02. Troca de olhares.

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Estávamos na fila para entrar e nesse momento chegaram mais três amigos nosso. O Enzo, a Mary e o Lucas. Eu tinha uma certa caída pelo Lucas, mas ele ficava com o Enzo. A Mary ficava com Luana e eu? Estava sozinho aquela noite, de vela. Como assim?

-- Oi pessoas. -- Enzo e Lucas chegam de mãos dadas e cumprimentando com um abraço.

A Mary foi correndo pra abraçar a Lu e eu já fiquei emburrado de braços cruzados.

-- Cadê Luiz, Caio? -- Enzo pergunta.

-- Não sei, amigo. Pedi pra Luana chamar ele, você chamou Luana? -- Fiz cara de bravo.

-- Xiii, eu esqueci, amigo! -- Luana responde com cara de retardada.

Uma péssima características de Luana é que ela é do tipo lerda, sempre esquece das coisas e nunca liga pra nada. De todos esses anos que a conheço, nunca a vi ficando brava com nada. Me dar até agonia, pois eu me irrito tão fácil, até com o excesso de lerdeza dela.

-- Engraçado né? Agora eu vou ter ficar de vela por causa de tu. -- Falei.

-- Relaxa, amigo. O que não falta é boy pra você ficar aí. E de acordo com os boatos, você que não quis mais ficar com ele. -- Diz Enzo.

-- Verdade, amigo. Mas fazer o que? Nessas horas a gente sente falta né? Mas enfim, vamos entrar.

Entregamos o ingresso ao segurança e entramos.
Meus olhos brilham naquele lugar, me sinto em casa toda vez que estou lá. Aquelas luzes coloridas, as pessoas do meu "mundo". Aquela pegação, a multidão, as músicas, as pistas de dança, os amigos e principalmente os boys gatos que vivem por lá.

Do grupo, eu sou o mais novo. Enzo e Lucas se conheceram na faculdade. Mary já trabalha e Luana é uma burra repetente, ela já tem 18 anos. Eu tenho 17 anos e pra entrar na bote, eu tive que fazer uma documentação falsa. Por incrível que pareça, eu sou fortinho, tenho 1,83 de altura e um corpo até definido. Isso facilita na entrada, pois nunca me pedem documento.

Eu estava sozinho, de vela, então precisava dançar, andar para paquerar. O pessoal ficava lá na rodinha, de beijos e tal e eu sozinho.

-- Pessoal, minha bebida acabou, vou pegar mais, tá? -- Falei.

No meio do caminho, um garoto olhou para mim e óbvio que eu olhei de volta. Quando parei no bar para comprar mais bebidas, ele se aproximou.

-- Oi.

-- Oi, tudo bem? -- Fiz a linha tímida.

-- Tudo bem sim, Caio. Eu tava te olhando desde que você chegou e você tá bem?

-- Como sabe meu nome? -- perguntei.

-- É que eu te sigo no Instagram... Eu amo teus stories.

AAAAAAA GENTE, ALÉM DE LINDO É MAIS UM FÃ (risos).

-- Ah, que legal. Qual seu nome?

-- Ivson, prazer. -- Ele estende a mão.

"Credo, um menino tão bonito com um nome tão feio kkk" -- pensei.

-- Vamos dá uma volta, sair de perto do bar. -- Propus sem nenhuma intenção... Mentira kk.

Saímos de lá e fomos para área externa da boate. Ficamos conversando, ele falou o que faz da vida. Como sempre não acreditou na idade que eu tinha. Mas aí a conversa fluiu e rolou. Nos beijamos por um bom tempo até que Luana chega toda eufórica me atrapalhando.

-- Amigo...amigo... Você não sabe quem chegou e perguntou por tu?

-- Mentira né? O Luiz está aí? AAA. -- Fiquei todo animadinho, me afastando um pouco de Ivson.

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