Capítulo 4

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Alaster Milles

Já tinha mais ou menos uma semana que eu e a Karen estávamos conversando

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Já tinha mais ou menos uma semana que eu e a Karen estávamos conversando. E ao mesmo tempo que eu não conseguia deixar de pensar nas nossas conversas, eu achava loucura! Porque me tornei uma pessoa fechada e insegura, entretanto pra ela eu tinha contado toda a minha vida, inclusive coisas que muitas pessoas próximas a mim não sabiam. Falei sobre os meus sentimentos, minha reação ao receber a notícia que a minha esposa tinha morrido -já que na época eu pensava "eu sirvo a lei, cumpro regras e protejo civis, mas não fui capaz de safar minha mulher de um trágico acidente"- e até me abri sobre o que estava sentindo em relação àquilo, pois tecnicamente, Karen Lincoln foi a primeira mulher com quem me relacionei depois da minha mulher. Mesmo que não seja nada relacionado a segundas intenções, eu gostava de saber que tinha alguém por perto que queria conversar comigo sobre qualquer coisa, fosse do trabalho ou da minha vida social. Olha que legal, eu fiz uma amiga! Uma amiga mesmo, de confiança, não uma colega que estava ali só quando podia e não quando eu precisava.

— (...) Isso é surreal! Você não pode ter todo esse poder sobre mim.

Dei uma risadinha enquanto gravava áudio. Eu estava no Departamento, sentado em frente a minha mesa, com os pés para o alto, apoiados na madeira.

— Lembre-se, é apenas um exercício para te tornar alguém... normal.

Karen havia me pedido para, assim que terminasse de almoçar, deixasse de lavar o meu prato. De acordo com ela, isso faria com que eu me importasse menos com as coisas.

— Você tá me tornando uma pessoa porca, isso sim.

— Não, só quero te mostrar que esse seu TOC não acrescenta em nada e que esses pequenos detalhes são supérfluos, insignificantes. O que quê tem você deixar de lavar o prato uma vez na vida?

Comecei a pensar que ela poderia ter razão.

De repente, um batalhão começou a correr em direção a saída. Olhei àquilo, tentando entender o que poderia estar acontecendo.

— Eu tenho que sair agora, okay? Vou fazer uma coisa e mais tarde entro.

Ela disse, em mensagem dessa vez.

— Que coisa?

Eu perguntei, interessado. A verdade é que a Karen era muito misteriosa. Muita coisa da vida dela eu não sabia -coisas básicas sim, como a cor favorita, o prato predileto, o fato dela ter 23 anos- e sempre que perguntava, ou ela dava uma resposta meia boca ou dizia que não gostava de tocar no assunto e pedia para passarmos pro próximo.

ALASTER MILLES- Homens Da Lei [L2] PLUSSIZE 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora