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Tomei mais um gole do chá em minha frente enquanto lutava para não acabar cochilando no meio do discurso de Arthur.
— O que acha? — perguntou-me do outro lado de seu gabinete, com um sorriso enorme nos lábios.
Apenas concordei com a cabeça enquanto murmurava um perfeito, fazendo-o sorrir ainda mais forte.
Eu já havia perdido o fio da meada fazia um bom tempo, Arthur havia mandado chamar-me logo no inicio da manhã, não dando-me muito tempo para descansar depois da noite de ontem.
Só sei que ele começou falando algo sobre as indústrias no nome da nossa família e depois algo sobre festa de inauguração... agora já não faço idéia sobre o que conversamos.
— Está se sentindo bem, Eve? — perguntou-me e eu parei a minha xícara no meio do caminho aos meus lábios enquanto o olhava sem entender. — Não está tão frio para usar golas altas e tecidos tão pesados — falou parecendo genuinamente preocupado.
Coloquei minha xícara novamente em cima do pires e toquei a gola do meu vestido verde musgo.
— Acho que estou um pouco resfriada — respondi enquanto tentava omitir o fato de que eu passava longe de estar doente, apenas vestia aquilo por estar com marcas arroxeadas espalhadas pela pele.
Eu mataria aquele desavergonhado!
— Realmente parece não estar muito disposta. Por que não tira o dia para descansar? Pode deixar que cuidarei de tudo aqui, vai ser um dos meus primeiros feitos sozinho, assim vai estar mais disposta para mais tarde — ele havia obviamente dito aquilo em forma de brincadeira, mas não agradou-me muito.
Se estivesse no meu estado de clareza perfeito, eu certamente acertaria essa xícara no meio da testa dele, mas ao invés disso, apenas concordei com a cabeça enquanto levantava-me e saia do escritório da casa, indo em direção do meu quarto.
Quando cheguei no mesmo e fechei a porta em minhas costas, a primeira coisa que fiz foi jogar os braços para trás e desamarrar o espartilho e desabotoar o vestido pesado, suspirando em alivio quando o mesmo passou pelos meus ombros.
Joguei-me em minha cama, sentindo a textura macia das cobertas e em questão de segundos acabei adormecendo.
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Acordei com o som da chuva batendo contra o vidro da minha janela, o sol parecia estar prestes a se pôr. Quando constatei isso, não acreditei que dormi por tanto tempo assim, nem ao menos havia alimentado-me direito naquele dia e por conta disso podia sentir meu estômago reclamar pela falta de comida.
Levantei-me, me vestindo, mas dessa vez colocando um vestido mais leve e deixando o espartilho de lado, peguei um xale e enrolei meu pescoço com o mesmo, logo em seguida descendo as escadas em direção à sala principal da casa, eu certamente encontraria alguém por ali, já que a casa parecia estranhamente quieta naquele momento.
Dito e certo, assim que aproximei-me da sala consegui enxergar os cabelos castanhos claros de Amélie.
— O que tem ai? — perguntei a fazendo levantar os olhos do livro que lia e olhar em minha direção, apontei com o queixo em direção da mesa em sua frente que estava com alguns pratos cheios.
— Bolo, chá e alguns canapés — explicou.
Aproximei-me, sentando ao seu lado enquanto me servia.
— Está melhor? Passou quase o dia todo no quarto, a noite de ontem deve ter mesmo lhe cansado — falou e eu a olhei de esguelha enquanto comia uma fatia de bolo.
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✓ CÉU FEITO À MÃO | Loki [1]
Fanfiction[1] O que era para ser uma noite normal como qualquer outra na vida de Eveliyn, acaba se tornando um tumulto total quando ela acredita ter visto algo caindo dos céus no meio à floresta e a chuva densa, mas quando por um ímpeto de curiosidade ela vai...