Alaster Milles
Eu havia concordado em ajudar a Kath, não sei se porque considerava ser a coisa certa a se fazer ou se eu simplesmente não resisti àquela linda carinha de brava determinada que ela tem. A mesma ficou em casa, criando todo um plano de resgate e pensando em mil e um lugares que o seu antigo chefe poderia estar. Já eu não podia faltar ao trabalho, principalmente porque estava de volta após três longas semanas e não podia perder mais tempo.
— Capitão, eu preciso de um mandato.
Bati na porta da sala do Sr. Jackson.
— Capitão?
Encontrei o escritório vazio. De repente algo me chamou a atenção. Me aproximei de sua mesa e dei uma boa olhada para uma pasta aberta. Encontrei a foto da Kath em preto e branco, com um "x" marcado encima e toda a sua ficha completa, desde idade e escolaridade até gostos, adjetivos, defeitos, hobbies e características físicas, como a cor dos olhos, do cabelo, que costuma ser impulsiva, adora ir a praia, detesta azeitona.
Passei a me perguntar do porque aquilo estava ali. Será que era por conta do caso?
Comecei a folhear a pasta enquanto olhava para a porta, verificando se alguém chegaria. E então eu vejo, também com a foto em preto e branco e os dados do lado : Pietro Le'vvy.
— Merda!
Me afastei da mesa. Com todas aquelas provas, só podia significar uma coisa, que...
— Posso ajudar, Alaster?
Meu capitão apareceu na porta, com um copo de café e uma das mãos enfiadas no bolso frontal. Há quanto tempo ele devia estar ali?
— Érrr, não. Eu só vim...
Comecei a olhar para os lados, na intenção de encontrar uma saída.
— C-convidá-lo para a minha festa de aniversário.
— Seu aniversário é daqui há dois meses.
— Resolvi comemorar antes porque... e-ele vai cair numa segunda e... eu não posso faltar no trabalho em plena segunda-feira, né.
— Bem pensado.
Entrou na sala e foi se sentar, dando o primeiro gole no seu café.
— Depois eu te passo as informações corretas, como horário e local. É que ainda não foi definido.
— Beleza. Você sabe aonde me encontrar.
— Certo. Ahn... eu vou voltar ao trabalho. Com licença.
Sai do escritório e passei rapidamente no meu, só para pegar o casaco. Após verificar se o celular e as chaves do carro se encontravam no bolso, fui direto para o estacionamento.
Resolvi ligar para a Kath enquanto tirava o carro, mas percebi que já tinha um recado dela.
"Tô indo para o orfanato. Meu filho morava lá e desapareceu. Certamente eles devem saber de alguma coisa".
— Não, Kath. Você não entendeu uma palavra que eu disse?
***
Kath Le'vvy
— (...) Quem foi que pegou ele, sua vaca?
Eu pressionava a cabeça da Sra. Dalva, uma mulher de 58 anos, contra a sua própria mesa enquanto segurava seu braço no alto.
Havia entrado no orfanato através da janela do escritório dela, pegando-a de surpresa e fazendo com que ficasse sem defesa.
— Eu não sei o nome dele.
Dizia com dificuldade, até porque toda a sua concentração estava sendo esmagada pela dor que sentia.
— Mentira!
Levantei seu braço ainda mais, a fazendo gritar.
— Cala essa boca, velha estúpida.
— Eu estou dizendo a verdade. Era apenas um homem alto, grisalho porém em boa forma.
Àquilo era inútil pra mim. O Chefe nunca aparecia para nós, tanto é que, quando ficávamos, eu tinha que usar uma venda. Eu não tinha ideia de como ele era.
— Kath? Kath, o que você tá fazendo?
Alaster entrou na sala, desesperado.
— Vim atrás de respostas. Você disse que me ajudaria, mas até agora eu tenho feito tudo sozinha.
— Ao contrário de você, eu penso em cada mísero detalhe antes de dar o primeiro passo. Vamos com calma, a gente vai encontrar o seu filho. Sei que você está preocupada e quer encontrá-lo logo, mas essa não é a resposta. Se está pensando tanto no seu filho, acha que ele iria gostar de te ver fazendo isso?
Comecei a pensar a respeito, deixando algumas lágrimas cair.
— Você é inútil pra mim mesmo.
Soltei a mulher, enxugando o meu rosto.
— Se quer saber, ele me pagou muito bem para entregar o garoto.
Se recompôs, alisando o braço.
— Aqui é uma instituição de adoção, não uma escolinha a qual você pode deixar o seu filho enquanto brinca de polícia e ladrão. E em falando na polícia, eu aconselho vocês a correrem porque eu entrei em contato com eles recentemente só pra te ferrar ainda mais, garota petulante.
Sem pensar duas vezes, a soquei na cara, o que fez com que ela caísse desacordada no chão.
— Será que você não tem nenhum método menos ortodoxo pra resolver as coisas?
Alaster me questionou, com um sorriso divertido nos lábios.
— Sra. Dalva, eu ouvi gritos e percebi que um homem subia correndo aqui pra cima. Fiquei preocupada e chamei a polícia. Pedimos as crianças que fossem para os seus quartos. Espero que tenha sido um engano e que esteja tudo b... Ai meu Deus!
Uma mulher, certamente funcionária de lá, chegou na sala e se assustou ao se deparar com a cena.
— Quem são vocês e o que fizeram com ela?
Tentei partir pra cima da moça, que já cobria o rosto de medo, mas Alaster me impediu, segurando em minha cintura.
— Vamos embora. Não escutou o que ela disse? A polícia tá chegando.
Me direcionou até a janela.
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ALASTER MILLES- Homens Da Lei [L2] PLUSSIZE 2019
RomanceALASTER & KATH •COMPLETO• Livro 2 Capa feita por @prihzimmermann Alaster é o detetive mais requisitado de toda Flórida, aos 40 anos ele já viu tudo de ruim de um ser humano. Casou se novo .. Mais por um trágico acidente perdeu sua esposa. Não t...