de pretas e casam com ela. -- o Dante é inconveniente! Ele ainda não engoliu o que o pai fez.

- Se eu ouvir a sua voz mais uma vez eu juro que dou um jeito em você. -- a Tereza perdeu a paciência e ele fez um zíper e ri.

Usei o Isaac de escudo até ele dormir e eu e ele sobrar na varanda. Um silêncio eterno. A gente se entende na cama mas na hora de conversar complica!

- Eu já vou indo. Boa noite. -- diz sério mas não saiu do lugar.

- Boa noite. -- digo sem lhe olhar. Se levantou e foi embora sem olhar para trás muito bravo. Não julgo pois tem toda razão.

*******

A Tereza insistiu para irmos até a cachoeira. A Maria também levou os filhos e aproveitamos para fazer um piquenique mas a minha cabeça está a mil a dias.

- Não vai comer nada? -- a Maria pergunta e eu assenti e peguei uma maçã e mordi sem vontade. - Porque não procura o César? Ele deve saber do bebê mas quer ouvir de você, Suzana. -- diz.

- É de estranhar você tão quieta. Conta de uma vez. Não conheço outro homem que ama tanto as nossas crianças como o César. Ele até brinca e para o José e João é o maior babacão. -- ela riu.

- A Tereza disse que ele vai na fazenda hoje. Vou conversar com ele. --  suspiro e me deito na toalha. Não posso mais fugir. Ele nem deve querer falar comigo mas eu vou ter que encarar.

O dia foi agradável mas ele não apareceu a noite. O José avisou para a Tereza que estava saindo.

- Você pode me dá uma carona? -- pergunto e ele olha para a Tereza. Ele conhece a mulher!

- Ela quer conversar com o César. -- diz e ele assentiu e me fez passar na frente e fecha a porta.

Fomos em silêncio e a Dona Marisa me ofereceu bolo e café para esperar o tempo da prosa! O José voltou sozinho e muito sério. O que aconteceu agora?

- O César quer ficar sozinho. Acho melhor voltar pra casa. -- diz e pelo jeito de falar é sério!

- Porque? Ele vai embora? Eu preciso contar para ele! -- o José segura o meu braço e me impede de passar pela porta.

- O César perdeu a mãe. Ele até mandava cartas e ela respondia mas perdeu o contato esse mês. Fizeram o enterro e não disseram nada para ele como se não fosse mais da família. Você pode deixar para outro dia. Vamos embora. -- pede, calmo.

- Um minuto e vamos. Se passar disso pode ir. Vou ficar. -- digo.

Segui para fora da casa até os seus aposentos. Bati na porta e ouvi ela sendo destrancada. Ele não apareceu apenas abriu. Entrei e ele sentou na cama. Fechei a porta e me aproximo dele. Abraça a minha cintura e chora. Não quer olhar para mim.

Me faz sentar no seu colo e enterra o rosto no meu peito. Lhe abraço e eu deixo chorar.

- Eu sinto muito. Você não tem culpa. -- digo e ele me aperta.

Deitamos na cama e ele acalmou um pouco. Acaricia a minha barriga e eu balancei a cabeça confirmando e ele sorri com os olhos avermelhados. O meu coração se apertou por ele. Fizeram ele idiota e por anos e agora fazem uma crueldade dessas? Que gente terrível é essa? Eu acho que ela se foi por desgosto pois o único fruto bom se jogou no mundo revoltado!

- Não queria me contar? -- pergunta e eu acaricio o seu rosto me sentindo uma idiota! Eu tenho tanta sorte de lhe ter aqui.

- Já passou. Me assustou um pouco mas eu estou com você. Estamos com você... -- lhe cheiro morrendo de saudade dele.

- Vai ficar comigo? Casar? -- pergunta acariciando a minha barriga com carinho. Perfeito.

- Casar é forte demais. Foca na cria que você fez em mim. -- digo tremula e ele ri gostoso e vem pra cima de mim e me beija. Inveja desse cabelo, Deus!

- Eu quero viver com você. Perdi o meu bem mais precioso mas eu ganhei outro bem que não vai substituir nunca mas eu vou amar do mesmo jeito. Renasci novamente. -- como não amar?

- Você cozinha? -- pergunta para descontrair. Não quero chorar!

- Sim. Vai responder agora ou vai me provar primeiro? -- sorri já subindo o meu vestido florido.

- Eu não levo nada sem fazer o teste. Refresque a minha memória, por favor. -- relaxei na cama e ele tira o meu vestido.

- Eu amo você, Suzana. -- diz e os olhos azuis brilham sinceros.

- E eu amo você. Sou louca por você. Eu caso! -- quase gritei! A liberdade é muito boa mas sozinha no interior de uma bela casa você sabe que não é feliz. Falta alguma coisa para preencher. Ele me ensinou a amar, ser família, compartilhar. Não tenho dúvida que será a melhor aventura da minha vida!

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