Não há lugar seguro

118 43 104
                                    

Já vejo o farol do carro iluminando a placa "The Annex", está escuro ainda, mas estar pra amanhecer. Estou com mil pensamentos em mente. Viemos a viagem toda calados, no meu carro veio eu, Igor dirigindo, Giulia e Noah atrás.

Chegamos no nosso Bairro. Todos param em frente a uma grande praça. Resolvo sair pra tomar um ar também. Precisamos saber se nosso próprio bairro não está contaminado.

Quando saio do carro, vou direto ao carro que parou em frente. Consigo ver Wemerson, Isabella e Nahla. Com o coração a mil vou até o carro a frente. E encontro Rusty, Sarah, Maycon e Frederico. Mano. Dou um suspiro bem forte de alívio. Abro a porta do carro, fazendo o Frederico sair, e o abraço, assim como abraço Sarah e Isabella também.

Todos parecem tristes é claro, naquele carro derretido, estava também além da Jhenifer, Luiza, Deivid, Paula e Vitor. E no entanto agora só somos 11 contando com o Wemerson.

Alguns vão até sua casa. Para ver se sua família está lá. Bom, eu nem me atrevo a ir em casa, certamente minha família nem está sabendo desse vírus ainda. E é quando pego meu celular para mandar uma mensagem pra minha mãe.

"Oi mãe. Lembra de mim? Bom, tá tendo um vírus no bairro da minha escola, infelizmente não sei se esse vírus tá se espalhando, achei que gostaria de saber que estou bem... Até."

Dou uma olhada em algumas redes sociais, mas ninguém está comentando sobre esse vírus. Desde que a rede parou de funcionar muitos ainda não acessaram novamente.

Frederico me chama para ir até a casa dele. E vou. Estou me sentindo um pouco mais seguro nesse bairro. Vivi aqui minha vida inteira, lembro de cada rua que brincávamos. Tem várias árvores em todas as ruas, jardins bem cuidados em frente as casas. Vou até um jardim, pegar uma flor. E chegando mais próximo do jardim de uma casa, tem vários mosquitos.

É quando percebo que tem uma pessoa morta, entre os matinhos. Sua pele, não, não tem mais essa pele, só tá a carne viva. E em alguns locais de seu corpo da pra ver seus ossos. Seu rosto está deformado, é como se tivesse sido queimado enquanto fugia.

Me esqueço de pegar uma flor, que na verdade nem importa mais. Vou até o Frederico falar da pessoa morta.

- Temos que sair daqui, aqui não é mais seguro, temos q ir o mais longe possível do bairro da escola. - ele fala angustiado, pressentindo coisa ruim.

- Vem, vamos até sua casa e informamos o pessoal logo depois - Falo, enquanto ele olhava a pessoa morta.

A casa de Frederico era a casa mais longe da minha, quanto ao dos outros estudantes. Chegamos nela.

A casa tem uma varanda, com uma escadinha de 3 degraus, um balanço ao lado da casa, é uma casa de dois andares. Morava os avós de Frederico e os pais, dividiram a casa quando Frederico ainda era pequeno, os avós dele ficaram com a parte de baixo e os pais com a parte de cima, atrás tem uma outra escada para o segundo andar caso não quisessem entrar por dentro da casa.

Subo os 3 degraus, e Frederico entra na minha frente, abrindo a porta. As cores da casa são claras, verdes claros, marrom claro. Os móveis são daquele tipo de velhos, coisas antigas. A TV parecia ainda ser dos anos 70, que tem forma mais de ar-condicionado do que de TV. Frederico sobe as escadas e espero ele ainda na parte de baixo, observando as coisas.
Vejo também um rádio, ele estava chiando baixinho desde que entramos. Peguei nele, e fiquei mechendo para ver se conseguia algum sinal até que no então escuto uma voz:

- Al.. alguém aí? Bairro The Annex, alguém a.. a.. aí?

Imediatamente respondo:

- Alô, alô, oi, Aki é o Miguel. Sim, estou no bairro The Annex, junto também com meus amigos.

Apocalipse - Sobrevivência e ExtinçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora