Reunião

811 126 4
                                    


Rhysand

O Solstício de Inverno já tinha ocorrido a mais ou menos um mês e ainda sim as manhãs eram intensamente frias, as casas possuíam lareiras justamente para proteger as famílias do ambiente gelado. Velaris ainda está se reerguendo depois dos ataques e da Guerra, algumas famílias ainda não possuem suas próprias casas, mas dividem quartos nas residências menos afetadas. Creio que em alguns meses, tudo voltará ao normal, apesar de ter de lidar com as visitas da Corte dos Pesadelos e a abertura de Velaris para as outras Cortes. Amren está trabalhando em tratados e documentos que limitem ações indesejadas dos visitantes.

A Casa na Cidade está em silêncio, muito por culpa minha, proibi que qualquer um incomodasse Feyre e eu, antes das 8 da manhã. Fazia algumas semanas que chagávamos muito tarde e dormíamos muito pouco, acho que merecemos algum descanso. Minha atividade preferida durante a manhã era observá-la dormir, isso me acalma, vê-la calma me deixava feliz. Os pesadelos ainda ocorriam, com menos frequência, mas ocorriam, e não havia sensação pior do que aquela. Algumas vezes, eu quem era salvo dos pesadelos, ela me abraçava e sussurrava dizendo que tudo ia ficar bem e realmente ficava, sua presença me fazia melhor.

Vejo seus olhos se agitando e aos poucos se abrindo, todas as vezes o brilho deles me deixavam cada vez mais apaixonado pela minha Parceira, meus dedos faziam carinho em seus cabelos e ela sorriu quando me viu a observando. Feyre tinha o sorriso mais bonito que eu já vira, sempre me certificava que aquilo tudo não era um sonho, porque muitas das vezes era perfeito de mais para acreditar.

- Bom dia, querida. – Eu disse e ela finalmente abriu os olhos por completo e me possibilitou ver as cores intensas deles.

- Bom dia, bebê. – Bebê Illyriano, era assim que ela me chamava na maior parte do tempo em que estávamos sozinhos. – Posso ter café da manhã na cama, hoje?

- Claro que pode, fique aí. – Digo me levantando da cama, vou me arrepender de sair de um lugar tão quentinho, vou em direção a uma cadeira onde minhas roupas estão jogadas e coloco uma calça – Tome um banho, eu já volto.

Descendo as escadas, noto que as Gêmeas Espectros já estão preparando um café para dois, o silêncio se quebra quando ambas me veem.

- Senhor, o café está quase pronto. – Nuala é quem fala primeiro.

As duas se olham e a outra gêmea abre a boca

- Senhor, Azriel nos pediu para comunicá-los de que as Bruxas já estão a caminho de Velaris – Cerridwen parecia nervosa em chamá-las por esse nome ou até nervosa pela presença das criaturas aqui. Eu compartilhava da mesma sensação da segunda opção.

Quando me disseram que Azriel tinha sido sequestrado, meu sangue ferveu. Adoraria torturar a pessoa que fizesse qualquer mal a um de meus irmãos. Infelizmente, naquela noite eu estava tendo uma reunião com os outros Grãos-Senhores sobre a expansão da proteção sob a extensão da Corte Primaveril e quem recebeu a carta de Devlon, foi Feyre. Ela por outro lado, foi extremamente diplomática e corajosa, naquela mesma noite do sequestro se encontrou com a "criatura assustadora" que o General Illyriano descreveu como um monstro de 7 cabeças, encontrando apenas uma fêmea desesperada por acolhimento.

A descrição de Feyre sobre a fêmea me deixou curioso, ela disse que sua forma era mortal, mas os poderes só podiam ser sobrenaturais. Assumimos que seria uma Bruxa, a maioria das descrições batiam. Minha parceira, aceitou ela e sua família em nossa Corte, de primeiro momento achei um absurdo e arriscado, mas fui convencido que aquela era a melhor forma pois estariam sob nossos olhos e não mais escondidas e teriam também que seguir nossas regras e não as suas próprias.

Corte de Escuridão e MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora