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Janeiro de 1890, Derry
O vento frio que batia contra o meu rosto chegava a ser anestesiante de tão gelado, mas soava como um alivio ao mesmo tempo.
O vento batia contra o meu rosto parecendo que a qualquer momento iria cortar a minha pele ou me congelar ali mesmo, quase não conseguia sentir meu nariz por conta do frio. Mas mesmo com tudo isso, ainda assim agradecia ao vento mortalmente gelado, ele estava congelando a minha pele e o meu cérebro e com isso quase não entendia as coisas que saiam da boca de Julio.
Respirei fundo sentindo o ar gélido impregnando nas minhas vias respiratórias e congelando ainda mais o meu pobre nariz.
— Você acha isso justo? — perguntou de repente, me fazendo virar e olhar para o rosto dele.
Não fazia idéia do que o mesmo havia acabado de falar.
— Gostei do seu figurino — falei enquanto o olhava de cima a baixo.
Julio era um homem bonito, de olhos claros e cabelos mais claros ainda. Todas as moças da regiam eram loucas por ele, o mesmo tinha riqueza para a futura prole dele e até mesmo para a próxima... não desconfio que para a próxima após essa também.
Mas apesar de ser um Lorde, dono de vários hectares e dono de uma beleza incontestável, Julio ainda assim, não era nem um pouco atraente no sentido de se ter um relacionamento amoroso para mim. Ele não me fazia suspirar... apenas de tédio.
— Acho que não entendi — ele respondeu rindo, como se eu houvesse lhe contado uma piada muito boa.
O mesmo não pareceu se incomodar com a minha mudança repentina de assunto.
— Gostei dos seus trajes, foi o que quis dizer — ele estava parecendo uma lareira ambulante com todo aquele vermelho incandescente.
Seria um belo figurino para alguma peça, ele poderia interpretar alguma fogueira.
Sem perceber, dei risada dos meus pensamentos.
— Obrigado — respondeu ficando tão corado quanto a sua vestimenta. — Seu sorriso me encanta.
Sorri de lado, mas penso que deva ter soado mais como uma careta de desgosto do que um belo sorriso encantador.
— Obrigada, Julio.
— De nada, mas é Julian — falou enquanto dava mais um gole na sua taça de vinho.
E não é a mesma coisa?
— Obrigada, Julian — me corrigi.
Julian estava pela cidade faziam exatos dois meses, meu irmão o recepcionou em nossa casa assim que o mesmo chegou e, depois disso, ele não parou mais de tentar me cortejar.
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✓ CÉU FEITO À MÃO | Loki [1]
Fanfic[1] O que era para ser uma noite normal como qualquer outra na vida de Eveliyn, acaba se tornando um tumulto total quando ela acredita ter visto algo caindo dos céus no meio à floresta e a chuva densa, mas quando por um ímpeto de curiosidade ela vai...