3: Quer tomar café comigo?

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e aí, bebês! como vocês estão?
espero que estejam gostando da fic tanto quanto eu 😔
boa leitura, piticos 💞

[ .*+ 🍶 ]

— Você ficou quieto o caminho inteiro — Hoseok disse assim que o semáforo tornou-se verde, para quebrar o silêncio que havia se instaurado — Changkyun pode ser irritante mas ele é uma boa pessoa.

Mordi o interior da bochecha e olhei para o lado de fora.

— Ele pensa de um jeito que não consigo entender — murmurei. Diante disso, Hoseok deu uma risadinha.

— Nem eu consigo entendê-lo.

— Ele já deve ter sido muito machucado.

O Shin não me respondeu quando eu disse isso, e, por perceber que eu havia tocado em um assunto delicado, decidi ficar em silêncio até o restante do caminho.

Passaram-se dez minutos e, graças ao trânsito intenso, demoramos outros dez até meu apartamento. Somente o rádio nos fazia companhia, já que nenhum de nós estava afim de abrir a boca. O único momento em que trocamos palavras foi quando eu desci do Porsche e o agradeci pela noite.
Ao entrar no prédio, saudei o porteiro, senhor Choi, com um sorriso e um simples aceno com a canhota. Apertei o botão para chamar o elevador e não tardou para que ele chegasse; em questão de minutos já estava trancando a porta de meu apartamento e sendo recebido por meu cão, Zen. Acariciei sua cabeça e sorri para ele, lembrando das palavras de Changkyun.

— Ah, você chegou — Jooheon, meu melhor amigo, apareceu na sala, com o cabelo totalmente desgrenhado e com o roupão escuro envolvendo o corpo — já estava preparado para colocar o assaltante para correr.

Ri baixinho.

— Estou vendo que você é muito corajoso mesmo — foi a vez do Lee rir. Fiz outro carinho em Zen e caminhei até a pia para lavar as mãos.

— Você demorou, então eu comi antes.

— Eu jantei com Hoseok.

— Outra vez? Nossos jantares não significam nada para você? — e lá estava Jooheon com seus dramas.

— Eu conheci um homem hoje — disparei. Sabia que uma novidade era a única forma de calar a boca de Jooheon. E, como pensei, ele simplesmente congelou.

— Isso quer dizer que você superou o ... — o interrompi.

— Foi ao acaso, Jooheon. Ele é melhor amigo de Hoseok e estava no restaurante que fomos.

— Tá, tá, tá — ele se aproximou — pegou o telefone dele?

Rolei os olhos.

— Kihyun, você não pode simplesmente ficar deprimido enquanto Seojun está vivendo e possivelmente transando com outro cara! Você tem que aproveitar os homens que lhe são dados e... — novamente, interrompi o Lee.

— Jooheon, Changkyun é hétero.

Ele cruzou os braços e cerrou os olhos, processando a informação.

— E assim concluímos que Yoo Kihyun é um azarado — Jooheon disse. O empurrei para o lado ao rolar os olhos.

— Obrigado por me contar o óbvio — suspirei — vou dormir, Joo. Não me acorde cedo, as gravações acabaram e eu quero descansar.

— Sim, senhor — debochou, prestando continência, como se fosse um soldado.

[...]

Por mais que eu quisesse dormir até tarde, não era como se eu conseguisse. Já estava acostumado demais a acordar cedo e esperar que Hoseok estacionasse na frente de meu prédio para irmos para o trabalho. No início, eu não queria que ele me buscasse, mas o diretor Park disse que isso serviria para dar atenção ainda mais à série, por isso permiti. E, de fato, fomos o centro das atenções por um mês inteiro; já estava me sufocando, eu queria me afastar dos flashes e holofotes por pelo menos um segundo.

Esperneei e respirei fundo, já convencido de que eu não conseguiria mais dormir. Então, tomei um banho e vesti roupas esportivas para poder caminhar no parque de frente para o prédio.
Amarrei a coleira em Zen e escrevi um bilhete para Jooheon, avisando que eu havia perdido o sono e caminharia um pouco.

Desci com Zen e, já no primeiro andar, saudei alguns moradores e o porteiro Choi. Tive de esperar o semáforo ficar vermelho para os carros, a fim de que eu pudesse atravessar a rua. Já do outro lado, tirei a guia de Zen e deixei que ele corresse livremente enquanto eu andava pela calçada. O vigiava de longe, pois sabia que, por não sair demais do apartamento, ele ainda não tinha boas maneiras.

Você parece ser o único que se machuca.

— Maldito Changkyun — sussurrei ao chutar uma pedrinha no caminho.

— O que tem eu?

Arregalei os olhos e olhei para o lado, onde um homem parara de andar ao ouvir o que eu havia dito. E, como esperado, era o Changkyun de ontem. Ele estava trajado de preto outra vez, o único diferencial era que havia óculos de aros circulares dourados pousados na ponta de seu nariz. Eu não o observei de perto noite passada, mas não esperava que ele fosse tão bonito.

— Kihyun?

Ele lembrava meu nome?

— Tem trocentos mil Changkyun no mundo, não quer dizer que eu estou falando de você — disparei.

Changkyun riu.

— O fato de você estar na defensiva já me diz tudo — ele sorriu — e também está vermelho — com o indicador, deu dois tapinhas na própria bochecha, demonstrando qual região do meu rosto estava avermelhada — você é um péssimo mentiroso.

Entreabri os lábios, porém nada saía. Minha salvação para não dizer nada sem sentido foi a aparição de Zen. O atei à guia outra vez e limpei a garganta antes de me virar para o advogado.

— Hoseok me disse que as gravações acabaram e iria dormir até tarde. Por que você está acordado tão cedo?

— Quando eu não gravo algo pela manhã, eu acordo cedo e passeio com Zen — menti. Não podia simplesmente dizer que perdi o sono e fiquei pensando no que ele havia dito.

Changkyun murmurou um "hum" prolongado, mas não parecia tão desinteressado quanto ontem no carro.

— Eu trabalho às oito — olhou no relógio em seu pulso — quer tomar café comigo? Quero dizer, você parece ter saído sem comer e eu quero companhia.

A LEI DO AMOR「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora