II

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Suspirei enquanto esperava a resposta do outro lado da linha.

— Senhorita Rusevell, já é a segunda vez que reviso a lista por pedido da senhorita, não há enfermo algum faltando por aqui — ela afirma.

Ajeito-me na cadeira enquanto aproximo ainda mais o aparelho telefônico da minha boca, eu já estava cansada de ter que segurar aquela coisa pesada e a parte que estava em minha orelha já começava a arder de tanto tempo que ficou por ali.

— Tem certeza? Já checaram os quartos? — escutei um suspiro do outro lado.

— Sim — falou parecendo cansada. — A senhorita está com algum problema em sua propriedade? Precisa que alguém vá até ai buscar algum possível peso?

Minha garganta coçou com um sim, mas Amélie ainda estava atenta á minha frente, prestando atenção na conversa.

— Não. Não há incomodo algum. Perdoe-me por ligar assim tão tarde.

— Não houve incomodo, a senhorita pode ligar a hora que precisar.

Murmurei um obrigada e desliguei logo em seguida.

Joguei-me de costas na cadeira de madeira enquanto massageava os braços que ficaram doloridos pelo grande tempo que passei com eles na mesma posição.

— Me parece que enfermo algum fugiu — Amélie falou, enquanto bebericava seu chá.

Concordei com a cabeça.

— Vamos ligar para o doutor O'Conell, pedir para que ele venha pela manhã para examiná-lo — sugeriu.

— A honra é toda sua — dei de ombros enquanto arrastava o telefone pela mesa de madeira em sua direção. — Só quero que saiba que ainda há tempo de jogá-lo em alguma esquina — tentei mais uma vez.

Ela revirou os olhos em minha direção e começou a girar o aparelho, ligando para o doutor.

Peguei minha xícara e tomei todo o resto de chá que continha nela. Comecei a escutar Amélie dizer que tinha um caso urgente para o primeiro horário da manhã e revirei os olhos enquanto levantava-me.

Nós tínhamos colocado o individuo estranho em um dos quartos de hospedes, ele está por lá deitado, parecendo um grande saco de areia. Eu duvido que ele acorde tão cedo depois de todas aquelas pancadas na cabeça.

Só por via das duvidas, entrei em um acordo com Amélie de manter o quarto trancado, caso ele seja mesmo o louco que aparenta ser e saia dali querendo matar alguém ou qualquer outra coisa do tipo. Ele ficaria trancado até que o doutor O' Conell chegasse pela parte da manhã, após isso ele estaria todo nas mãos de Amélie, afinal, foi ela quem inventou de trazê-lo para cá.

Mas ainda assim, só por via das duvidas, eu estava andando com um revolver carregado no grande bolso do meu robe de algodão.

Não sei como, mas Amélie conseguiu dormir a noite inteira enquanto eu só ficava pensando que trouxemos um provável assassino para dentro de casa. Algo dentro de mim gritava isso.

✓ CÉU FEITO À MÃO | Loki [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora