Capítulo 17

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Kath Le'vvy

Eram seis e doze da noite e eu me encontrava na cozinha, preparando o jantar. Alaster não havia me ligado nem mandado mensagem dizendo que horas voltaria. Ele saiu cedo, não esclareceu nada e até agora não voltou. Me preocuparia se ele já não fosse grandinho o suficiente e tivesse uma arma no quadril a qual sabe usar muito bem.

O jantar seria uma forma de fazer algo especial, na intenção de termos uma noite romântica afim de fazer com que déssemos um tempo e esquecessemos um pouco de toda essa loucurada. Não o meu filho em si, mas os acontecimentos recentes, em questão a brutalidade e os nervos a flor da pele. Poxa, eu bati em uma mulher mais velha que eu não tem nem um mês! A primeira coisa que recomendam fazer em um momento desesperador é manter a calma e nós falhamos, eu principalmente.

De repente escutei, na televisão, o nome Travis Butler e sai em disparada para a sala. A reportagem que passava tinha a foto dele ao lado e dizia que o mesmo havia sido encontrado morto hoje mais cedo, na calçada da rua, perto de um caixa 24h, com um furo de bala na testa. A polícia tinha certeza que ele havia sido assassinado e que o motivo podia ser desde um assalto que deu errado (pois seus pertences continuaram consigo mesmo) a um acerto de contas, já que ele não era nenhum santo. Depois a câmera virou para o delegado do caso, Henry Jackson, dar seu depoimento.

Fiquei boquiaberta com aquilo, pensando que o suspeito só podia ser uma pessoa, meu chefe. Se ele estava disposto a matar a sangue frio pessoas as quais confiava, como o Travis, o que o impedia de vir atrás de mim uma terceira vez?

Dei um pulinho pra cima ao ouvir o toque de torpedo do computador do Alaster. Me sentei no sofá de frente pra ele na intenção de ver o que era. Era uma mensagem do seu capitão Jackson.

"Então quer dizer que agora você quer bancar o valentão? Vai deixar de atender o celular, pensando que é só me ignorar e dizer fui que tá tudo bem? Eu já disse, sou eu quem manda aqui e você obedece, porque deixa eu te lembrar que se as coisas não forem assim, eu terei a maior satisfação em contar tudo para a Kath, que sou eu o cara pra quem ela dava e trabalhava, que só eu sei aonde o filho dela está e ainda a faço se virar contra você, enviando o vídeo aonde você assassina o Travis. O que acha que ela vai pensar quando souber que o delegado sexy e honesto da Flórida é na verdade um pau mandado covarde? É bom você tomar vergonha nessa sua cara e me encontrar ainda hoje no caz, a meia noite, para o descarregamento de algumas drogas. E não se atrase."

— Desgraçado!

Fechei a tela com brutalidade.

— Chamando o Alaster de covarde quando é você quem precisa sequestrar crianças e ameaçar os outros pra poder se sentir no controle.

Meus pensamentos foram interrompidos após eu escutar o barulho de um galho de árvore se partindo lá fora. Fiquei atenta na mesma hora e peguei o vaso decorativo de porcelana encima da mesa, na intenção de usá-lo como arma.

Fui até a janela e comecei a olhar através do vão da cortina. Avistei um cara se aproximando da casa enquanto empunhava uma arma, se preparando para entrar. Me movi cuidadosamente e fui caminhando até os fundos, dando a volta.

— Parado!

Encostei a ponta do objeto atrás de sua cabeça e o fiz parar com os movimentos imediatamente. Ele já girava a maçaneta para o lado, prontinho para me pegar desprevenida.

ALASTER MILLES- Homens Da Lei [L2] PLUSSIZE 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora