Guerra

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Feyre

O olhar daquela fêmea era de admiração e confusão, não era Féerica, assim como dizia na carta, e eu pude ver com meus próprios olhos. Também não era frágil, estava se defendendo de guerreiros Illyrianos e atrelada a um. Me fez lembrar de quando ainda era mortal, e diferente dela era totalmente frágil, mas compartilhamos uma coisa, coragem.

- Poderia me contar o que faz em minhas terras? – Eu disse como uma Grã-Senhora deve exigir, mas tentei parecer que não era uma ameaça. Estava disposta a escutá-la, e não invadir sua mente, por enquanto.

- Estou em busca de um novo lar para mim e minha família. – Ela disse firme – Fugimos de nosso continente por conta de Guerras e perseguições, não era mais seguro. – A voz continuava firme, mas as lembranças traziam angústia a ela e eu podia ver em seus olhos – Não estou atrás de confusão, mesmo que minha aparição não tenha sido das melhores, estou atrás de paz.

- De onde você é? – Pergunto curiosa em saber sobre outros continentes, até então conhecíamos dois.

- Wythenon. – Não vinha do mesmo lugar que Miryam e Drakon. – Morava em Nyx, uma cidade onde pessoas como eu, são ensinadas a aprimorar seus dons.

- O que houve em Nyx? – Pergunto mais uma vez.

- O novo Rei de Wythenon, nos achava aberrações e iniciou uma caça ao meu povo, fomos expulsos da cidade e tivemos que nos espalhar pelo continente. Muitos morreram no processo.

- Como sobreviveu? – Havia curiosidade em minhas palavras, mas estava em busca de alguma brecha que poderia significar que ela estava mentindo.

- Nos escondemos muito bem e aguardando o momento certo para fugir, de vez, daquele lugar.

- Como encontraram Prythian? – Sua feição foi como se escutasse esse nome pela primeira vez.

- Partimos num barco, e não sabíamos onde chegaríamos ou se chegaríamos. Só esperamos. E foi quando avistamos essas terras e resolvemos verificar se era seguro.

- Estão a quanto tempo aqui? – Pela palidez de sua pele poderia estar a semanas escondida sem ver o sol.

- 4 semanas. – Todo esse tempo sem dar sinal de vida ou serem descobertas. Surpreendente. – Sabemos o que passaram recentemente. A guerra não nos é estranha, sabemos como um povo pode ser afetado por ela.

Meus pensamentos foram direto para o campo de batalha, todos aqueles soldados dizimados, todo o sangue e lama pelo campo, Rhys morto em meus braços. Está tudo bem? Recebo uma mensagem pelo laço, que me desperta do sonho. Estou, estava apenas pensando. Ele responde, Ótimo, se for rápida com esse problema, podemos nos divertir mais tarde. Envio uma risada e paro a conversa.

- Disse que possui dons, isso que me mostra agora, deve ser parte deles – Digo me referindo as paredes de proteção contra qualquer que sejam as armas contra ela. – O que mais pode fazer?

- Posso fazer inúmeras coisas, senhora. Não existem limites para magia. – Ela diz calma novamente e sincera.

- Poderia me mostrar mais um deles? – Digo isso gentilmente, e espero que ela me surpreenda. A fêmea parece ainda desconfortável pelo número de guerreiros que a ameaça, e claro preocupada comigo, talvez não pareça confiável a ela. – Não se preocupe, não iremos fazer nada contra você, tem a minha palavra.

A última frase a faz se sentir mais segura e, por fim, olha para meu amigo,  como se buscasse alguma confirmação, e ele diz que sim com a cabeça. Rapidamente os escudos se vão, apesar das amarras continuarem entre ela e ele, ela consegue mover os braços e com algumas palavras que não compreendo as mãos se enchem de luz. A energia acumulada nas mãos é direcionada para o alto e causa uma explosão, cada pedaço de luz viram pequenas bolhas luminosas verdes que iluminam a floresta noturna.

- Lindo. – Eu digo observando cada um daqueles pontos esverdeados, eles estavam por toda a parte em volta de nós. – Me desculpa, como se chama?

- Abayomi. – Ela diz nervosa, talvez por não saber se me impressionou o bastante para fazer com que ela possa ficar aqui. Ela não precisava me impressionar, eu estava certa de que suas palavras eram verdadeiras e não precisaria invadir sua mente para saber disso, reconheço aquele olhar.

- Abayomi – Repito seu nome para que fiquegravado na minha cabeça, não que eu vá esquecer esse momento. – Sou Feyre. –Seus olhos parecem mais confiantes agora, como se soubesse o que iria dizer aseguir. – Sei que não foi uma boa chegada até aqui, mas me sinto na obrigaçãode recebê-la. – Seus olhos se enchem de lágrima, mas nenhuma delas ousa cair. –Seja bem-vinda a Prythian. Será um prazer tê-la conosco na Corte Noturna. 




Notas da Autora:

Como esse capítulo é bem pequeno, vou postar dois. Então segue aí que tem mais!!

Corte de Escuridão e MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora