Capítulo 15

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Alaster Milles

Já passava das duas da manhã quando eu me levantei cuidadosamente do sofá e fui até a cozinha na intenção de beber uma água. Abri o armário e peguei um copo. Em seguida tirei a jarra de dentro da geladeira.

De repente ouço uma respiração pesada atrás de mim e o pressentimento de que tem alguém escondido no escuro. Finjo que não percebi nada e abro a gaveta de talheres, pegando uma faca.

Virei-me rapidamente e arremessei o utensílio na direção dele, acedendo a luz no mesmo instante.

— Pelo visto você não é muito bom em arremessar facas, não é mesmo Milles?

Metade da faca entrou para dentro da parede, ficando pendurada, bem do lado do rosto dele.

— Capitão Jackson?

Como eu deduzia, sentado em uma das cadeiras, com a perna cruzada e

— Não finja surpresa. Eu sei que você já sabia.

— No início era só uma hipótese.

— E como um bom detetive, você desvendou o mistério.

— O que tá fazendo aqui e como entrou?

— Jurava que não seriam essas as perguntas que você me faria.

— Eu já sei de tudo, que a Kath costumava trabalhar pra você, que ela montou um perfil falso e criou uma personagem pra ficar de olho no detetive do caso, que ela começou a se envolver amorosamente comigo e você, com medo de ser rastreado, sede de vingança, porque era só questão de tempo até ela sair do bando e certamente com ciúmes, pois eu também sei que vocês tiveram um caso, quis e ainda quer matá-la e como não conseguiu de primeira, pegou no seu maior ponto fraco, seu filho. Como consegue dormir a noite sabendo que está apavorando uma criança que não tem nada haver com isso?

— Se ela tivesse se entregado desde o começo, me pouparia de cometer tais atos.

— Desista de uma vez, você já está arruinado. Eu vou contar tudo para o nosso superior e você irá perder o seu cargo.

— Sabia que você diria uma coisa dessas.

Se levantou, vindo até mim e ficando perigosamente próximo do meu rosto, na tentativa de me intimidar.

— Vou arrancar dedo a dedo e fio a fio daquele moleque se você não fizer exatamente o que eu disser.

— Estou deixando de trabalhar pra você a partir de hoje.

— Serão minhas últimas ordens. Me obedeça e eu prometo devolver o garoto sã e salvo.

— Por que continua prolongado isso?

— Quero provar uma última vez que sou melhor que você e que você sempre será um capacho comprado.

— Sai da minha frente agora mesmo ou a próxima vez que eu arremessar uma faca pra cima de você, não irei errar de novo.

Lhe dei as costas.

— Esteja preparado quando eu te chamar.

— É bom não fazer isso enquanto eu estiver cumprindo minhas responsabilidades e perto da Kath.

Com certeza eu seria um substituto para a Le'vvy e faria as coisas ilegais que ela costumava fazer. Por isso não queria que ela soubesse e se preocupasse comigo, já que, se ela saiu desse ramo, certamente não iria querer que eu entrasse e me arriscasse, mesmo se fosse para salvar o seu filho. Ela iria querer ver outras opções que não envolvessem risco de vida ou morte, mas ela tinha razão, sobre poder ser tarde demais e que até o momento eu não tinha feito muito para ajudar na investigação. Bom, tomara que, o que eu estou prestes a fazer funcione.

— Esteja preparado quando eu te chamar.

— Você por acaso é surdo?

Me virei novamente, não encontrando mais o capitão. Olhei na direção da porta da cozinha, a vendo aberta e com a fechadura arrombada. Apaguei a luz e voltei para os braços da Kath, que continuava a dormir serenamente.

***

No dia seguinte...

Sábado, 09:08 AM

— O rancoroso e solitário Alaster Milles fazendo ovos com bacon para uma garota. O que estamos vendo aqui é uma raridade, senhoras e senhores ou um milagre?

Kath comentou, me fazendo rir. Estávamos para tomar café-da-manhã e tínhamos até concordado em ficar o dia todo deitados na cama, vendo um filme e curtindo a companhia um do outro.

— Bobinha.

Mexi os ovos mais um pouco e botei uma última pitada de tempero, virando o bacon na frigideira logo em seguida.

De repente sinto meu celular vibrando encima do balcão, ao lado da Kate.

— Vamos ver qual das suas amantes quer te ver agora.

Brincou. Ela sabia que a última mulher com quem tive um compromisso sério foi minha esposa.

Arregalei levemente os olhos e corri para pegá-lo.

— Alaster, o que é isso?

Disse, estranhando, após eu lhe tomar o celular das mãos de modo bruto.

— M-me desculpe, não quis parecer tão grosseiro.

— Tá parecendo mesmo que você tem uma amante.

Deu uma risadinha nervosa, temendo que eu confirmasse.

— O que tá escondendo?

— Nada amor, eu só... ainda não me acostumei a me abrir por inteiro. E isso incluí a privacidade do meu celular.

— Okay.

Levantou suas mãos.

— Tem razão, eu não tenho o direito de mexer a hora que quiser. O celular é seu, não meu, nem nosso. E se eu o fizesse, demonstraria que não confio em você e não é a imagem que quero transmitir.

— Obrigada.

Lhe dei um beijo na testa e desbloquiei a tela, lendo a mensagem.

"Me encontre no caz daqui há meia hora. Vista uma roupa preta."

— Alaster?

A ignorei da primeira vez. Estava pensando em como daria uma desculpa para a Kath.

— Alaster?

A ignorei uma segunda vez, não a respondendo.

— Alaster!

— Oi?

— O ovo, amor.

Demorei alguns segundos para me ligar. Rapidamente me virei e desliguei o fogo, vendo que tinha queimado tudo. Boa!

— Vou sair pra comprar o nosso café.

Disse repentinamente, largando o avental.

— Quer que eu vá com você?

— Não, não. Eu tô bem. Vai escolhendo um filme pra vermos.

Disse já correndo até o quarto.

*********

O livro está em reta final, então Cometem muito pra chegar a meta

ALASTER MILLES- Homens Da Lei [L2] PLUSSIZE 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora