Alaster Milles
Já tinha uma semana que eu estava servindo ilegalmente ao meu Capitão. Na verdade, eu me sentia dividido pois ao mesmo tempo que eu trabalhava no departamento, eu ia e obedecia suas ordens quando ele me chamava. Todo o dia eu o questionava de até quando ele precisaria de mim, e a sua resposta era a mesma : "até quando eu quiser".
Na delegacia, o que eu, o capitão e o Travis fazíamos já estava virando um caso pro Jasper. Por enquanto ele não tinha posto nada em prática, estava só investigando e coletando pistas, mas uma hora ou outra aquilo podia virar alguma coisa.
Eu me encontrava na minha mesa, resolvendo algumas papeladas. De tanto eu me focar em fazer o trabalho sujo do capitão, não tinha mais tempo para resolver caso algum.
De repente eu recebo uma mensagem no meu celular, de ninguém nada mais, nada menos que o Johnson. Passei a mão pela testa, impaciente. No torpedo dizia : "descobri que o Travis está trabalhando para um rival meu. Da um fim no safado. Ele foi no caixa eletrônico."
Olhei para o lado do capitão e ele estava andando pela sala, falando no telefone de fio. O ordinário me encarou e mandou uma piscadela.
— Merda!
Peguei a arma, um cartucho de balas, minha máscara, o boné e sai do escritório.
***
Dito e feito, Travis realmente estava na rua, tirando dinheiro. Eu vestia o boné –abaixado até demais– e o observava de longe, monitorando seus passos.
Me certifiquei de que ninguém estivesse olhando e por sorte haviam poucas pessoas passando. Tirei o boné e o joguei no lixo, colocando a máscara de esqui. A adrenalina estava por cada canto do meu corpo a medida que eu me aproximava dele. O mesmo estava de costas e eu já me preparava para empunhar a pistola.
Eu me sentia péssimo por estar fazendo aquilo. Não que eu nunca tivesse matado alguém antes, eu sou um agente da lei! Mas naquele momento eu estava mais pra um assassino de aluguel, contratado para executar uma pessoa. Foi pra isso que eu passei na Academia de Polícia?
Eu sabia que não era certo, mas faria de tudo pela Kate. E outra, o Travis era um verme. Com certeza não faria falta alguma.
Quando estava para apontar a arma na direção dele, o mesmo se virou e ficou imóvel, me encarando incrédulo e surpreso. Ele falava animadamente pelo celular e parou com a ação assim que me viu, tirando o sorriso da cara.
— Alô? Alô, Travis?
— Maninha, eu te ligo daqui a pouco. Tenho que resolver um negócio.
— Que negócio? O que tá havendo?
Guardou o celular no bolso da blusa, sem dar mais satisfação.
— Eu já sei quem você é, a mando de quem você veio e o que está prestes a fazer.
— Saiba que não é nada pessoal. Eu estou sendo obrigado.
— É bom saber que ele encontrou outro capacho o qual fará o trabalho pesado.
Engoli em seco, preparado pra toda e qualquer coisa que ele pudesse fazer. Do nada ele agarra a ponta da arma e se curva, me impedindo de efetuar alguma ação.
— Se renda, assim será mais fácil para nós dois.
Pedi a ele enquanto rodávamos em círculos, um tentando tirar a pistola do outro.
— Não vou cair sem lutar.
Já achando que aquilo estava demorando até demais, lhe dei uma cabeçada e puxei com ainda mais força a arma, finalmente conseguindo pegar o objeto. Travis queria cumprir o que havia dito, pois me deu um belo soco na cara que nem mesmo o pano da máscara foi capaz de amortecer.
E continuou a me socar, até eu desviar dele e mirar a pistola na sua reta. Ele se afastou e levantou as duas mãos. Eu sentia que o sangue escorria da minha sobrancelha e era evidente o seu gosto no canto da minha boca; enquanto isso o nariz do meu adversário sangrava.
Sem pensar duas vezes, tirei da trava e apertei o gatilho, o acertando com um tiro na cabeça. Na mesma hora ele caiu morto no chão e seu celular tornou a chamar.
— Travis, o que tá acontecendo aí? Num minuto você estava mandando o dinheiro aqui pro hospital onde a mamãe está e no outro parou de falar comigo. Me responde, vai. Eu tô começando a ficar preocupada.
Respirei fundo e peguei o celular do seu bolso, encerrando a chamada. Foi mais difícil do que eu pensei. Certamente alguém viu toda a ação e ligou pra polícia, pois eu comecei a escutar a sirene. Guardei de volta a arma e mandei mensagem para o capitão.
"Acabou, essa foi a gota d'água. Você passou dos limites. Não vou mais fazer isso. Esquece."
Após manda-la, sai correndo.
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ALASTER MILLES- Homens Da Lei [L2] PLUSSIZE 2019
RomanceALASTER & KATH •COMPLETO• Livro 2 Capa feita por @prihzimmermann Alaster é o detetive mais requisitado de toda Flórida, aos 40 anos ele já viu tudo de ruim de um ser humano. Casou se novo .. Mais por um trágico acidente perdeu sua esposa. Não t...