O Fim?

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Descansamos um pouco, Rusty até baba no banco do carro, Isabella está deitada no banco de trás. Abro lentamente a porta do carro e vou para o banco de trás.

- Ei? - Falo baixo.

- Oi... - Isabella fala.

- Está melhor? - deixo sair de mim uma leve preocupação.

- Não, mas isso vai nos fortalecer né.

- Com certeza.

- Como está sua perna? - Isabella pergunta preocupada.

- Ainda dói muito.

Isabella franzi a testa e tentar olhar o machucado em minha perna.

- Posso te contar um segredo? - Ela fala, já se afastando um pouco de mim.

- Pode.

- Bem no fundo estou feliz por não ter sido você. Mesmo que isso pareça ruim de se pensar. - Ela fala, com a cabeça baixa.

- Ei, não precisa se preocupar comigo, a única coisa que te peço é que tome cuidado. Fique atenta, eu não suportaria perder mais alguém.

Ela me abraça. E por alguns instantes ela apoia sua cabeça em meu ombro.

- Obrigada por me ouvir.

As vezes tenho impressão que Isabella é uma garota solitária.

- Estarei aqui para você.

Fecho meus olhos, e tento pensar em algum lugar melhor estando na presença dela. Em outro momento.

Mas um barulho devastador me faz voltar para essa realidade assombrosa. Um barulho bem alto vindo das árvores por onde havíamos passado.

Rusty ainda dorme calmamente no banco da frente. Procuro por algo no chão do carro para se proteger.
Imediatamente alguma coisa pula em cima do carro, ficamos intactos, até mesmo sem respirar. Rusty abre os olhos, mas já apavorado, faço sinal para ele não falar nada. A coisa anda até o para-brisa do carro. Assustado demais para pensar no que fazer, fico paralisado. Uma pessoa, ou um animal totalmente descontrolado quebra o para-brisa e entra para dentro do carro, Rusty num piscar de olhos tenta passar para o banco de trás, mas a coisa segura sua perna com força arrastando para fora do carro, abro a porta do carro:
- NÃO MALDITO, DEIXA MEUS AMIGOS EM PAZ!!!!! - Falo com muita raiva.

Vou para cima sem pensar, e dou um murro na cabeça da coisa, que agora mais de perto, mas mesmo assim não consigo distinguir, é humano mas tem calda. Fazendo Rusty e essa coisa ficarem me encarando, parece bravo. Essa coisa me pega pelo o pescoço, fazendo eu não conseguir mais ficar com os pés no chão. Tento chutá-lo, mas mal consigo respirar. Rusty pega essa oportunidade e entorta o pescoço dessa coisa, fazendo-o cair no chão morto.

- Uffa! - Rusty fala.

- Uffa meu amigo? - falo, tentando recuperar o fôlego.

- Você quase perde sua cabeça, ainda bem que isso não aconteceu né? - ele dá um sorriso leve.

Lembro-me de Isabella que ficou no carro e vou até ela.

- Você está bem?

- Eu nem sei como responder a essa pergunta vendo tudo isso.

Abraço-a.

- Onde será que os outros estão?

- Miguel, melhor caminharmos um pouco, dirigir agora irá fazer muito barulho. - Rusty fala.

- Vamos lá.

- Estou com fome! - Rusty fala colocando a mão em sua barriga.

- Todos nós. - Respondo

Apocalipse - Sobrevivência e ExtinçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora