✓ CÉU FEITO À MÃO | Loki [1]

XXI

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Estava deitada debruçada sobre a cama, enquanto passeava com meus dedos pelos cabelos escuros e macios de Loki que estava deitado ao meu lado de olhos fechados, apesar de eu saber bem que não estava dormindo.

Deitados um ao lado do outro como se fizemos aquilo com frequência e nunca houvéssemos insultado um ao outro uma vez sequer na vida.

— Não ira mesmo dormir? — perguntou ainda de olhos fechados.

— Não consigo — respondi sinceramente.

O rosto daquele homem aparecia a cada segundo que se passava em minha mente, toda vez que eu piscava ele estava lá.

— O que fez para que esse homem tentasse lhe matar? — perguntou, finalmente abrindo os olhos.

— Por que pensa que fiz algo? — perguntei, mas ele apenas levantou uma das sobrancelhas em minha direção como resposta. — Bom — comecei sem saber como explicar direito aquilo — , na verdade, não há muita explicação. Eu simplesmente fiz com que falissem os negócios dele e da família.

Ele apenas concordou com a cabeça, parecia ter uma resposta para aquilo, mas percebi que resolveu guardá-la para si próprio.

— Não sente falta de casa? — perguntei e no mesmo instante ele virou-se em minha direção sem entender. — Se fosse comigo, não pensaria duas vezes antes de cortar uma das mãos, se isso me levasse de volta.

— Está esquecendo-se do detalhe de que eu estava em uma prisão e não andando livremente por ai — explicou como se fosse obvio.

Dei risada.

— Não lhe julgo, também acho que seu castigo aqui está sendo bem melhor — respondi fazendo seu sorriso ladino habitual crescer no canto de sua boca.

Loki colocou uma de suas mãos em minhas costas, afastando meus cabelos e descendo com os dedos finos pela minha espinha, fazendo-me arrepiar enquanto descia ainda mais o fino lençol que estava na metade de minhas costas.

Ele abriu a boca para responder-me e, eu tenho certeza de que seria mais uma de suas respostas espertas e cheias de segundas intenções, mas antes disso, o ruído da porta sendo aberta lentamente pôde ser escutado.

Mirei a porta e consegui ver os fios castanhos dos cabelos de Adrian aparecerem.

— Eve, com sua licença eu... — ele pareceu surpreso quando viu-me acompanhada, logo abaixou o olhar e voltou com a fala: — Me perdoe interromper, mas tenho notícias.

Ele mal havia terminado a fala e eu já estava jogando o lençol que cobria-me para longe, indo em direção de uma das cadeiras do quarto onde meu robe encontrava-se, vestindo-o depressa e logo em seguida dirigindo-me em sua direção, agarrando seu braço e trazendo-o para dentro do quarto.