✓ CÉU FEITO À MÃO | Loki [1]

IX

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Terminei de amarrar as rédeas de Baltazar logo em frente á biblioteca, enquanto ignorava os olhares duvidosos ao redor para cima da minha pessoa por não estar usando uma carruagem.

Empurrei a porta de madeira, escutando em seguida o sino logo acima da minha cabeça tocar, avisando ao dono do local que um novo cliente havia chego ao local.

Olhei ao redor, mas não encontrei o senhor Pane, dono da biblioteca. Estranhei, mas resolvi esperar pelo mesmo enquanto andava pelas prateleiras, olhando alguns livros de suspense e mistério, quando de repente dei de cara com um dos mais novos lançamentos da semana. O livro estava bem exposto para todos observarem assim que entrassem. A capa era charmosa e assim que coloquei meus olhos nele soube sobre o que se tratava; era o livro que passei meses escrevendo.

Isso só me provava o meu ponto: aquele homem realmente não havia lido nada quando eu o mostrei, mas bastou um homem passar pelas suas portas com uma boa história em mãos que estava tudo certo.

Ele nem ao menos sabia ler... eu com certeza daria um jeito naquele editor nojento.

Já estava a alguns minutos folheando um dos livros que deveria ter o meu nome na capa, quando escutei passos ao meu lado seguido de um pigarro.

— Não me diga que a senhorita já terminou o livro da semana passada — pronunciou-se e eu fechei o livro enquanto virava-me para olhá-lo. — Bom dia, senhorita Rusevell.

Observei o homem já de idade avançada e baixinho. Sorri em resposta.

— Bom dia, senhor Pane.

— E então, veio em busca de mais livros depois daquele?

Coloquei o livro que estava em minhas mãos de volta em seu devido lugar.

— Para falar a verdade, não terminei aquele ainda — revelei. — Estou aqui em busca de outro tipo de livro.

— Está pensando em sair dos suspenses?

Dei risada.

— Apenas por um tempo. Estou em busca de um livro especifico — expliquei.

Bastante especifico mesmo, tão especifico que nem mesmo sei se realmente existe.

— E seria sobre o que? — perguntou.

Parei um pouco para pensar em como explicaria aquilo.

— Não sei exatamente sobre o que — tentei explicar enquanto o seguia em direção ao balcão. — Acho que deve falar sobre palácios, deuses e coisas do tipo.

Senhor Pane virou-se em minha direção com as sobrancelhas arqueadas.

— Uma mudança brusca de gênero literário.