Sussuro O Prelúdio

Ato XII: Tecnologia V

- "Século XX. O mundo estava em um processo rítmico de grandes mudanças tecnológicas. O homem havia recém-adaptado energia oriunda do citado 'ouro negro'. O petróleo. Um líquido escuro proveniente das pedras submersas, dai seu nome: 'petro' igual à pedra e 'óleo' como o próprio nome já diz. Ambos, vindos do latim...
Anteriormente, no século passado à este, o homem detinha a energia por meio do carvão e a tecnologia permitia um emaranhado de ferro se mover em uma distancia considerável e constante. As cargas eram levadas com maior facilidade e possibilitou a humanidade se degustar de uma comodidade imensurável.
As nações avançavam para levar este artífice para sua população e uma disputa pelas descobertas começaram para saberem quem rumaria o comando da inovação científica e do poder no mundo.
Logo, um povo com uma força imensa, tido como livre, trouxe ao mundo o óleo das pedras capaz de sintetizar a energia da mobilidade urbana, rural e industrial. Os seus componentes trouxeram muitos benefícios como o plástico polímero, alcatrão, a famosa gasolina, o óleo diesel, a benzina e outros. Esta 'dinastia' levou seu domínio para a história mundial e sua influência fora para os quatro cantos da Terra.
No meio desta descoberta, interesses por bacias petrolíferas surgiram e, no silêncio, lutas ocorriam por disputas entre reis e súditos. Os seus guerreiros, espiões e guardas eram suas mãos e cada um conspirava entre si, enquanto o trabalho de mantê-los se destinava à plebe e estes suavam sangue e lágrimas pelos ideais de terceiros.
Eles dividiram o continente africano e, não satisfeitos, uniram e separaram regiões entre tribos rivais, o que encaminhava em discordâncias e mortes. Os africanos passavam fome e viam a escuridão tomar-lhes a vida, enquanto os barões lucravam com suas luxuosas matérias primas. Os 'bons' interviam em favor deles, mas eram poucos e se tornavam fracos perante às investidas dos 'interesseiros'. E, em decorrência desta catástrofe, guerras chegaram no planeta. A maior delas, A Primeira Guerra Mundial. Disseram que a motivação seria a morte de um 'duque no xadrez', mas era maior que um suposto mimo da nobreza.
Safras morreram em confronto direto, outros foram mutilados, alguns dilacerados e poucos de milhões foram imputados. Foi uma matança nunca vista por meio de um conflito que deixaram muitos órfãos e viúvas.
Houveram vencedores. Houveram perdedores. Mas quem perdeu foi o terceiro estado.
Os derrotados tiveram que deixar de abdicar de determinados privilégios assinados e pactuados pelos vencedores. Porém, eles não queriam sentir o gosto amargo da derrota e o seu egocentrismo era exorbitante para serem domesticados por ideologias roots e victorianas.
Do mar de gente, emergiu um homem que convenceu sua terra a voltar às batalhas e humilhar seus adversários, enquanto os roots os observavam e traçavam uma linha de influência. Um acordo bilateral para que, com este tratado, não se iniciasse um duelo que trouxessem mais inimigos a se unirem à queda de braços.
O mundo avançou novamente e a computação tivera um salto inesperado. As táticas e espionagens ambicionavam pular acima da estratosfera em busca de conhecer seus inimigos.
O petróleo foi explorado mais uma vez e trouxeram águias de ferro. Seres indomáveis capazes de balançarem o céu com suas asas. Não! Em meio aos conflitos, eram menores que isto devido à quantidade: eram moscas varejeiras que se atacavam! No mesmo momento, mãos invisíveis e camufladas traçavam o destino do globo mais uma vez.
O homem do antigo Império prussiano mexeu suas peças, moveu os seus homens e os seus especialistas eram primorosos em criar desafetos e crueldades. O que aspirava e professava o gene humano, escolheu àqueles que eram exemplificados como 'inferiores' para abusar de seu talento. Ele era chamado como o 'anjo da morte'. O ódio que o homem prussiano tinha contra os jamieses era imenso ao ponto de vê-los como culpados do resultado pela perda da guerra do passado e, devido este fato, os rebaixava como se fossem meros animais prontos para o abate. Era uma corrupção esse nosso cenário...
A corrupção sempre tomou conta dos países. Sim! Ela sempre tomou conta. E é por isso que caíram...
Eles quebraram o pacto e a continuação da Guerra anterior aconteceu... A Segunda Guerra Mundial pela terra, pelos mares e pelos ares.
A Europa virou um campo de trincheiras e pólvora de novo. Pindorama ainda estava a um século de atraso perante os demais, mas participou e fez uma pequena apresentação. Três mártires liquidaram muitos prussianos em embate, mas perderam a vida. Até seus inimigos os reconheceram deixando uma mensagem perto das cruzes de seus corpos.
A nação que estabeleceu um império de petróleo pôde criar uma energia capaz de devastar Estados. O alvo: a ilha do Sol Nascente. A terra chamada de Musashi. As suas crianças brincavam, os seus idosos se sentavam nas calçadas, os seus adolescentes iam para a escola e os seus adultos iam trabalhar... Viraram sombra do que já foram um dia. Esta é a bomba atômica. Ela causava a fissão dos átomos em reação em cadeia e se resplandecia em um pavoroso 'cogumelo nuclear'.
Era aterrorizante! Os que sobreviveram ao impacto tiveram sequelas e morreram com tumores. O chão que trouxera alimentos propícios para os musashiros destas áreas foram inutilizadas por anos, a água foi contaminada e os animais enfeitavam um cenário morto.
Os livres se resplandeciam e se regozijavam do que fizeram e ganharam o respeito e o temor de tudo que detalhava o nosso brilhante e azul mapa mundi.
O antigo Império prussiano se rendeu, assim como o Império do extremo Oriente e o Antigo Império Romano que almejava sua volta.
Logo, os Domi e os Roots travaram sua guerra de influência contra o mundo. Mais espionagens e teorias de conspiração apareceram e novas tecnologias militares vieram juntas.
A sociedade evoluía e Pindorama, ainda muito quieta e singela, traçava seu rumo silenciosamente na ciência. Os píndores iniciaram a capacitação de um setor técnico capaz de extrair energia dos raios solares que combinado à cinética e a movimentação de certos componentes atômicos permitiam um veículo se mover a uma velocidade incomum aos olhos humanos.
Enquanto isto, as revoluções de 60' caminhavam suas revoltas entre as sociedades e ela se moldava. As artes se mostravam presentes e uma delas, a música, sofria transformações.
Enfim, nosso país criou a Tecnologia V. Ela era capaz de usar o corpo humano como fonte de energia para, por exemplo, fazer um automóvel andar. Para ser mais objetivo: a cinética. Ela alternava a fonte como os raios solares e, com a cinética, permitia renová-la tornando-a quase infinita. O único elo necessário para tal proeza era aquilo que o Império de Domi detinha, que eram os satélites para potencializar os raios do Sol para as placas ultrafotovoltaicas. Elas são bem eficientes!
O problema foi que isto causou uma mudança no mundo e, logo, veio o debate para o fim das energias poluentes como o petróleo e o ingresso das energias alternativas e renováveis entre todos os vizinhos.
Os domines queriam essa tecnologia e nós queríamos nosso próprio satélite condutor, o que culminou em um acordo entre nós e eles para o progresso de todos, mas alguns acordantes não queriam acabar com o uso dos hidrocarbonetos. O resultado foi uma nova guerra silenciosa e especulativa, só que entre Pindorama e os Domi que se perpetua até hoje.
Para que um novo conflito se mostrasse para as Confederações, um novo acordo fora criado permitindo que eles utilizassem sua tecnologia e se desenvolvessem, enquanto nós seguíamos em novas medidas alternativas contra a destruição da Terra e em favor do nosso verde.
A Tecnologia V dos píndores salva o mundo, mas os livres querem este privilégio para eles.
Foi quando a quinze anos atrás, um grupo de jovens promissores conseguiram criar a Abequar. Um satélite que comporta pleno sistema de posicionamento global, porte de defesa aeroespacial de Pindorama por meio dos canhões antigravidade e atração eletromagnética de pósion e o condutor da energia proveniente do vácuo do espaço, que armazena e potencializa os raios solares.
Logo, mais satélites deste porte para as mais variadas funções foram criados para suprir as intenções píndores diante de seus vizinhos e rivais.
Então, os livres iniciaram uma conspiração secreta contra nossa força de engenharia e todos que se opunham aos seus ideais. O seu líder supremo falava até de invasão para investigar nossos laboratórios, a fim de encontrar vestígios de armamentos ditos como ilegais entre o eixo do Ocidente.
Sim, meus caros amigos! Estamos em guerra contra a nação dos livres. Foram eles! Foram eles quem nos armaram esta tocaia e você... Vocês, guarinins, tem o dever de reparar este ataque. Eles lançaram esses monstros até aqui e foram eles que forjaram tudo! Sim! Eu sei que foram! O que farão? Como protegerão o nosso povo?"-

Um desconhecido diz em meio ao grupo: - Eu irei... –

- Tem certeza de que consegue? Existem pessoas que dependem de ti e estão todas aqui. Há aquelas criaturas e os goitacazes que caminham lá fora para te atacar. Alguns sobreviventes estão loucos e se matam entre si. Eu vi... Com meus próprios olhos! Tem certeza disto? –

Confiante e decidido, um jovem com uma tatuagem de uma harpia de coloração negra e cabelo raspado responde com toda a exatidão:

- "Senhor, não temos mais posse de parte da Tecnologia V, mas voltarei lá e, com ele e formaremos uma equipe. Eu vou trazer mais pessoas úteis à nossa causa e o que precisarmos para vivermos. Depois que tudo isto passar, nós vamos reativar o Abequar, adentrar em Domi e esmagá-los com nossas mãos. É como ele disse... Eu já ouvi a história dele varias vezes. Por causa deste homem, estamos vivos e bem protegidos, assim como Vossa Excelência e seu conto de assustar as crianças da base. Nós temos que procurar mais sobreviventes para combatermos os brocoiós. Não é mesmo? Ben..." –

* Notas:

* Victorianos - Ingleses.

* Musashi - Japão.

* Placa Ultrafotovoltaica - Placas capazes de reter, armazenar e transferir a energia solar com a eficiência de cem por cento.

* Abequar - Senhor do voo. Tupi-guarani.

* Pósion - Componente comprimido a nível molecular e proveniente do vácuo espacial que gere energia que desestrutura átomos.