18: A forma que te olho

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oioi bebês, sentiram saudades? espero que sim :(
voltei a escrever, estou com muitas ideias na cabeça e decidi, finalmente, terminar essa fic!! espero que gostem 💗
a próxima att eh domingo que vem ihihi

[ .*+ 🍶 ]

Os orbes de Changkyun eram ainda mais misteriosos de perto. Escondiam melancolia e angústia, tão escuros quanto a noite que pairava. Coloquei as mãos nos bolsos da calça e contorci os lábios, ainda sem desviar o olhar. Era uma guerra.

— Vou pegar cerveja e subir para um dos quartos — Changkyun murmurou ao que deu o primeiro passo em direção ao interior da casa. Ele, porém, estancou em um lugar e, após um longo respirar, questionou-me: — quer me fazer companhia?

Por cima do ombro, inclinei um pouco o pescoço, assentindo. Optei por deixar que Changkyun fosse na frente e, ao cruzar a porta de vidro, vi, de soslaio, a figura alta e elegante de Chae Hyungwon, o qual gargalhava em uma roda de amigos. Porque fiquei um minuto inteiro parado o observando, Changkyun estalou os dedos na frente de meu rosto, como se me acordasse de um transe de séculos. Pisquei múltiplas vezes e limpei a garganta, agradecendo, de forma desajeitada, a cerveja que me era estendida pelo advogado.

Changkyun deu de ombros e girou os calcanhares, de forma a caminhar até a escada e, preguiçosamente, subir até o terceiro quarto. Ele abriu a porta e entrou sem cerimônias, e eu, logo atrás, porém, vez ou outra, eu olhava para o primeiro andar, vendo Hoseok conversar de forma doce com Hyungwon.

Ao passar pelo batente, Changkyun disse ao abrir a janela:

— Feche a porta.

Senti um calafrio em minha espinha ao ouví-lo, mas fiz como ele havia pedido. Changkyun deixou a cerveja no balcão ao lado da janela e passou uma das pernas pelo batente desta. Assustado, deixei a minha garrafa de cerveja no chão e corri até ele, cujo me olhou desconcertado.

— O que foi, Kihyun? — o Lim abriu um sorriso de canto — achou que eu fosse me jogar? — ao ver que eu fiquei completamente sem fala e, diga-se de passagem, um pouco vermelho, dei um passo para trás — eu e Hoseok ficávamos jogando conversa fora no telhado quando éramos mais novos — Changkyun passou a outra perna para o lado de fora e, quando vi que havia uma espécie de plataforma, pude respirar calmamente — pegue a cerveja para mim — semicerrei os olhos diante de seu sorriso convencido. O entreguei a garrafa como havia pedido e ele estendeu a mão para mim — você disse que ia me fazer companhia. Ou vai ficar dentro do quarto?

Contorci os lábios e, após encarar sua mão estendida, decidi aceitá-la. Changkyun não mediu esforços para me ajudar a subir, o que me surpreendeu de fato. Em um ato impensado, decidi olhar para baixo, me arrependendo em seguida, pois segurei a mão de Changkyun com mais força ainda, fazendo com que o advogado risse.

— Não precisa ter medo. Não é como se eu fosse te deixar cair — o Lim murmurou ao sentar-se no telhado. Cuidadosamente, fiz o mesmo, ainda amedrontado pelo fato de estarmos tão alto.

Uma onda de silêncio inundou nós dois. A água salgada de apreensão de começar um assunto e o medo do afogamento por não sabermos aonde iríamos parar nos impedia de fazer mais do que trocar olhares ou beber um gole de nossas cervejas.

— Viu Hyungwon? — Changkyun indagou após engolir, em seco, o líquido amargo.

— Vi — suspirei — ele é tão bonito.

— Você é mais — estupefato, o olhei. Ele, por outro lado, não viu nada de mais em sua fala, dando de ombros e agindo de forma indiferente.

— Hoseok passou muito tempo com Hyungwon?

— Uns bons anos, mas sempre em segredo. Hoseok tinha medo de Hyungwon deixá-lo caso recebesse muita atenção da mídia — Changkyun pôs a garrafa do lado direito de si e, com ambas mãos, apoiou o peso de seu corpo, inclinando as costas um pouco para trás.

— E por que eles terminaram?

Changkyun me observou.

— Hyungwon foi para fora com seus pais e achou que seria melhor terminar com Hoseok, para não fazê-lo ter um relacionamento à distância e se prendesse ao Chae.

— Mas ele está de volta.

— Sim.

— E isso não impede que eles voltem — sussurrei.

— Hoseok está namorando você, Kihyun. Ele gosta muito de você.

— Mas ele ama Hyungwon, eu pude ver a forma que ele olha para o Chae — suspirei.

— Fale disso com ele, se tem tantas dúvidas assim.

— Não posso! — exclamei. Ao ver que respondi sem pensar, limpei a garganta. Abaixei o rosto e reformulei a frase: — a verdade é que eu tenho medo. A forma que Hoseok olha para Hyungwon é... — Changkyun me interrompeu.

— É a mesma forma que estou olhando para você agora.

Imediatamente, ergui os olhos, me deparando com um Changkyun totalmente diferente dos dias anteriores; vulnerável, com um sorriso tolo em seus lábios finos e o rosto levemente inclinado para o lado.

— Pare de brincar comigo — murmurei.

— O que te faz pensar que estou brincando com você? — astuciosamente, Changkyun aproximou seu corpo do meu, tocando nossos ombros.

— Nós brigamos desde que nos conhecemos, depois você disse que não me odeia, segurou minha mão aquele dia e agora está me olhando desse jeito.

— Não é você que está brincando comigo, Yoo?

A LEI DO AMOR「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora