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Março de 1890, Derry
Apertei mais o laço do meu casaco ao corpo e, logo em seguida, coloquei minhas habituais luvas.
Arrumei a gola do casaco e quando percebi que Adrian havia terminado de arrumar a cela de Baltazar, logo rumei em direção do mesmo.
— Nem ouse — falei enquanto montava de uma vez em Baltazar e deixava Adrian com os braços erguidos no ar, em um famoso gesto de ajuda e cavalheirismo.
— Perdão, força do habito com Caroline — explicou-se, parecendo ter ficado sem graça.
Fiz um aceno com a mão, demonstrando que não me importava.
— Deveria me deixar ensiná-la a montar, sou uma ótima professora quando quero — respondi sorrindo.
Adrian e Amélie riram.
— Não faça isso com sua pobre esposa, continue zelando por ela. Eve não tem um pingo de paciência e nós bem sabemos disso — minha irmã se pronunciou.
— Terei que concordar, a senhorita não tem um pingo de paciência — Adrian falou enquanto me olhava divertido.
Os olhei me sentindo ultrajada.
— Você não tem o que dizer contra, Amélie. É uma ótima amazona. Tudo graças á mim. E quanto a você, Adrian, talvez seja melhor continuar ajudando sua esposa a subir em lugares mesmo, talvez faça bem aos seus braços finos — falei olhando para os dois, que logo em seguida explodiram em gargalhadas.
Continuei os encarando dali de cima.
Estava prestes a ir em direção da cidade, iria sair das terras da família para ir buscar Arthur, meu irmão. Ele finalmente havia voltado da sua viagem á Londres, na verdade, ele havia pedido uma carruagem, mas decidi eu mesma ir buscá-lo ao invés de levar toda essa extravagância até o porto.
Tirei meus olhos de Amélie e Adrian e foquei mais ao longe, na varanda da frente de casa para ser mais exata. Lá estava Luke, sentado fingindo ler um livro, digo fingindo, pois ele mesmo já havia dito que não gostou dos nossos livros e também por que quando sentiu-se ser observado, soltou um sorriso de lado.
Abaixei os olhos, desviando o olhar e fingindo nunca ter nem sequer mirado naquela direção.
— Tem certeza de que não quer vir junto? — perguntei á Amélie.
— Adoro ir á cidade, mas se for para ir atrás de você montada nesse enorme cavalo... não, muito obrigada — falou com uma careta no rosto. — Não sei como não se sente toda dolorida depois de cavalgar.
Ergui uma sobrancelha em sua direção enquanto cerrava os lábios, tentado conter as risadas, mas quando olhei em direção de Adrian e vi que o mesmo também segurava-se para não rir, não me segurei, comecei a rir de minha irmã.
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✓ CÉU FEITO À MÃO | Loki [1]
Fanfic[1] O que era para ser uma noite normal como qualquer outra na vida de Eveliyn, acaba se tornando um tumulto total quando ela acredita ter visto algo caindo dos céus no meio à floresta e a chuva densa, mas quando por um ímpeto de curiosidade ela vai...