Ameaça

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Abayomi

A tarde estava mais amena que a manhã gelada, as lojas pela cidade estavam vivas, todas aquelas criaturas estavam contentes e satisfeitas com o movimento e ganhos do dia. Runa e eu estávamos buscando por comida, encontramos uma barraca com alguns peixes e decidimos escolher um.

- Quanto custa esse aqui, senhor? – o homem, não. Ainda vou me acostumar com isso.O macho que estava do outro lado da tenda, me encarou e deu um leve sorriso, ele tinha a pele escura e as orelhas pontudas como os todos os féericos, algumas marcas do trabalho pesado estavam nos calos das mãos e em algumas cicatrizes visíveis onde a roupa não conseguia esconder.

- Você é nova por aqui? – Um turbilhão de preocupações me preencheu. E se ele achar que significo algum tipo de perigo? E se ele começasse a perguntar de mais e eu não souber esconder a verdade?

- Sim, acabamos de chegar. – Eu disse apresentando Runa ao macho a minha frente, a cara dela era muito mais carismática que a minha e poderia evitar que ele me fizesse tantas perguntas.

- Ótimo, podem levar e se gostarem paguem a próxima compra. 

Eu pisquei incrédula, a bondade dele era inacreditável e poderia ser um teste então respondi:

- Eu insisto. Tome as moedas- Enfiei a mão no bolso e fui repreendida por ele.

- Se é nova aqui, precisa de boas-vindas. – Ele começou a embalar os peixes e colocou numa sacola de papel. – Vai viver aqui agora e se gostar do que está levando pode pagar nas outras vezes.

- Obrigada – Runa disse, pegando a sacola e sorrindo para o macho que se despedia de nós duas enquanto ela me arrastava para as outras lojas. 

Eu não conseguia acreditar nisso tudo e meus pés se recusavam a caminhar sem um esforço externo de minha irmã.

Acabamos indo em mais algumas lojas de temperos e comidas, alguns aceitaram nossas moedas e outros, como o primeiro mercador, se recusaram e foi como um "presente" deles.

Estávamos com algumas sacolas cada uma e ainda precisávamos ir até a loja de roupas, para procurar alguns vestidos e roupas casuais novas e que pudessem ser utilizados enquanto não tínhamos nossas próprias roupas em mãos.

A vitrine da loja era deslumbrante, cada vestido e peça exposta era fabulosa. Quando entramos, era ainda mais bonito. Tamanhos, estilos, comprimentos, cores, detalhes, todos diferentes. Runa parecia estar em um sonho, seus olhos brilhavam.

- Olá? – Digo no meio da loja, que estava vazia aparentemente. O vendedor poderia estar comendo ou atendendo outros clientes. – Alguém está aí?

Ando pelo meio das vestimentas que revelam um pequeno balcão de vendas então tento mais uma vez:

- Olá? 

Em um segundo alguém surgiu atrás do balcão pulando alegre. O susto foi imprescindível, e meus instintos se preocuparam em primeiro, proteger Runa colocando uma de minhas mãos na frente de seu corpo me tornando seu escudo, e segundo, chamas verdes surgiram nas minhas mãos. Nenhuma delas ousou disparar, mas estavam preparadas para qualquer coisa.

- Sejam bem-vindas! – A criatura sorria educada e simpática. – O que procuram por hoje? Temos vestidos, calças, camisas, acessórios...

Meus músculos relaxaram e pude ouvir Runa soltar um suspiro de alívio, não sei dizer se porque uma briga não começaria ou se porque os vestidos belíssimos estavam agora a salvo de virar cinzas.

Corte de Escuridão e MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora